31 julho, 2012

BELLO, Joaquín Edwards – DON JUAN LUSITANO. Ejercicios portugueses dedicados a los lectores de Eça de Queiroz con una carta del Dr. A. Ferreira d’Almeida. Santiago de Chile, Nascimento, 1934. In-8º (19cm) de 114 p. ; E.
“Cuando un autor consigue dotar a su tierra de simpatia universal, y dar a la ciudad que amó un lugar de perdilección en el colar de ciudades fascinantes del mundo, entonces todo aquel que tenga alma curiosa y de vajero debe agradecerle. Tal es Queiroz, respecto al Portugal y a Lisboa, por cuanto Lisboa és el…” (excerto da introdução)
Joaquín Edwards Bello (Valparaíso, 1888 - Santiago de Chile, 1968). Escritor chileno. Considerado um dos grandes romancistas chilenos, a sua obra insere-se na corrente literária do realismo de costumes, e constitui uma reflexão sobre o sistema social e político do seu país, que questiona fazendo uso da ironia.
Encadernação inteira de skyvertex com dourados na lombada. Conserva as capas de brochura.
Exemplar em bom estado de conservação.
Invulgar.
10€

30 julho, 2012

OLIVEIRA, João Braz d’ – NARRATIVAS NAVAES : por… Contra-almirante. Lisboa, Typographia da Academia Real das Sciencias, 1908. In-8º grd. (22cm) de 410, [2] p. ; il. ; E.
1ª edição.
Ilustrado com bonitos cabeções no início de cada narrativa.
“Todas estas Narrativas são históricas, colhidas ou na tradição orla, ou no registo dos livros de quartos, já nas paginas dos chronistas, já na recordação de factos nossos conhecidos, e todas ellas documentadas, tendo havido o cuidado de expor o facto, e deixar ao leitor o fazer a critica, para d’elle tirar a lição conveniente…” (excerto do prólogo)
Matérias:
- Combate naval [morte de D. Fuas Roupinho no estreito de Gibraltar]
- Passagem do Bojador
- Naufragio da Flor de la mar
- Diogo Pereira
- Esquadra contra os argelinos
- A galveta de Moniz
- Antonio Corrêa
- Um aventureiro portuguez
- Paulo do Rego
- O brigantim Minerva
- Fragata Madagascar
- A escuna do cruzeiro
- Um cruzeiro do brigue Vila Flor
- Padrão do Zaire
- Serviço de lanchas
- Marcha forçada
- Como se pode ganhar a Torre e Espada
- A ultima viagem da nau India
- Uma avaria
- Lendas de além-mar
- Um desembarque em Timor
- Combate no Zaire
- Lancha de Zarco
- Desarvoramento da corveta Estephania
- Termo de arribada
- Homem ao mar
- Comboio de feridos
- Um encalhe memorável
- Salto de vento
- Um tufão na China
- Sentença de morte
- Um tornado
- Serenata
- Uma salva a bordo da Terceira
- Quarto da meia noite ás quatro
- Bons serviços
- Torpedeiro n.º 2
- Vapor Cacongo
- Um temporal em Cabo Verde
- Sabre e Carabina
- Lancha Capello
- Corveta Nautilus
Encadernação em meia de pele com ferros a ouro na lombada. Sem capas de brochura.
Exemplar em bom estado geral de conservação. Em falta 1ª f. (em bco) e f. anterrosto.
Invulgar.
15€

29 julho, 2012

ATHAYDE, Maria Luiza d’ – CARTAS. Ponta Delgada, Oficina de Artes Gráficas, 1944. In-8.º (21cm) de 117, [7] p. ; E.
Valorizado pela dedicatória autógrafa da autora ao “Excelentíssimo e Reverendíssimo Senhor Cardeal Patriarca de Lisbôa, Dom Manuel Gonçalves Cerejeira…”
Belíssima encadernação inteira de pele com nervuras e dourados na lombada, e dupla cercadura com motivos ornamentais nas pastas. Conserva as capas de brochura.
Exemplar manuseado em bom estado geral de conservação. Lombada com defeitos; pastas apresentam esfoladelas.
Invulgar.
Indisponível

28 julho, 2012

COSTA, General Gomes da – A GUERRA NAS COLÓNIAS : 1914-1918. Portugal na Guerra. Lisboa, Portugal-Brasil, [1925]. In-8.º (19cm) de 255, [13] p. ; B.
1.ª edição.
“Este livro é o registo summario das campanhas que de 1914 a 1918 fizemos nós, Portuguezes, nas duas costas Africanas. Não é um livro d’acusações; menos, ainda, de insinuações; não é um livro de escandalo, nem de odio. É apenas o registo d’uma lição severa e que é preciso aproveitar. Narramos sucintamente as negociações que precederam a nossa entrada na guerra, tal como vem nos livros que o Governo apresentou ao Parlamento; narramos os sucessos d’Africa, como chegaram ao nosso conhecimento quando ali estivemos em 1918, e não constituem segredo para ninguem. […] Numa republica onde os homens que se sucedem no poder, mal teem tempo para tomar posse, e logo se vão embora, é indispensavel que as instituições prevejam e remedeiem os inconvenientes resultantes, em tempo de guerra dessa instabilidade… […] A lição dos factos, em paizes de gente inteligente e hábil, è sempre proveitosa: que a lição que as campanhas d’Africa nos fornece sirva tambem, entre nòs, , para se tratar a sério da organização militar do Continente e das Colonias, preparando o Exercito para o seu fim exclusivo, para a missão mais levantada e mais nobre do homem, – a Guerra! (excerto da introdução Ao Exercito
Manuel Oliveira Gomes da Costa (1863-1929). Presidente da República e do Ministério, comandante da 1ª Divisão do CEP. Nasceu em 14 de Janeiro de 1863 e faleceu em 17 de Dezembro de 1929. Ingressou no Exército em 1880 e cinco anos depois foi promovido a alferes. Após uma curta passagem pela Guarda Fiscal (1887/89) partiu para a Índia como ajudante do Governador-Geral, já como tenente. Distinguiu-se nas operações militares contra os rebeldes indianos. Depois de uma breve estadia na metrópole, em finais de 1895, partiu no ano seguinte para Moçambique onde também se destacou nas campanhas de pacificação e de ocupação que se seguiram à prisão e queda de Gungunhana. Após o seu regresso em 1900, e até 30 de Janeiro de 1917, data em que partiu para França comandando a 1ª Divisão do CEP, prestou serviço em Angola, S. Tomé e Príncipe, na metrópole e novamente em Moçambique. Promovido a general em 8 de Maio de 1918 e regressado a Portugal em Novembro desse ano iniciou depois uma crescente intervenção política, nomeadamente em 1921, insatisfeito e ressentido com os políticos que governavam o País no pós-guerra. O seu crescente intervencionismo e crítica pública do Governo levaram este a afastá-lo através do seu envio numa missão à China e à Índia (1922/24), mas este afastamento não impediram Gomes da Costa de continuar a criticar duramente o Governo e por fim de aceitar chefiar o golpe militar perpetrado em 28 de Maio de 1926. Depois de conseguir sobrepor-se a Mendes Cabeçadas, o chefe nominal do golpe, passou a chefiar o Governo e a ocupar a Presidência da República (26 de Junho a 9 de Julho de 1926). Porém, por pouco tempo, pois Sinel de Cordes, outro chefe militar que esteve por detrás do golpe, afastou-o do poder, em 9 de Julho de 1926, deportando-o, sob prisão, para os Açores, donde regressou em Novembro de 1927, com a distinção honorífica de marechal, mas numa altura em que tinha perdido por completo o protagonismo político que havia alcançado poucos anos antes.” (www.primeirarepublica.org)  
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Restauro com fita gomada na parte superior da lombada.
Muito invulgar
Com interesse histórico. 
Indisponível

