30 agosto, 2012

FIGUEIREDO, Candido de – LISBOA NO ANNO TRÊS MIL. Revelações arqueólogicas, obtidas pela hipnose e publicadas por… (Edição provisória). Lisboa, Livraria Ferreira, 1892. In-8.º (19cm) de 115, [11] p. , E.
1ª edição.
“Este livro é uma obra de crítica social e institucional, uma enorme e cáustica gargalhada de espantosa actualidade, apesar dos seus [cento e vinte e um anos] (o original foi publicado em "1892"). Mudem-se-lhe os nomes e ouvir-se-á a gargalhada casquinar pelas novas vielas do nosso áureo provincianismo. Pelas suas entrelinhas são perceptíveis frequentes alfinetadas a alguns vultos do pensamento português da época, como Eça, Camilo, Antero, Gomes Leal... e moques e remoques às andanças republicanas.“
Lisboa no Ano Três Mil parte com uma premissa de ficção científica: o jornalista, graças aos mistérios do hipnotismo, antevê um futuro longínquo através da mente de um sábio que pesquisa as ruínas da cidade das sete colinas. […] Mais do que proto-romance de ficção científica, Lisboa no Ano Três Mil é uma boa desculpa para aquele passatempo tão português que é o escárnio e maldizer.”
(fonte: intergalacticrobot.blogspot.com)
António Cândido de Figueiredo (1846-1925). “Foi um filólogo e escritor português, autor do Novo Dicionário da Língua Portuguesa, originalmente publicado em 1899 e depois alvo de múltiplas reedições até ao presente. Publicou também inúmeros estudos de linguística e escritos de ficção e crítica, entre as quais Lisboa no Ano 3000, obra de crítica social e institucional, saída a público em 1892. Também traduziu numerosas obras de filologia e linguística. Foi um dos fundadores da Sociedade de Geografia de Lisboa e sócio correspondente da Academia Brasileira de Letras.”
Belíssima encadernação meia-francesa com ferros gravados a ouro na lombada.
Exemplar em bom estado de conservação. 
Conserva as capas de brochura.
Raro.
Indisponível
MALHEIRO DIAS, Carlos - EXORTAÇÃO À MOCIDADE. NOVA EDIÇÃO precedida de uma resposta à Carta-Prefácio do Sr. António Sérgio no seu livro «O DESEJADO». Lisboa, Portugal-Brasil : Sociedade Editora Arthur Brandão & C.ª, 1925. In-8.º de CVIII, 64, [2] p. ; B.
Reedição da  Exortação onde num longo prefácio, Carlos Malheiro Dias “rebate as afirmações do seu adversário [António Sérgio], que qualificou depreciativamente como racionalista, impedido pelos seus esquemas lógicos de reconhecer o exemplo nobre de D. Sebastião, “uma reencarnação do Portugal do séc. XVI”. Segundo Malheiro Dias, Sérgio possuía uma dupla personalidade: “Esta dupla personalidade com que se apresenta o sr. António Sérgio, de pedagogo e panfletário, de exaltador da serena Razão e de galhofeiro, insultador de heróis, ameaça incapacitá-lo para a missão pontifical que a sua megalomania literária pretende exercer” (Dias, 1925: XIX), criticando-o por reservar-se “o privilégio de  lavrar sentenças iníquas e de julgar um cavaleiro místico do século XVI – que por sua estrutura moral pertencia ao século XIV, - com a mentalidade da época do Registo Civil e do Grémio 5 de Outubro” (Dias, 1925: XXVII), numa clara referência às leis anti-clericais instituídas pela I República Portuguesa, implantada em 1910.”
(Fonte: Maria Mota, UNL)
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Assinatura de posse na f. rosto.
Invulgar.
10€

29 agosto, 2012

FERREIRA, José Maria de Andrade - TRADIÇÕES E PHANTASIAS : por... Lisboa, Livraria de Antonio Maria Pereira, 1862 [4], XX, [1], 235, [3] p. ; E.
1ª edição.
Colecção de contos, alguns de raiz histórica.
- A menina do mirante
- A sina de familia
- A semana Sancta - A filha perdida
- O Freixo
- A louca de S. Christovão
- Irmãos no infortunio
Belíssima encadernação em meia de pele com ferros a ouro na lombada. 
Conserva as capas originais.
Excelente exemplar.
Invulgar.
Indisponível
ANTOMVAMTOS – A TERRA E A HUMANIDADE NOS MEUS DIAS : e o que ha-de ser na minha volta, 260 anos depois, século 22.º na minha reencarnação : disse Antomvamtos. [S.l.], [s.n. – imp. na Sociedade Astória, Limitada], 1947. In-4º (24cm) de 904, [4] p. ; [25] f. il. ; B.
Contém ilustrações extratexto.
“Por aqui e seguidamente, entre infinitas espécies, estudareis comigo na minha volta, 260 anos depois destes dias, meus irmãos de Toda a Terra, o que são todos os Mundos imaginariamente sob formas orgânicas de Vida e índole dos seres aqui na Terra em especimens, e predominantes nos outros planetas.
E PORQUE AINDA NÃO PODEMOS ATINGIR, NESTE TEMPO A VISÃO DA VIDA UNIVERSAL?
Por que:
Sendo DEUS a Cabeça Suprema de Todo o Universo, movimentando todos os átomos ou Mundos, em obediência às suas leis elementares, como todos os seres irracionais ao limite – pré estabelecido – segundo a sua ordem e função no ambiente que actuam!
O homem ainda não compreendeu que:
Sendo o ser primordial com toda a responsabilidade na ordem do conjunto do Planeta Terroso, DETENTOR DO RACIOCÍNIO ESPIRITUAL, sob a visão do Pai – O GRANDE ARQUITECTO DO UNIVERSO: SE TEM QUE RESUMIR AS SUAS LEIS! – CRIAR!...” (excerto da parte final da obra)
Obra de índole maçónica, sem indicação de autor, publicada sob a capa de um anagrama – “Antomvamtos” – contém inúmeras referências, mais ou menos veladas à organização e sua simbologia.
Numa época em que as organizações secretas haviam sido banidas pelo Estado Novo*, este livro poderá ter contornado o crivo da censura pela sua aparência místico-religiosa.
*"(...) Em 19 de Janeiro de 1935, na recém-inaugurada Assembleia Nacional, o deputado José Cabral apresenta um projecto de lei proibindo todos os cidadãos portugueses de fazerem pare de associações secretas, sob pena de aplicação de penas várias que vão da pena de prisão ao desterro. Os candidatos à função pública e os funcionários públicos em funções são obrigados a jurar que não pertencem, nem jamais pertencerão a qualquer sociedade secreta. O projecto embora não o especifique dirige-se contra a Maçonaria. (...)"
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capa apresenta antiga mancha de humidade.
Muito invulgar.
Indisponível

28 agosto, 2012

ANTUNES, José Freire – A CADEIRA DE SIDÓNIO OU A MEMÓRIA DO PRESIDENCIALISMO. Mem-Martins, Publicações Europa-América, 1981. In-8º (21cm) de 192 p. ; il. ; B. Col. Estudos e Documentos, 176
Sidónio Pais (1872-1918). "Entrou na Escola do Exército em 1888 e alcançou a patente de Major de Artilharia em 1916. Doutor em Matemática pela Universidade de Coimbra em 1898 com a tese “Introdução à teoria dos erros das observações”. Catedrático de Cálculo Diferencial e Integral da mesma Universidade entre 1898 e 1918. Profere, em 1908, a oração de sapiência sobre a extensão universitária. Ministro do Fomento em 1911, das Finanças em 1911-1912, da Guerra e dos Negócios Estrangeiros em 1917-1918. Ministro Plenipotenciário de Portugal em Berlim (1912-1916). Presidente da República em 1917-1918." Morreu assassinado na Estação do Rossio.
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Com interesse histórico.
10€
VIDAL, Angelina - LISBOA ANTIGA E LISBOA MODERNA : elementos historicos da sua evolução. Lisboa, Typ. da Gazeta de Lisboa, 1900. In-4º grd. (22x28) de 176 p. a 2 colns. ; B. 
1ª edição
"Sobre sete collinas, outr'ora vestidas de olivêdos frondosos e actualmente apinhadas de predios bem dispostos, eleva-se imponente e donairosa a cidade de Lisboa, capital da Patria Portugueza e uma das mais formosas cidades da Europa.  Pela sua situação geographica, pelaa amplitude do seu esplendido Tejo, pelo natural encanto do seu clima, bem merece a admiração do estrangeiro, e o affecto dos nacionaes. Dilecta dos romanos, odalisca dos agarenos, tambem teve dos poetas christãos a consagração de princeza, e do grande Herculano a esculpturação na immortalidade esthética. (excerto do texto) 
Angelina Casimira do Carmo da Silva Vidal (1847-1917) “foi uma professora, jornalista e escritora que se empenhou na propaganda das ideias republicanas quer com discursos em muitos comícios – tendo ficado célebres dois no Porto em 1880 - , quer através dos jornais «O Sindicato», «Justiça do Povo» e «Emancipação» de que era proprietária e redactora. […] Como escritora escreveu prosa, poesia e teatro, sendo de realçar uma incursão na olisipografia com «Lisboa Antiga e Lisboa Moderna» (1900)...”  
Exemplar brochado com alguns defeitos. Capa e duas primeiras pags apresentam falha de papel, com afectação marginal do texto na 1ª p. texto.  
Raro, na sua edição original.
20€