27 julho, 2012

CARVALHO, Kátia de - TRAVESSIA DAS LETRAS. Rio de Janeiro, Casa da Palavra, 1999. In-8º grd. 23cm) de 145, [3] p. ; il. ; B. Coleção Bibliófilos
Colaboração de Elvira Rodrigues Cardos, Flávia Miguel de Souza e Martha Ribas Oropesa.
Capa: Fernando Timba
Fotos: Mariana Albuquerque
"A vinda do livro para o Brasil ocorreu tanto de forma oficial como oficiosa. Veio com os jesuítas para integrar coleções oficiais e com estudantes que voltavam da Europa, trazendo nas malas idéias liberais. Ao cruzar o oceano, materializou-se a complexa travessia das letras para um novo e desconhecido continente..." (excerto da apresentação)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Invulgar.
20€

26 julho, 2012

CAMACHO, Brito – A REACÇÃO. Lisboa, Emprêsa Editora Luz, Ltd.ª, 1932. In-8º (19cm) de 48 p. ; B.  
Escrito com uma grande carga irónica, este opúsculo é ilustrativo do pensamento anticlerical do autor.  
“Qualquer pode abdicar voluntariamente da sua vontade; pode renunciar por completo aos seus haveres; pode guardar intransigentemente a sua castidade, pondo-lhe leões à porta. A lei nunca poderá obrigar um homem a deliberar por si , se êle apenas quiser ser mandado; nunca poderá obrigá-lo a ter alguma coisa de seu, se êle quizer desfazer-se do que possui, quer se trate de bens adquiridos pelo seu esforço próprio, quer se trate de bens adquiridos por herança, ou qualquer outra forma legítima de acquisição; nunca poderá obriga-lo a constituir família se êle teimosamente quizer fugir ao cumprimentos dêsse dever social, resistindo às naturais impulsões da sua sexualidade. Mas uma coisa é o que a lei não pode proibir, e outa coisa o que ela não deve sancionar…” (in Frades e freiras
Matérias:  
I. Frades e freiras  
II. As irmãs de caridade 
III. As missões 
IV. A escola laica 
Manuel de Brito Camacho. "Médico, jornalista, governador ultramarino e escritor, Brito Camacho nasceu em 1862, em Aljustrel, e morreu em 1934, em Lisboa. Foi uma das personalidades de maior relevo da política republicana. Em 1906 fundou e dirigiu A Luta, diário que exerceu significativa influência na sociedade portuguesa e que em contribuiu, pela sua orientação ideológica, para a implantação da República. O papel de Brito Camacho no movimento que implantou a República foi da maior importância, graças às suas relações com o chefe militar Cândido dos Reis e às suas amizades entre a classe dos oficiais do exército e da armada. Depois de proclamado o novo regime, assumiu, em novembro de 1910, a pasta do Fomento do Governo provisório. Após a cisão do Partido Republicano, Brito Camacho fundou e chefiou a União Republicana. Durante a Primeira Guerra Mundial, manteve-se afastado dos governos da União Sagrada, defendendo a ideia de que a participação de Portugal deveria dar-se nas colónias africanas e não em França. Nos finais de 1921, Brito Camacho foi nomeado alto comissário da República na colónia de Moçambique. Mais tarde, o estadista veio a abandonar a política, dedicando-se à literatura.”  
Exemplar brochado em bom estado de conservação.  
Invulgar.
Indisponível

25 julho, 2012

MASCARENHAS, J. A. d’Oliveira – O TROVADOR DA INFANTA : Romance histórico dos seculos 15.º e 16.º : por… Lisboa, Livraria Editora Viuva Tavares Cardoso, 1906. In-8º (19cm) de 378, [6] p. ; E.
1ª edição.
Romance histórico cujo enredo é baseado na crença da paixão entre a infanta D. Beatriz, filha de D. Manuel I, e o poeta Bernardim Ribeiro, o autor de Éclogas e Menina e Moça.
Encadernação em meia de percalina com as pastas recobertas de fantasia e ferros a ouro na lombada. Sem capas de brochura.
Exemplar em bom estado de conservação.
Invulgar.
20€

23 julho, 2012

MORAIS, António Manuel – A PRAÇA DE TOIROS DE LISBOA (CAMPO PEQUENO)[Prefácio de Fernando Teixeira]. [Lisboa], [s.n. – fotocomp. e imp Fnac-Gráfica], 1992. In-4.º (28cm) de 1079 p. ; mto il. ; E.
1.ª edição.
Capa: “A Praça de Toiros do Campo Pequeno”, aguarela do pintor Paulo Ossião (1992).
Edição de grande esmero e apuro gráfico, impressa em papel de qualidade superior, profusamente ilustrada com desenhos e fotografias a p.b. e a cores, reprodução de cartazes, programas, cartas, etc.
“Julgo desde há muito que qualquer análise estatística da edição de livros portugueses relacionados com a temática dos touros demonstrará o primado incontestável das colectâneas, por vezes epidémicas, de crónicas e críticas. Algumas, diga-se de passagem, de excelente qualidade como o demonstram, por exemplo, os casos de D. Bernardo Mesquitela ou de “Solilóquio”. […]
Publicar em Portugal uma obra de investigação histórica de temática taurina é antes de mais um acto de coragem digno dos maiores elogios. Desde Jayme Duarte de Almeida, se não me engano, que não aparecia ninguém capaz de meter ombros a semelhante tarefa. Surge-nos agora o Dr. António Manuel Morais e adiante o leitor compreenderá quanto trabalho de investigação, quanta competência e dedicação foram imprescindíveis para levar a cabo um empreendimento tão notável como necessário. A inexistência de uma história correcta e objectiva da nossa primeira Praça de Touros era já uma constatação vergonhosa…”
(Excerto do Prefácio)
Matérias: I - Breve História do Toureio em Portugal até ao séc. XIX - A corrida à corda. II - As Praças de Toiros Portuguesas. III - As Praças de Toiros de Lisboa - Os Intervaleiros. IV - A (Real) Casa Pia de Lisboa. V - A Construção da Praça de Toiros de Lisboa (Campo Pequeno) - Características arquitectónicas da praça. VI - Campo Pequeno – Cem Anos de Toiros e Espectáculos. ENCICLOPÉDIA - Ganadarias e Ganadeiros. - Cavaleiros e Rejoneadores. - Matadores, Novilheiros e Espadas. - Bandarilheiros e Picadores. - Grupos de Forcados. - Moços de Forcado Amadores e Profissionais. - Figuras e Factos. - Bandas de Música. - O Regulamento Taurino (Decreto Regulamentar nº 62/91 de 29 de Novembro).
Encadernação cartonada do editor com sobrecapa policromada.
Exemplar em bom estado de conservação.
Invulgar.
Indisponível
 

22 julho, 2012


[BARBOSA, Domingos Caldas] - VIOLA DE LERENO : Collecção das suas cantigas, oferecidas aos seus amigos. Volume I. [e Volume II]. LISBOA: Na Officina Nunesiana. Anno 1798. Com licença da Meza do Desembargo do Passo e Na Typographia Lacerdina. 1826. Com Licença. 2 vol. in-8º (16cm) de 8 cad.x32 p. + 4 p. índ. e 8 cad.x32 p. + 6 p. índ. ; E. num único tomo.
1ª edição (os dois vols.).
“Sabe-se pouco a respeito da música produzida no Brasil entre 1500 e 1760, porque não há identificação de autores, tampouco algum registro impresso. Mesmo assim, é possível afirmar que os primeiros gêneros populares que se destacaram foram a modinha (de caráter romântico) e o lundu (tradutor do humor e da sensualidade do povo).
O personagem pioneiro da música popular brasileira é o poeta, compositor e cantor carioca Domingos Caldas Barbosa (1740-1800). Filho de um funcionário português e de uma escrava angolana alforriada, Barbosa revelou sua vocação poética e facilidade para improvisar versos quando ainda era um jovem que freqüentava escola. Com pouco mais de 20 anos, partiu para Portugal com o objetivo de estudar direito na Universidade de Coimbra, mas seus planos acabaram frustrados pela falta de dinheiro. Com a morte de seu pai, que financiava a viagem, o problema se intensificou. Para sobreviver, Domingos Caldas Barbosa passou a exibir seu talento poético-musical em festas e reuniões de nobres da capital Lisboa, atividade que lhe rendia alguns trocados. Sua situação só melhorou quando uma das famílias abastadas para as quais se apresentava começou a protegê-lo. O brasileiro pôde então transitar com mais facilidade nos salões chiques, conquistou uma vaga na Arcádia* (onde adotaria o nome de Lereno Selinuntino) e ganhou um lugar entre a nova geração de poetas, na qual se destacavam nomes como Manuel Maria du Bocage (1765-1805) e Agostinho de Macedo (1761-1831). Cantando suas modinhas e lundus para a corte, Caldas Barbosa alcançou grande sucesso e tornou-se o primeiro artista a exportar música brasileira. Nem tudo, porém, eram aplausos na vida do cantador. Sua figura – um mulato da colônia que fazia canções muito diferentes de tudo que se conhecia – causava estranheza. Tanto que ele tornou-se alvo da hostilidade de alguns membros da aristocracia e da intelectualidade lusitanas. O próprio Bocage, cuja obra não é nenhum manual de boas maneiras para moças de família, chegou a escrever um soneto chamando Caldas Barbosa de “orangotango com gestos e visagens de mandinga”. Muito desse preconceito talvez se devesse, principalmente, aos lundus entoados pelo brasileiro. Ao contrário da modinha (que possuía esse nome para se diferenciar da moda portuguesa e chegava a ser considerada uma música “branca”), o lundu era multicolorido, isto é, uma fusão de elementos de origens branca e negra. Sua fórmula, que misturava o ritmo africano com melodias e harmonias européias, já revela um dos aspectos mais fascinantes de nossa música popular. O lundu, com suas canções alegres, de versos satíricos e maliciosos, foi o primeiro gênero afro-brasileiro e, portanto, elemento fundamental no processo que resultaria na criação do samba. Na Europa, a música do mulato carioca também deixou marcas. Os versos coloquiais de suas modinhas influenciariam, mais tarde, até mesmo o poeta Fernando Pessoa. Já o lundu, seria importante para a formação do fado. Domingos Caldas Barbosa nunca mais voltaria ao Brasil, falecendo em Lisboa. Sua arte, no entanto, retornou. Transformada e misturada a outras formas musicais, a influência deixada por Caldas Barbosa veio na bagagem da Família Real portuguesa que aportou no Brasil em 1808.” ("Samba, a cara do Brasil", Pueri Domus/Escolas Associadas, 2009)
*Arcádia (Nova Arcádia). “Em 1790, Domingos Caldas Barbosa funda, com o auxílio de Belchior M. Curvo Semedo, J. S. Ferraz de Campos e Francisco J. Bingre, a Academia das Belas-artes, logo depois chamada Nova Arcádia. Ao novo grémio se associaram Bocage, José Agostinho de Macedo, Luís Correia França e Amaral, Tomás António dos Santos e Silva, e outros. Academia de oratória e poesia, em 1793 publica algumas obras poéticas de seus membros sob o título genérico de Almanaque das Musas. Entretanto, começam as divergências internas, sobretudo entre Macedo e Bocage, e em 1794 a corporação desaparece. Domingos Caldas Barbosa era brasileiro e mulato, nascido no Rio, em 1740, e falecido em Lisboa, em 1800, para onde seguira por volta de 1770. Granjeou fama nos salões aristocráticos do tempo como intérprete e compositor de modinhas e lunduns, que introduziram no rigorismo arcádico uma nota de dengue e emoliência tropical. Suas composições, reunidas sob o título de Viola de Lereno (2 vols., 1798-1826) em razão de seu pseudónimo arcádico (Lereno Selinuntino), contem um sopro de informalismo e brejeirice um tanto quanto estranho ao afectado da poesia arcádica. Apesar disso, o carácter demasiado popular de suas quadrinhas talvez explique o injusto desapreço em que o poeta é tido pela crítica erudita.” (auladeliteraturaportuguesa.blogspot.pt)
Encadernação em meia de pele com dourados sobre rótulos carmim.
Exemplar em excelente estado de conservação. Corte superior das folhas carminado.
Raríssimo, na sua edição original.
Com interesse histórico. 
Indisponível
SILVA, Silverio M. de Figueiredo Lobo e – BANDALHEIRA. Gouveia, [Ed. Autor] Comp. e imp. Tip. Motta & Irmão, 1919. In-8º grd. (24cm) de 86, [2] p. ; E.
Opúsculo publicado num período de grande turbulência da vida nacional, após o assassinato de Sidónio Pais ocorrido em Dez. 1918, e na sequência da revolta ocorrida no Porto, pouco tempo depois, em 19 de Janeiro de 1919, ocasião em que foi proclamada a monarquia - golpe efémero que viria a ser conhecido pela Monarquia do Norte.
Em tom cáustico, o autor ataca os sidonistas e “novos” monárquicos em geral, não poupando nos adjectivos para classificar o seu comportamento “vil” e errante, mas também particulariza, “chamando os bois pelo nome”. Denuncia a situação política do país, de compadrio e corrupção, pincelando o livro com exemplos da “podridão” que grassava, sobretudo em casos que o envolveram a ele pessoalmente, enquanto Delegado do Procurador da República.
“Esses torpes políticos, essa vil canalha, esterco ambulante, poeira mortífera, vilões d’origem, sò de mães nascidos, mordendo com o rabo como os lacraus, que da republica velha foram para a nova, com as mesmas caras, surgindo-lhes agora a monarquia, como os cães, alçam a perna, mijam sobre a republica e saltam para a monarchia onde ocupam os mesmos logares; os mesmos tal e qual. Vêm assim desde 1911 alguns e outros desde as eleições de 1917. Republicanos sem partido, republicanos do Pimentismo, republicanos do democratismo, republicanos da união sagrada, voltando ao democratismo d’ahi passando ao unionismo e sidonismo e de tudo isto para a monarchia restaurada…”
Silvério Máximo de Figueiredo Lobo e Silva, advogado e deputado, natural de Sever do Vouga. Delegado do Procurador da República quando escreveu a presente obra.
Encadernação recente cartonada. Conserva as capas de brochura.
Exemplar em bom estado geral de conservação. Capas com defeitos; páginas oxidadas.
Muito raro.
Sem indicação de registo na Biblioteca Nacional de Portugal (BNP).
Peça de colecção. 
Indisponível