27 agosto, 2012

RATTAZZI, Maria – PORTUGAL DE RELANCE. Traducção Portugueza (auctorisada pela auctora). Volume I [e Volume II]. Lisboa, Livraria Zeferino-Editora, 1881. 2 vols in-8.º (20cm) de [6], LXXVI, 193 p. e [4], 214 p. ; E. num único tomo.
1ª edição portuguesa
Inclui a dedicatória e o novo prefácio da edição portuguesa.
“Uma curiosa perspectiva do Portugal do final do século XIX, apresentada pela pena de Maria Rattazzi (1831-1902), resultado da sua permanência e viagens pelo país. Uma obra que aquando da sua publicação foi responsável por uma verdadeira tempestade em Portugal, na qual se envolveram, entre outros, Camilo Castelo Branco, Antero de Quental e Ramalho Ortigão.”
“Em 1879, há portanto 133 anos, a editora Dgorcet-Cadot de Paris publicou um livro da autoria da Princesse Ratazzi com o título Le Portugal à vol d’oiseau e o subtítulo Portugais et Portugaises. Maria Rattazzi, cujo nome de família era Maria Letizia Studolmire Wyse nasceu na Irlanda e era sobrinha-neta de Napoleão. Durante algum tempo adoptou o apelido do segundo marido, Urbano Rattazzi. Esteve em Portugal em 1876 e em 1879, onde conviveu com muitas figuras da política e da cultura. Logo em 1881 foi o seu texto publicado em Portugal, com o título Portugal de Relance, mas ainda em 1880, Antero se referiu ao texto publicado em França, em carta para João Lobo de Moura: “A Rattazzi, que passou dois Invernos a desfrutar os literatos de Lisboa, publicou agora um livro sobre Portugal, delicioso. Imagine uma parisiense descrevendo ao vivo, estes mirmidões. Não se fala noutra coisa e está tudo furioso”.
Trata-se de um magnífico retrato de Portugal e, em especial, da Lisboa deste tempo.”
“De todos os livros e relatos que se escreveram sobre o nosso país, o texto de Maria Rattazzi - Portugal de Relance - é o principal candidato ao estatuto de mais polémico. "prémio" a que não será alheio o tom, a displicência, o à-vontade e a irreverência com que a princesa tratou um tema tão caro aos portugueses, a sua própria pátria. Não é que o volume fosse apenas pródigo em falsidades - como o próprio título original parecia indiciar, um vol d'oiseau sobre Portugal - mas o que lá estava impresso provocou uma verdadeira fogueira de vaidades, com repercussão raramente vista no nosso meio cultural. A reacção negativa com que foi recebida a prosa da visitante ultrapassou em muito a habitual hospitalidade que é costume verificar-se no confronto com os regulares contributos dos estrangeiros que nos visitam. Neste caso, não existiram opiniões favoráveis, nem defensores para uma dama cujo comportamento era tido como bem leviano.”
Encadernação meia-francesa com ferros a ouro na lombada. Sem capas de brochura.
Exemplar em bom estado geral de conservação. Apresenta manchas de humidade nas páginas do 1.º vol., algumas delas alvo de restauro, sem no entanto afectarem o texto.
Raro na sua edição original, e muito procurado.
Com interesse olisiponense e camiliano.
Indisponível

26 agosto, 2012

SEQUEIRA, Matos – NO LEILÃO AMEAL : 31 de Março a 16 de Abril de 1924, Crónica amena de uma livraria a menos. Desenhos de Alberto Sousa. Lisboa, Emprêsa Editora e de Publicidade A Peninsular, L.da, 1924. In-8.º (20,5 cm) de 65, [1] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Exemplar da tiragem de 500 exemplares destinados a bibliófilos. (Foram editados mais 6 exemplares em papel couché que não foram postos à venda).
Ilustrado com belíssimas caricaturas de alguns conhecidos bibliófilos presentes no leilão, e a acompanhar, a sua descrição em verso.