21 julho, 2012

PINA, General Luiz Maria da Camara – A BATALHA DE SÃO MAMEDE (24 de Junho de 1128) : subsídios para a sua história militar. Lisboa, Academia Portuguesa da História, 1979. In-fólio (30cm) de 57, [3] p. ; [6] f. il. ; B.
Separata do livro: Comemoração do 850.º Aniversário da Batalha de São Mamede, com as comunicações apresentadas na Academia Portuguesa da História, em sessão de 25 de Junho de 1978.
Edição impressa em papel de qualidade superior, ilustrada em separado, a cores e a p.b., sobre papel couché.
“A análise da batalha de São Mamede defronta, entre outras, com três grandes incógnitas: local onde, de facto, se deu; os efectivos em presença; as baixas. Os problemas postos pelas duas últimas incógnitas resolvem-se só pelo cotejamento de documentos históricos fidedignos mas talvez seja equacionável o problema do local da batalha – e deductível do estudo dos elementos toponímicos mencionados nos documentos a solução militarmente mais provável.” (excerto do preâmbulo)
Matérias:
I. CONCEITO DE BATALHA
II. ESTUDO MILITAR DA BATALHA DE SÃO MAMEDE
1. Análise de situação em Junho de 1128
2. Decisão de D. Afonso Henriques
a) Missão
b) Meios
c) Terreno
d) Inimigo
3. Hipótese sobre o desenrolar das operações
III. LIÇÃO DA BATALHA DE SÃO MAMEDE
IV. NOTAS ADICIONAIS
Nota I : Informação do Prof. Peter Russell
Nota II : Forais de Guimarães
Foral do Conde D. Henrique [Tradução]
Foral de D. Afonso I [Original e Tradução]
Nota III : Crónica dos Godos [Original e Tradução]
Nota IV : População de Guimarães em 1128
Nota V : Castelo de São Mamede – Guimarães
Nota VI : Bula «Manifestis Probatum» do Papa Alexandre III a D. Afonso Henriques [Tradução]
Excelente exemplar.
Invulgar.
20€

19 julho, 2012

FONSECA, Manuel da - UM ANJO NO TRAPÉZIO : Contos. Lisboa, Prelo, 1968. In-8º (20cm) de 142, [2] p. ; B.
1ª edição.
"Um filho pródigo regressa à literatura - eis o primeiro significado de UM ANJO NO TRAPÉZIO. Manuel de Fonseca, que há uma dezena de anos não publicava um original [...] nesta mão cheia de contos que compõem o livro invade-nos um mundo de figuras carregadas de potencial literário, movendo-se por lugares suados de vivências, criando e desfazendo situações, que ora atingem um profundo dramatismo ora deixam um rasto duma tristeza irremediável.. " (excerto da apresentação)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Invulgar.
15€

18 julho, 2012

FOTOGRAFIA DO PRESIDENTE DO CONSELHO, DR. ANTÓNIO DE OLIVEIRA SALAZAR, rodeado de personalidades civis e militares, em discurso aos microfones da TV, EN (Emissora Nacional) e RCP (Rádio Clube Português).

Dim: 13x18cm

Exemplar em bom estado de conservação. Canto inferior direito vincado.
Invulgar.
Indisponível

16 julho, 2012

TELLES, José Homem Corrêa - DOUTRINA DAS ACÇÕES ACCOMMODADA AO FORO DE PORTUGAL. Terceira Edição. Com Addições da nova Legislação do Codigo Commercial Portuguez, do Decreto Nº. 24 de 16 de Maio de 1832, e outros, que dérão nova face á Administração da Justiça. Por... LISBOA : NA IMPRENSA NACIONAL. 1837. In-8.º (20,5cm) de VII, [1], 224 p. ; E.
"Sirvão de Introducção as reflexões seguintes: 1.º que o estudo das acções he tão importante, que ninguem, ignorando-as, sabe quantas vantagens lhe resultão do estado social; pois as acções são os remedios, que as Leis nos dão para havermos o nosso de mãos alheias, ou para obrigarmos os outros a nos cumprirem o de que tem obrigação perfeita. 2º Que he preciso saber os nomes de todas as acções..."
(excerto da introdução)
José Homem Corrêa Telles (1780-1849). Nasceu em 1780 na vila de S. Tiago de Besteiros, situada na fralda da serra do Guardão, distrito de Viseu. Formou-se na faculdade de Cânones na Universidade de Coimbra em 1800; e depois de desempenhar alguns cargos de magistratura, resolveu deixar esta carreira, trocando-a pela profissão de Advogado, que exerceu por muitos anos com grande crédito. Foi eleito Deputado às Cortes Constituintes em 1821, onde se tornou notável por suas opiniões moderadas, e menos conformes ás ideias que então mais. Tornou a ser algumas vezes eleito no regimen da Carta, e o estava quando faleceu na sua casa de Estarreja em 1849."(Inocêncio, IV, p. 368)
Encadernação simples em meia de percalina.
Exemplar em bom estado de conservação. Aparado.
Invulgar.
Indisponível

15 julho, 2012

VIEIRA, Alexandre – SUBSÍDIOS PARA A HISTÓRIA DO MOVIMENTO SINDICALISTA EM PORTUGAL (De 1908 a 1919). Lisboa, Edições Base, 1977. In-8º (18cm) de 70, [2] p. ; B. História do Movimento Operário : Colecção/ Textos Sindicais
“Estes «Subsídios para a História do Movimento Sindicalista», que Alexandre Vieira nos legou, foram escritos em 1925 e publicados no Almanaque de «A Batalha», de onde os reproduzimos.” (excerto da introdução)
Alexandre Vieira foi militante sindicalista. Em Lisboa fundou em 1908 o jornal a Greve juntamente com outros companheiros tipógrafos que o imprimiam e vendiam, chegando para o efeito a inscrever-se como vendedor ambulante de jornais, cautelas e lotarias autorizadas. Mais tarde dirigiu o Jornal "A Batalha" e foi Secretário Geral da União Operária Nacional a primeira central sindical de Portugal. Foi preso várias vezes durante os regimes monárquico e republicano. Mais tarde foi forçado ao exílio pela ditadura do Estado Novo. Escreveu na imprensa operária. Deixou alguns livros publicados. Data de 1950, a edição do seu primeiro livro intitulado «Em Volta da Minha Profissão: Subsídios para a História do Movimento Operário no Portugal Continental». As artes gráficas, a revisão tipográfica e a história e factos do movimento operário constituem a temática central das suas obras. «Subsídios para a História do Movimento Sindicalista em Portugal: de 1908 a 1919» foi publicada postumamente, em 1977.
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Com interesse histórico.
10€