"As crónicas que se vão ler foram publicadas de 3o de Marco a 16 de Abril último nas colunas de O Mundo e subscritas pelo nome já hoje aureolado de Matos Sequeira, o que dispensa bem qualquer apresentação ao público ledor. Convém porém aproveitar êste ensejo, que Matos Sequeira aliás não procurou e que outros entretanto sugeriram, para dizer que o presente volume visa a destacar e a arquivar, em condições de maior duração, as páginas singelas e bem humoradas em que o autor ilustre do TEMPO PASSADO anotou dia a dica, despretensiosamente, as fases de maior relêvo do recente leilão da livraria Ameal. As qualidades literárias de Matos Sequeira, comprovadas em dezenas de lances da sua vida de homem da pena, ressaltam, mais uma vez, nítida e brilhantemente nas suas crónicas que se seguem, e através das quais perpassa, num colorido espontâneo e gracioso de frase, a nota crítica, mordaz quand même, do grande acontecimento bibliográfico de 1924, que foi a liquidação da livraria Ameal*.
*Catálogo da Notável e Preciosa Livraria que foi do Ilustre Bibliófilo Conimbricense Conde do Ameal (João Correia Aires de Campos) redigida por José dos Santos. 774 págs. Pôrto 1924."
(Excerto da introdução de Luís Derouet)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Invulgar.
Indisponível
ALMA NACIONAL. Director: Antonio José d’Almeida. Lisboa, [Composto e Impresso na typ. «A Editora»], 10 de Fevereiro de 1910 e 29 de Setembro de 1910. 34 números in-4.º (27cm) de 541 págs em numeração contínua ; il. ; E.
Colecção completa.
Ilustrado com dois sugestivos desenhos de Francisco Valença em dupla página - a "A Situação Política" e "A Missa Negra".
A revista republicana Alma Nacional surge em Fevereiro de 1910, sob a direcção de António José de Almeida. Teve 34 números e foi editada semanalmente até 29 de Setembro de 1910, a 7 dias da revolução de Outubro. Propunha o director que a revista fosse a “crónica severa, e ao mesmo tempo agitada, da nossa vida e a precursora da pátria nova; (…) uma revista patriótica e um órgão de solidariedade universal, (…) arma de combate contra a monarquia, elemento de educação para o povo e instrumento de propaganda nacional, (…) Não será uma obra truculenta, mas um grito de indignação e de revolta (…) será a revista de todos, da plebe, dos trabalhadores, dos oprimidos de hoje.”»; (…) «urge uma nova religião e um novo altar, um credo e uma fé republicana, um grande credo humanista que possa secularizar o cristianismo. Assim, o partido republicano tem de abalar o arcaboiço da sociedade velha…destruir o regime, deitar abaixo a monarquia, o Portugal brigantino, afastar o entulho monárquico, o guano clerical, os quatro séculos de jesuitismo.»”
“Periódico republicano de referência, cultural e doutrinário, indispensável ao estudo e compreensão históricos da primeira década do século XX português, e nomeadamente a génese e a implantação da República. Colaboração, entre outros, de Guerra Junqueiro, Basílio Teles, Teófilo Braga, Agostinho Lemos, Miguel Bombarda, Teixeira de Queirós, Tomás da Fonseca, Raul Proença, Manuel de Sousa Pinto, Aquilino Ribeiro, etc., para além de vastíssima intervenção escrita do próprio António José de Almeida.”
António José de Almeida (1866-1929). “Único Chefe de Estado da I República que cumpre os quatro anos de mandato [1919-1923] que a Constituição definia. Ainda no período da Monarquia Constitucional, já era um elemento marcante do republicanismo português. Após a proclamação da República, foi um dos líderes políticos mais influentes. Com poderes de dissolução do Parlamento, que utiliza por duas vezes, o seu mandato foi extremamente agitado, com sucessivas e graves crises governativas.”
Encadernação em meia de percalina com dourados na lombada. Sem as capilhas de protecção dos fascículos.
Exemplar em bom estado geral de conservação. Dedicatória autógrafa (ilegível) de oferta à “Biblioteca do Sporting C. Portugal”. Selo na lombada. Carimbo de posse da Biblioteca do Sporting Club de Portugal na 1.ª p. do 1.º número.
Invulgar e muito procurado.
Com interesse histórico.
Indisponível

25 agosto, 2012

FERREIRA, José Gomes – TEMPO ESCANDINAVO : contos. Lisboa, Portugália Editora, 1969. In-8.º (19 cm) de 225, [7] p. ; B.
1.ª edição.
Capa de João da Câmara Leme.
Livro valorizado pela bonita dedicatória autógrafa do autor, datada de Novembro de 1969, a Maria Teresa Horta.
José Gomes Ferreira. "Escritor português nascido a 9 de junho de 1900, no Porto, e falecido a 8 de fevereiro de 1985, em Lisboa. Licenciou-se em Direito em 1924, na Universidade de Lisboa, e foi cônsul na Noruega de 1926 a 1929. Da sua escrita ressalta uma grande preocupação humanística, com constante atenção aos problemas do nosso tempo, glosando temas como a liberdade, a dignidade humana e a solidariedade para com os outros, sobretudo no sofrimento. Foi Presidente da Associação Portuguesa de Escritores em 1978."
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capas sujas; miolo excelente.
Invulgar.
Indisponível

24 agosto, 2012

[CALMEL, Jean-Jacques-Joseph] - METHODO // DE // SER FELIZ, // OU // CATECISMO // DE MORAL, // ESPECIALMENTE // PARA USO DA MOCIDADE; // Comprehendendo os deveres do // Homem, e do Cidadaõ, de qual- // quer Religiaõ, e de qualquer // Naçaõ que seja. // Versaõ do Francez para o Idioma // Vulgar. // Por G. E. F. // COIMBRA: // Na Real Impressaõ da Universidade. // Anno de 1787. // Com Licença de Real Mesa Censoria. In-8º (15cm) de xii, 160 p. ; E.
"A Sciencia mais util, e a mais indispensavel he sem contradiçaõ, a Sciencia da Moral; porque ella só he quem pode verdadeiramente fazer o homem feliz. Com tudo, podêmos certamente dizer com Mr. d'Alembert que he ella a quem se confere menos honra nas nossas Escholas. [...] Nas modernas Sociedades, podêmos nós ajuntar, achaõ-se regras para todas as ordens de Cidadaõs; para o Sacerdote, o Magistrado, o Militar, o Commerciante, o Artifice, porem tudo para os homens feitos; nada, ou quasi nada para os meninos. Como porem se poderá cuidar em construir o tecto a hum edeficio, antes de lhe lançar os seus alicerces? Os costumes saõ taõ essenciaes á felicidade do homem, como o ar á sua conservaçaõ. [...] Hum Catecismo de Moral, para uzo, e á comprehensaõ da mais tenra mocidade, seria pois o meio mais efficaz de talvez multiplicar na Sociedade os homens virtuosos; e os homens virtuosos saõ as mais firmes columnas dos Imperios." (excerto do prefácio)
Encadernação coeva inteira de carneira com rótulo e ferros a ouro.
Exemplar em bom estado de conservação. Lombada com defeitos.
Raro e muito curioso.
Peça de colecção. 
Indisponível
PORTUGAL : OITO SÉCULOS DE HISTÓRIA AO SERVIÇO DA VALORIZAÇÃO DO HOMEM E DA APROXIMAÇÃO DOS POVOS. Lisboa, Comissariado Geral de Portugal para a Exposição Universal e Internacional de Bruxelas de 1958, 1958. In-4º (27cm) de 316, [6] p. ; mto il. ; B.
Direcção Literária de Luis Teixeira; Direcção Gráfica de Bernardo Marques; Fotografias de Mário Novais, Horácio Novais e Santos de Almeida.
Edição impressa em papel de qualidade superior, de boa qualidade gráfica e profusamente ilustrada. 
Contém o retrato do General Francisco Higino Craveiro Lopes, Presidente da República Portuguesa.
"Esta obra, publicada por iniciativa do Comissariado Português da Exposição Universal e Internacional de Bruxelas de 1958, vai, de algum modo, ser um complemento da participação de Portugal nessa grande manifestação. Os colaboradores para ela escolhidos, provenientes dos sectores mais variados da vida portuguesa, esforçaram-se por acatar uma unidade de concepão e de método. [...] Sem nos esquecermos do seu passado glorioso [de Portugal], evocamos o seu labor da actualidade, a prolongar-se nos seus territórios de Além-Mar. E resumimos, também, os projectos estabelecidos para o futuro do nosso País, país em plena evolução e com uma cultura e uma língua que por todo o mundo se espalham." (excerto da introdução de José Penha-Garcia, Comissário Geral para a Exposição)
Matérias:
Um Povo na Terra - Prof. Orlando Ribeiro
Factores da Independência Nacional - Prof. A. A. Mendes Correia
Ao Serviço da Humanidade - Prof. Damião Peres
Idioma e Cultura - Prof. Hernâni Cidade
Organização Política
Organização do Trabalho e Previdência Social - Dr. A. J. da Motta Veiga
Actividade Económica - Dr. Francisco Pereira de Moura
Letras e Artes Contemporâneas:
A Literatura - Luís Forjaz Trigueiros
As Artes Plásticas - Diogo de Macedo
A Música - Dr. João de Freitas Branco
Assistência Social - Dr. Fernando da Silva Correia
O Turismo - Luiz Teixeira
Portugal Ultramarino - Prof. Adriano Moreira
Unidade da Nação Portuguesa - Comodoro Sarmento Rodrigues  
Exemplar Brochado em bom estado de conservação.
Invulgar e muito apreciado.
Indisponível

23 agosto, 2012

BOTTO, António - ISTO SUCEDEU ASSIM... Lisboa, Argo, 1940. In-8.º (19cm) de 36, [12] p. ; B.
1.ª edição.
Manuel:
Fui eu que a matei. Fui eu! E sinto a necessidade de confiar a alguém êste segredo.
Estou a ver a tua cara, estou a ver-te surpreendido, meu grande e querido amigo! Sim: Tudo está dentro de nós.
Mas, espera, tem paciência, e lê todo êste relato, esta dramática história em que eu sou o principal protagonista, - o desgraçado protagonista!

(Excerto da 1.ª parte do texto)
António Botto. Poeta, ficcionista e autor dramático português nascido a 17 de agosto de 1897, em Casal da Concavada (Abrantes), e falecido a 17 de março de 1959, no Rio de Janeiro. Começou por ser empregado numa livraria de Lisboa e, depois de uma curta estadia em Angola, foi funcionário público, até, em 1942, ser expulso do cargo que ocupava e optar por um exílio voluntário no Brasil. O seu nome encontra-se associado ao modernismo português, tendo recebido de elementos do Orpheu palavras de encarecimento, nomeadamente de Fernando Pessoa - que traduziria para inglês as Canções - e Raul Leal, admiração que transitaria para o segundo modernismo em estudos de Régio e Casais Monteiro. Projetado como caso público, após a apreensão do segundo volume de Canções (1922), o confessionalismo amoroso dessas composições, colocado ao serviço de uma homossexualidade assumida, gerou uma acérrima polémica de teor essencialmente moral em torno da sua postura literária. […] António Botto possui ainda uma faceta menos considerada como autor dramático, com melodramas de inspiração populista e naturalista. […] É ainda autor de obras de literatura infantil, tendo redigido pequenas narrativas exemplares para crianças nas quais predominam a fantasia, um tom ingénuo e coloquial.”
(Fonte: infopedia.pt)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Invulgar e muito apreciado.
Indisponível