14 julho, 2012

DURO “Zé Jaleco”, Antonio Rodovalho – HISTORIA DO TOUREIO EM PORTUGAL : por… Lisboa, Antiga Casa Bertrand-Livraria Editora, 1907. In-8º (19cm) de 304 p. ; il. ; E.
Ilustrado no texto com fotografias a p.b.
Terceira e última obra do autor. "No índice constam capítulos como o início das corridas no nosso País, os Monarcas toureiros, a proibição de corridas, diversos modos de lidar touros, as corridas nas diversas e sucessivas praças de Lisboa e seus arredores, a morte do cavaleiro Fernando de Oliveira, as esperas de touros, o bando, os moços de forcado, os intervaleiros, as praças de touros no distrito de Lisboa, as corridas no Ribatejo, Estremadura e Alentejo, touros nas Ilhas e em África, e, com destaque especial, as corridas efectuadas no Porto e seu distrito, no Douro, Minho, Beiras e Trás-os-Montes…”
“Para organisar este modesto trabalho, coordenei diversas noticias e referencias acerca das corridas de touros que se teem realisado em todo o paiz, informações essas ainda não citadas em nenhum livro da especialidade, porque até hoje só eu tive a paciencia de as reunir. Auxiliado por livros que tratam de assumptos tauromachicos, possuindo uma colecção de documentos antiquíssimos sobre touradas, obtendo apontamentos fidedignos de aficionados de Lisboa e das províncias, e de prestimosos correspondentes do jornal «O Seculo», a quem me confesso altamente reconhecido, assim consegui, não sem grandes difficuldades , alcançar informações absolutamente inéditas, que julgo interessantes para esta obra.” (excerto da introdução)
António Rodovalho Duro “Zé Jaleco” (1855-1919) descrito por Jayme Duarte de Almeida na sua monumental obra “Enciclopédia Tauromáquica” como “antigo aficionado, crítico e escritor tauromáquico, que também foi moço de forcado amador, natural de Lisboa, onde nasceu em 1857. Apresentou-se numa corrida em Cascais na temporada de 1876, logo manifestando excepcionais qualidades para rabejador. Dedicou-se depois à crítica tauromáquica, que fez durante largos anos no jornal “O Século“. Foi dos mais populares do seu tempo e num período de transição em que ainda conservava certo sentido jocoso que, antes, caracterizava os cronistas da modalidade. Escreveu e publicou os livros “Tauromaquia”, “Vocabulário Taurino” e uma pequena “História da Tauromaquia…”
Encadernação simples em meia de percalina com ferros a ouro na lombada; s/ capas de brochura.
Exemplar em bom estado de conservação.
Raro e muito apreciado.
Indisponível
BÔTTO-MACHADO, Fernão – ABOLIÇÃO DAS TOURADAS. Projecto de lei apresentado á Assembleia Nacional Constituinte : por… Deputado pelo círculo ocidental de Lisboa. Lisboa, Typographia Bayard, 1911. In-8º (23cm) de 16 p. ; B.
"SENHORES DEPUTADOS: As corridas de touros, mesmo embolados, taes como se fazem entre nós, representam – não é possível nega-lo – uma sobrevivência barbara dos costumes selvagens d’outras eras, e já hoje se não admitem nas nações mais progressivas e civilizadas.” (excerto de 1ª parte da obra)
Fernão Botto Machado (Gouveia, 1865-Lisboa, 1924). “Autodidacta, solicitador, participante na sublevação do 5 de Outubro de 1910. [tinha como missão, segundo os planos feitos pela "Comissão de Resistência da Maçonaria" (formada a partir de uma reunião no Grémio Lusitano a 14 de Junho de 1910, composta por José de Castro, Simões Raposo, Cordeiro Júnior, Francisco Grandella, Miguel Bombarda e Machado Santos) para “o grupo civil” revolucionário, "sublevar” Sacavém e Camarate e acabou “tomando posições contra o avanço das baterias de Santarém" – cf. A Revolução Portugueza Relatório de Machado Santos, Tip. Liberty, Lisboa, 1911, aliás ed. facsimilada da Arquimedes Livros, 2007]. Deputado, diplomata e jornalista, Fernão Botto Machado teve (como se disse já) uma actividade social e política intensa.” (arepublicano.blogspot.pt)
“Botto Machado, solicitador encartado, jornalista, deputado às Constituintes e noutras legislaturas, e um dos mais activos propagandistas das ideias republicanas. Na propaganda republicana pôs à prova e afirmou brilhantemente a sua grande energia, os seus merecimentos e uma notável isenção. Era estimadíssimo pelas classes operárias, às quais dedicava todos os seus trabalhos. Dos mais adorados caudilhos da república, ocupava-se do problema económico-social e da moralização dos costumes. Como jornalista de combate, os seus melhores artigos foram publicados na Folha do Povo e mais tarde na Vanguarda, substituindo, na direcção deste, o seu grande amigo Dr. Magalhães Lima. Dirigiu e redigiu uma revista de Direito e Jurisprudência, intitulada O Mundo Legal e Judiciário. Apresentado diversas vezes ao sufrágio, a primeira como socialista, em 1903, só conseguiu fazer vingar a sua candidatura em 1911, para as Constituintes, e, nesta assembleia, foi ainda o apaixonado defensor da pureza dos princípios, não o tendo seduzido a política militante. Acabou por se refugiar na carreira diplomática. Nomeado ministro na Argentina, cargo de que não chegou a tomar posse, seguiu para o Brasil como cônsul geral. Depois, nomearam-no ministro junto das repúblicas da América Central e, por fim, em Tóquio, instituindo ali uma biblioteca e duas escolas portuguesas.”
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas cansadas; capa posterior apresenta escritos, carimbo e rasgão sem perda de papel.
Muito raro, com interesse histórico.
Indisponível

13 julho, 2012

BERNARDES, P. Manuel – LUZ, E CALOR. // OBRA ESPIRITUAL // Para os que tratão do exercício de virtudes, & caminho // de perfeyção, // DIVIDIDA EM DUAS PARTES. // Na Primeyra se procura comunicar ao entendimento LUZ de // muytas verdades importantes, por meyo de Doutrinas, Sen- // tenças, Industrias, & Dictames, espirituais. // Na segunda se procura communicar à vontade CALOR do Amor // de Deos, por meyo de Exhortações, Exemplos, Meditações, // Colloquios, & Jaculatorias. // ESCRITA // Pelo P. MANOEL BERNARDEZ, // Da Congregação do Oratorio, // Que dedica, & offerece // A SOBERANA E CLEMENTISSIMA SENHORA DE TODAS AS CREATURAS // MARIA // Sacratissima concebida em resplendores de Graça, & incen- // dios de Amor Divino no primeyro instante de seu ser. // LISBOA, // Na Officina de MIGUEL DESLANDES, // Impressor de Sua Magestade. // Com todas as licenças necessárias, & Privilegio Real. // Anno M.DC.XCVI. In-8º grd. (21cm) de [20], 585, [15] p. ; E.
1ª edição.
Obra clássica importante, muito valorizada na sua edição original.
Padre Manuel Bernardes (1644-1710). “Nasceu em Lisboa, em 1644. Aos trinta anos, ingressou na Congregação do Oratório de S. Filipe Néri, imerso no silêncio claustral, a meditar e a compor sua obra moralista. Enlouqueceu dois anos antes de falecer, em 1710. Sua existência, apenas marcada por duas datas, e sua obra opõem-se diametralmente às do Padre António Vieira. Infenso à vida activa e ao atrito social, era um contemplativo e místico por natureza, e as obras que escreveu, reflectem nitidamente essa condição. Dotado de inquebrantável fé religiosa, que o recolhimento conventual estimulava e nutria, escreveu suas obras com os olhos voltados para o plano transcendente, embora não esquecesse de os dirigir igualmente para os seus semelhantes, dentro e fora dos mosteiros. Por isso, ao se comunicar com o leitor, no afã pedagógico de guiá-lo na estrada que levaria à bem-aventurança, não esquece jamais de molhar a pena com a ungida contemplação espiritual em que se compraz. Quer ensinar o homem a encontrar Deus pelo culto das virtudes morais mais autênticas nele, precisamente as que lhe conferem a condição de criatura humana. Sua numerosa obra, em que se espelham especiais qualidades de escritor e pensador cristão, escreveu-a com esse único destino: Nova Floresta (5vols., 1706, 1708, 1711, 1726, 1728), Pão Partido em Pequeninos (1694), Luz e Calor (1696), Exercícios Espirituais (1707), Últimos Fins do Homem (1726), Armas da Castidade (1737) Sermões e Práticas (2 vols., 1711), Estímulo prático para seguir o bem e fugir o mal (1730). Cônscio do poder insinuativo e modificador das palavras, como bom conceptista que era, o Padre Manuel Bernardes procura atingir o máximo de efeito com o mínimo de recursos: baixa até o leitor, conta-lhe um "caso", um "exemplo", de origem religiosa, ou bíblica, histórica ou mesmo popular, e dele extrai as ilações que julga fundamentais para a formação moral do verdadeiro cristão. Para consegui-lo, o escritor despoja a linguagem de tudo quanto lhe parece supérfluo, como quem procurasse um andamento e um tom próximos da fala confessional, mas sem perder dignidade, altura e brilho, Utilizando rico vocabulário e uma sintaxe dita, clara, clássica, onde raramente despontam hipérbatos e semelhantes recursos barrocos, simplifica a doutrina a fim de q o leitor comum possa senti-la, interpretá-la e assimilá-la. Ajuda-o nessa tarefa de falar aos simples a ingenuidade crédula com que atribuía foros de verdade a meras lendas e ficções. Por outro lado, certas notações "realistas" denunciam um sacerdote interessado na vida exterior, embora por vias inteiramente indirectas, como o sionário. Pela fluidificação da linguagem, em que não é estranho o influxo conceptista e latino, pela elegância, espontaneidade, precisão e vernaculidade, o Padre Manuel Bernardes tornou-se um autentico modelo da prosa literária seiscentista. Pelo estilo, realizou um anseio geral no tempo, e pela reclusão claustral, um ideal de vida contemporâneo, qual seja, a ascese de tipo medieval.” (Massaud Moisés, A Literatura Portuguesa, Editora Cultrix, São Paulo)
Encadernação inteira de carneira com dourados na lombada.
Exemplar em bom estado geral de conservação. 
Raro. 
125€
BOMBARDA, Miguel – A SCIENCIA E O JESUITISMO : Replica a um Padre Sabio : por… Socio Effectivo da Academia Real das Sciencias, Lente de Physiologia da Escola Medica de Lisboa, Director do Hospital de Alienados de Rilhafoles. Lisboa, Parceria Antonio Maria Pereira (Livraria Editora), 1900. In-8º grd. (22cm) de [8], 191, [9] p. ; E.
“Manuel Fernandes, padre jesuíta, creatura temente a Deus e regalada de virtudes christãs, desfaz-se no Correio Nacional em impetuosa fusilaria de insolências, sob pretexto de combater um livro que a seu momento foi preciso – A Consciencia e o Livre arbitrio. É a velha manha theologal de tentar ensurdecer a voz da verdade no tumultuar d’uma disputa reles atufada de insultos e impropérios…” (excerto do texto)
Miguel Augusto Bombarda (1851-1910). “Nasceu em 1851 no Rio de Janeiro. Foi médico do Hospital de S. José, em 1892, director do Hospital de Rilhafoles e professor, desde 1880, da Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa. Como médico dedicou-se principalmente às doenças do sistema nervoso, especializando-se em Psiquiatria. Participa também no lançamento das campanhas de prolifaxia contra a tuberculose. Só em 1908 entrou na política activa, como deputado, afecto ao então presidente do Conselho, Ferreira do Amaral. Mas as suas fortes convicções liberais e anti-clericais aproximam-no rapidamente da Junta Liberal, de que se torna um dos mais destacados dirigentes, e do Partido Republicano, a que adere formalmente pouco antes da implantação da República, sendo eleito deputado nas suas listas. Miguel Bombarda foi um dos principais dirigentes da revolução republicana, com o especial encargo de proceder à distribuição de armas por grupos civis, estando prevista a sua participação no assalto ao quartel de Artilharia 1, em Campolide. No dia 3 de Outubro, Miguel Bombarda foi alvejado a tiros de revólver por um oficial do exército, antigo aluno dos colégios da Companhia de Jesus, que o procurou em Rilhafoles. Transportado para o Hospital de S. José, foi operado, 'depois de ter mandado queimar à vista uma carta que trazia na carteira' e falado com Brito Camacho, mas não resistiu à operação, entrou em coma e faleceu cerca das 6 da tarde. A morte de Miguel Bombarda provocou especial indignação junto do povo de Lisboa, para quem se tratava de um 'atentado reaccionário'. A República organizou as suas exéquias, homenageando-o como um dos seus principais inspiradores.”
Encadernação em meia de pele com dourados na lombada; sem capas de brochura.
Exemplar em bom estado de conservação; apresenta desgaste na lombada.
Raro.
Indisponível