21 agosto, 2012

OLIVEIRA, Lopes d’ – HISTÓRIA DA REPÚBLICA PORTUGUESA : A Propaganda na Monarquia Constitucional. Lisboa, Editorial Inquérito, 1947. In-8º grd. (22cm) de 384, [4] p. ; B.
Matérias:
Origens da Democracia em Portugal – O Partido Republicano até à primeira ditadura do engrandecimento do poder real.
O «Ultimatum» e a primeira ditadura do engrandecimento do poder real tornam revolucionário o Partido Republicano – De 31 de Janeiro à segunda ditadura.
A segunda ditadura do engrandecimento do poder real, a Coligação Liberal, a apostasia do Progressismo – A desorganização do Partido Republicano.
Reorganização do Partido Republicano, que, sob a chefia de Berbardino Machado, se afirma como partido de governo – Desagregação dos partidos rotativos – A terceira ditadura do engrandecimento do poder real consuma a dissolução do Constitucionalismo monárquico.
O termo da propaganda doutrinária e o período revolucionário.
José Lopes de Oliveira (1881-1971). “Nascido em Mortágua, bacharel em Direito, professor de História e Geografia no Liceu de Viseu (e no Passos Manuel, onde chega a reitor) e director da Escola Normal de Lisboa, maçon (Ir. Rousseau, iniciado na Loja Portugal, de Coimbra), chefe de gabinete de Bernardino Machado, escritor e historiador interessante, com vasta obra publicada e curiosa participação em diversos periódicos (jornais e revistas).”
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capas oxidadas.
Invulgar.
Com grande interesse histórico.
20€

20 agosto, 2012

MARÇAL, Rafael - OS MARÇAIS DE FOSCOA. Lisboa, Edição do Autor [imp. Imprensa Beleza], 1934. In-8º (20cm) de 271, [1] p. ; [5] f. il. ; B.
Com a reprodução de uma pedra de armas na capa de brochura.
Contém 5 fotogravuras em extratexto, 3 de retratos dos biografados.
Obra de interesse relevante para o estudo das guerras civis do século XIX e das prolongadas lutas liberais, entre os partidários de D. Pedro e D. Miguel - com especial incidência nas região duriense, transmontana e beirã - e o papel e participação que nelas tiveram os irmãos António Joaquim, Manuel e João Marçal.
"Os Marçais, os famosos campeadores das lutas pela liberdade, políticos de saliente recorte como a aura popular os trouxe enlevadamente aos nossos olhos, guerrilheiros heróicos «de valor, lealdade e mérito,» conforme o rígido formalismo dos diplomas régios que lhes puseram ao peito fortes e refulgentes condecorações, e apenas conceituados como truculentos, sanguinários e brutais num comunicado dado à estampa no orgão setembrista adverso, perturbadora opinião que veio até nós com foros de veracidade por vias contemporâneas pouco exemplares, tiveram por berço natal Vila Nova de Foscoa." (excerto da 1ª parte do texto)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Invulgar.
Com interesse histórico.
Indisponível
SARAMAGO, José - O EMBARGO. Ilustrações de Fernando de Azevedo. Lisboa, Estudios Cor, 1973. In-8º (18,5cm) de 29, [3] p. ; [2] f. il. ; B.
1ª edição.
"No conto "Embargo", é um automóvel que adquire vida e autoconsciência, quando motivações políticas e econômicas ameaçam privá-lo de seu sustento básico, que é o combustível. O embargo do petróleo traz à superfície histórica o homem como um dependente do carro, exposto que está às dependências criadas pela civilização. O episódio, aparentemente simples, é estirado sobre o patológico, e sob, onde um corpo se entala sem saídas, suportando as angústias de hábitos que estão ameaçados. 
A dilatação verbal do simples transforma-se em tensão dramática, em problema, em crítica e humor, numa anatomia humana em que o ridículo é bisturi. Tudo isto nos é dado por uma estrutura narrativa que se oculta nos planos sintagmáticos e paradigmáticos da palavra, como se a narrativa, enquanto comunicação, tivesse que subjugar-se às estruturações da palavra e não aos códigos narrativos." (in passeiweb.com)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Edição original, já pouco vulgar.
50€

19 agosto, 2012

TELLES, Bazilio - A FRANÇA E A GUERRA DE 70. Porto, Casa Editora de Figueirinhas & C.ª, 1916. In-8.º (18,5cm) de 78, [2] p. ; B.
1.ª edição.
Matérias:
A Confederação da Allemanha do Norte. O despacho d'Ems e a declaração da guerra pela França.
Digressão opportuna: povos imperialistas; povos humanistas.
A campanha de 70: planos e forças dos dous adversários; da fronteira até Pariz; a situação de Pariz e da República; os exércitos de Gambetta.
Ensinamentos da guerra de 70: O Francez deante do Allemão e do Inglez.
A Europa do Norte e do Sul. Sendo vencida, a França reagirá como a Ingalterra e a Allemanha outr'ora?
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capas apresentam manchas de oxidação.
Invulgar.
10€

18 agosto, 2012

QUEIROZ, Eça de - PRIMEIRO DE MAIO. Ilustrações de João Abel Manta. Lisboa, «O Jornal», 1979. In-fólio (30cm) de 18 p. ; il. ; B.
1ª edição.
Contém 4 belíssimos desenhos de João Abel Manta alusivos ao texto, com o retrato caricaturado de Eça em 1º plano, e a reprodução da 1ª página da «Gazeta de Notícias».
"A crónica de Eça de Queiroz que agora se publica, e que apareceu há 87 anos na Gazeta de Notícias do Rio de Janeiro, foi até 29 de Maio de 1977 - data em que a apresentámos aos leitores do semanário O Jornal - um texto inteiramente desconhecido em Portugal. Graças à referência que encontrámos nessa obra preciosa e monumental que é a Bibliografia Queirociana do poeta e ensaísta galego Guerra da Cal, foi-nos possível a sua recolha na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro." (excerto da nota de abertura)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Invulgar.
15€