12 julho, 2012

REGO, Leotte do - MARINHAS. [Prefácio de Henrique Lopes de Mendonça]. Lisboa, Typ. da Livraria Ferin, [1906]. In-8º (18cm) de [4], IV, [2], 196 p. ; il. ; B.
Ilustrado no texto com fotografias a p.b.
"N'esta vistosa esquadrilha, que voga a pandas velas pelos tormentosos mares da litteratura, tomou já ha annos logar o sr. Leotte do Rego, e dá brilhantes mostras de arrojo e pericia na perigosa travessia. Linguagem desataviada e singela, como cumpre a um marinheiro affeito ao laconismo energico das vozes de commando; verdade flagrante na narrativa; simples dramatização de assumptos simples; calor communicativo de sensibilidade e de patriotismo; relances de vigor, que recordam haver sempre no viver maritimo algo de epopea e de tragedia; eis as qualidades que reçumam dos pequenos episodios postos a publico pelo illustre official da armada."
(excerto do prefácio)
Jaime Daniel Leote do Rego (1867-1923). "Nasceu em Lagos a 1 de Dezembro de 1867 e morreu em Lisboa a 26 de Julho de 1923. Fez o curso da Escola Naval alcançando o lugar de contra-almirante. Serviu em Moçambique e São Tomé, neste último como Governador. Implantada a República foi eleito deputado entre 1915 e 1919, por Lisboa Ocidental e, em 1922, por Angola. Durante a Revolução de 14 de Maio de 1915, chefiou a divisão naval que se revoltou contra o governo de Pimenta de Castro. Foi um dos maiores defensores da participação portuguesa na Grande Guerra, pertenceu à Maçonaria, tendo sido iniciado em 1912 na loja Elias Garcia com o nome simbólico de Pêro de Alenquer*."
*Na foto lateral (no livro, colocada entre a f. rosto e a f. dedicatória, em página inteira) podemos apreciar o Pêro de Alenquer, "navio-fetiche" para Leote do Rego, de que viria a aproveitar o nome para seu na maçonaria.
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Defeitos na lombada.
Raro.
Indisponível
BIOGRAPHIA DE REMECHIDO O CELEBRE GUERRILHEIRO DO ALGARVE. Memorias authenticas da sua vida, com a descripção das luctas partidarias de 1833 a 1838, no Algarve, e o seu interrogatorio, na integra, no conselho de guerra que o sentenciou, em Faro. (2.ª edição). Tavira, Typ. Burocratica, 1892. In-8.º (19 cm) de XV, [1], 77, [1] p. ; [1] f. il. ; B.
Segunda edição, preferível à primeira, pela extensa carta-prefácio de um estudioso anónimo do “fenómeno” Remechido, e cuja “flôr dos seus parentes maternais” terá sido executada pelos algozes do guerrilheiro algarvio.
Livro ilustrado extratexto com o retrato de corpo inteiro do biografado.
José Joaquim de Sousa Reis (Estômbar, 1797 - Faro, 1838). "Conhecido pela alcunha de Remexido, suscitou grande repercussão, merecendo abundantes referências jornalísticas, literárias e históricas, que primam na quase totalidade pelo seu pendor apaixonado. Encarado por uns como herói romântico, que tudo sacrificou ao serviço da causa de D. Miguel, foi por outros considerado como chefe cruel de bandos de salteadores, que desde 1833 ensanguentaram o Algarve com as suas atrocidades. Atraído pelas dramáticas vicissitudes da sua vida, também Camilo lhe dedicou algumas páginas num dos seus mais notáveis romances, A Brasileira de Prazins. A presente obra debruça-se, de forma empolgante, sobre uma das mais combativas guerrilhas Miguelistas, abrindo clareiras de luz no nevoeiro espesso que ainda envolve a nossa História do século passado."
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas com defeitos.
Raro.
Peça de colecção.
Indisponível

11 julho, 2012

CARVALHO, Alberto Antonio de Moraes – APHORISMOS E PENSAMENTOS MORAES, RELIGIOSOS, POLITICOS E PHILOSOFICOS. Por... Lisboa, Imprensa Nacional, 1850. In-8.º grd. (21,5cm) de 212 p. ; E.
1.ª edição.
Alberto António de Morais Carvalho (1801-1878). “Advogado e político (Vouzela, 22.11.1801 - Lisboa, 15.04.1878). Bacharel em Cânones na universidade de Coimbra, político de ideias liberais, em 1828 comparticipou na revolução que chegou a implementar a Junta do Governo Provisório do Porto e, em consequência do insucesso da intentona, emigrou, com a divisão liberal, para a Galiza, passou a Inglaterra e estabeleceu-se no Rio de Janeiro. Regressou a Portugal em 1848, cumulando o exercício da advocacia com a actividade política. Foi vereador e presidente da Câmara Municipal de Lisboa no biénio 1852-1853; membro da Junta Geral do Distrito de Lisboa e Governador Civil em 1859. Deputado em várias legislaturas, tomou parte no Ministério do Duque de Loulé, encarregado da pasta dos Negócios Eclesiásticos e Justiça, que sobraçou até 21.02.1862, já no Ministério de Sá da Bandeira. Par do Reino por carta régia de 30.12.1862, foi dignitário da Ordem da Rosa do Brasil, por mercê do Imperador D. Pedro II, em 1872.” 
O antigo ministro António Alberto Morais de Carvalho, ilustre jurista e liberal, em Aphorismos e Pensamentos Moraes, Religiosos, Politicos e Philosophicos, publicados em Lisboa, no ano de 1850, utilizou a irregular técnica da generalidade e abstracção, para insinuar o seguinte:  
O empregado com pequeno ordenado, que vive com luxo, se não herdou, furtou (293)
Os cargos do Estado, em mãos de probidade, dão proveito, e honra: em mãos de corrupção, dão proveito sem honra (300).
A probidade do empregado público não pode viver, nem com o luxo, nem com a miséria (297).
Os escritores assalariados, de ordinário, são como as rameiras; prostituem-se a quem lhes paga (312).
Se a honra de representar a nação pela deputação fosse estéril de empregos, e distinções, haveria menos quem a ambicionasse (220).
Aos déspotas nunca faltam mandarins, que sejam vis executores dos seus decretos (235).
Os mais elevados estadistas dificilmente se conservam, e morrem no poder (315).
Qualquer grumete se reputa habilitado a dirigir o leme da nau do Estado; por isso, ela, muitas vezes, sofre avarias (317).
O bom exemplo dos grandes vale mais que os códigos criminais (326).
Um governo sábio deve criar homens para empregos e não empregos para homens (384).
Há honras sem honra, assim como há honra sem honras (437).
As maiorias parlamentares são muitas vezes minorias nacionais (607).
Os partidos de princípios podem ser razoáveis; os de pessoas são, de ordinário, execráveis (779).
Ordinariamente os maiores inimigos dos homens que se acham no poder são aqueles que desejam subir a ele (804).”
Encadernação em meia de pele com ferros a ouro na lombada. 
Exemplar em bom estado geral de conservação. Falha de pele na parte inferior da lombada. Rasgão na f. guarda sem perda de papel.
Muito invulgar e curioso.
Indisponível

10 julho, 2012

REPUBLICA PORTUGUESA : 5 DE OUTUBRO DE 1910 - 5 DE OUTUBRO DE 1911. Aos portugueses residentes na California a Republica Portuguesa sauda cordialmente. Lisboa, Albano Martins, 1911.
Pagela (32x12,5cm) tendo na frente, do lado direito a bandeira da República, e do lado esquerdo a esfinge de Manuel de Arriaga, primeiro presidente eleito da República Portuguesa, e no verso, do lado direito o busto da República e a letra de A Portuguesa, tendo do lado esquerdo a partitura do Hino Nacional.
Exemplar em bom estado de conservação.
Peça de colecção.
Indisponível