17 agosto, 2012

NUNES, Manuel – AS MEMÓRIAS DE UM AGENTE DA POLÍCIA. O chefe Pereira dos Santos contou-me a sua vida. Lisboa, Editora Marítimo-Colonial, 1945. In-8º (19cm) de 291, [5] p. ; il. ; B.
Ilustrado em separado com fotogravuras do chefe Pereira dos Santos
Interessante livro de memórias do “Super-polícia” Pereira dos Santos, pejado de episódios, na sua grande maioria, dos anos que se seguiram à implantação da República, com a participação de algumas personalidades da época, entre outros, Brito Camacho, Afonso Costa, João Franco, Bernardino Machado, Homem Cristo, Sidónio Pais, etc. Contém memórias sobra a organização da Policia Preventiva.
Matérias:
Quem é Pereira dos Santos? O segredo de Brito Camacho. Pereira dos Santos, moço de fretes. O primeiro polícia da República. Como se assaltavam as “batotas”. Afonso Costa e João Franco. Um drama em Estói. O chefe Pereira dos Santos condenado. A campainha do Marquês de Pombal. É preciso prender um. Noblesse oblige! Uma greve operária. A expulsão de Homem Cristo. Um episódio do 14 de Maio. Pereira dos Santos passador de notas falsas. Os amigos são para as ocasiões. Um atentado ao “Sud”. Um cão descobre um crime. A “hidra” no tempo de Liberato Pinto. Atentado frustrado. Uma ordem secreta de Sidónio Pais. As madrugadas do Sr. Bernardino Machado. “Todos ficamos servidos”. O que anda aqui a fazer? “Condessas” a dez contos. O mistério de um crime. Um homem misterioso. Segredo trágico. A arte ao serviço do crime. Madame Brouillard. Policia ou carteirista? O amor não é uma bola. Cuidado com as assinaturas. Os “órfãos” inconsoláveis”. A carteira de Maeterlinck. O bébé Lindberg não foi raptado? O falso Dr. Jacinto Simões. A quadrilha do presidiário. Três incêndios misteriosos. Lisboa por dentro. A sorte grande no Limoeiro. Coisas que sucedem. Matei o professor Gueifão! Amor a quanto obrigas. A polícia também teu coração. O roubo do Ministério das Subsistências. Um automóvel esquerdista. Coma se fazem notas. A estreia de Pereira dos Santos. As botas do padeiro. Alexandre Braga ataca Pereira dos Santos. Um falso denunciante. A arte de enganar o próximo. Quem matou? Romance de uma rapariga pobre. A luta contra os falsários. Um caso de “chantage”. As libras do inglês. Uma aventura amorosa. Nota final.
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Invulgar. 
Indisponível

16 agosto, 2012

CÉRTIMA, António de - EPOPEIA MALDITA. O drama da Guerra d'África: que foi visto, sofrido e meditado pelo combatente... Lisboa, Portugal-Brasil - Depositária, M. CM. XXIV. [1925]. In-4.º (26,5cm) de 276, [18] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Capa do Pintor Martins Barata.
Clichés do texto do Tenente Alexandre Castelo Branco.
Publicada em 1925 - apesar de no frontispício constar 1924 -, esta edição/3º milhar possui um "Aditamento" do autor e a reprodução de um artigo sobre a Epopeia Maldita da autoria do General Gomes da Costa, bem como um "punhado de opiniões ilustres" colhidas de artigos de jornais e da correspondência do autor com algumas personalidades do meio literário e cultural, e camaradas de armas. 
"(…) Dizia Stendhal, que a arte de mentir se aperfeiçoara muito no seu tempo; que diria ele se hoje aparecesse nesta nossa boa terra de Portugal? Porque, mentir, passou a ser uma necessidade entre nós, desde que se criaram as clientelas para apoio de um chefe que lhes dê de comer. A mentira adopta, agora, formas vagas, genéricas, vesgas, imprecisas, difíceis de incriminar e, sobretudo, de refutar (…) Todos fingem pretender que só se diga a verdade, mas quando alguém de coragem a revela, todos lhe saltam em cima, injuriando-o, abafando-o, repelindo-o. Numa Nação de iletrados, onde a opinião pública é representada por dois ou três jornais políticos, a Verdade anda escondida pelos cantos, e só muito tarde se resolve aparecer (…) Quando algum fracasso ocorre, não hesitam em atirar com as culpas para cima dos outros; e é este o caso da guerra, e particularmente da guerra de África, em que se procuram atribuir culpas do tremendo desastre aos pobres dos soldados e aos graduados inferiores. Cheia de verdade é “A EPOPEIA MALDITA”, e por isso mesmo tem esse livro raro valor. A miséria que descreve, escritor algum seria capaz de as inventar (…) O que se passa em África foi o mesmo que se passou em França, apenas com a diferença de nesta se não sentirem privações - graças à administração britânica; porque se estivéssemos entregues a nós mesmos, a catástrofe teria sido horrorosa (…) Em África, vemos os chefes e a sua claque, na base, comendo, bebendo, passeando, gozando, estendidos nas preguiceiras de verga, abanados pelos moleques, tomando limonadas ou “whisky and soda” bem gelados; o resto, a canalha, os párias - rotos e sujos, debaixo dum sol de inferno, sem pão, sem água, sem medicamentos, atolados nos lodos do Rovuma, trocando tiros com o inimigo pela honra de uma Pátria cujos destinos estavam nas mãos de inconscientes, ou ignorantes, ou perversos (…) Mas no fim, ao terminar a guerra, aparecem, numa evidência balofa, os videirinhos, assaltando os lugares de rendimento, reforçando as clientelas dos deuses de ocasião, cobrindo-se uns aos outros de condecorações e afastando os que poderiam incomodá-los, caluniá-los,e, entre estes, até os pobres mutilados, que eles só aproveitam para os explorar em exibições públicas, colocando-os à sua frente (…) O livro “A EPOPEIA MALDITA” é a reacção salutar contra a mentira de África, é um livro de coragem absoluta, é um livro de Verdade! Porque, os que, como eu, viram em Mocímboa da Praia, ao terminar a guerra, as montanhas de pneus, os centos de automóveis, os rios de águas minerais e de vinho, as máquinas de toda a espécie, algumas das quais nem tinham quem delas se soubessem servir; os refrigeradores, as toneladas de víveres que, estragados pelo tempo, tiveram de ser atirados ao mar, indo envenenar o peixe da baía; as cruzes de pau dos cemitérios, abandonados, dos nossos soldados; quem viu tudo isto, é que pode compreender bem o que é “A EPOPEIA MALDITA”, e revoltar-se contra a inépcia, incapacidade, incúria, desleixo, estupidez e desumanidade dos que, com os meios de acção mais poderosos que nenhuma outra expedição portuguesa teve em África, deixaram devastar e destroçar à fome e à sede, esses pobres soldados de Portugal! (...) Mentira! Tudo Mentira! Ninguém quer a Verdade, porque a Verdade, como a luz, ofusca essas aves sinistras que se governam a si, fingindo governar a Nação. Políticos da força dos básicos de Mocimboa da Praia, comendo e bebendo em repetidos banquetes, sem que lhes perturbe as digestões a lembrança dos que a esta hora dormem nos cemitérios de França e de África, vítimas da sua incapacidade e da eterna falta de preparação do exército (…) Mentira só possível num País onde o Povo, bestializado por uma secular vida de submissão, consente que o crucifiquem sem soltar, sequer um grito. É esta a lição que se tira da leitura deste livro soberbo de Verdade, escrito por quem viu e sentiu bem a guerra em todo o seu horror!(…)" (excerto do artigo do General Gomes da Costa) 
António de Cértima (1894-1983). "Teve como nome de baptismo de António Augusto Gomes Cruzeiro, mas cedo adoptou o pseudónimo António de Cértima. Nasceu a 27 de Julho de 1894, no lugar da Gesta, Freguesia de Oiã, Concelho de Oliveira do Bairro. Filho de António Francisco Cruzeiro e de Teresa Pereira Gomes. Fez a instrução primária na sua terra natal, seguindo depois para o liceu de Aveiro. Em 1915 ingressou no serviço militar, integrado nas campanhas de África, em Moçambique, terminando em 1918. Após o seu regresso ao Continente Europeu continuou os seus estudos, terminando o curso de Direito e adquirindo conhecimentos de línguas estrangeiras, nomeadamente Francês, Espanhol, Inglês, Italiano e línguas árabes. Ainda de tenra idade começa a escrever em jornais da região e em 1914, publica o seu primeiro livro "Marília", (uma peça de teatro). Em 1925, ingressa na vida Diplomática, como Vice-cônsul no Suêz, onde da sua acção neste consulado pouco se sabe, terminando em 18 de Outubro de 1926, sendo nomeado nesta mesma data, Cônsul de Portugal em Dakar, onde permaneceu até à sua passagem para o consulado de Sevilha pela nomeação de 30 de Maio de 1932, onde permanece até à exoneração a seu pedido em 12 de Maio de 1949. A sua acção diplomática distingue-se pela sua integração cultural na região e pelo empenhamento que teve em levar o nome de Portugal, não esquecendo o incentivo das exportações Portuguesas para aquelas regiões. Aquando da sua permanência em Sevilha, que coincidiu com o período da guerra civil espanhola, foi notável o seu grande humanismo. A sua presença naqueles consulados, levou a que fosse considerado ao nível internacional como um grande Embaixador da Cultura Portuguesa e um diplomata de reconhecido valor internacional. Deixou a Vida Diplomática em 1949 regressando a Portugal onde ingressou como gerente de uma empresa em Lisboa. O seu conceito internacional levou a que continuasse a ser mediador de Portugal em situações que a governação Portuguesa sentisse necessitava. Esteve sempre atento a vida Nacional e Internacional. Enquanto novo e na Região da Bairrada, pertenceu à Plêiade Bairradina, grupo que integrava outros escritores e artistas desta região. Foi sócio da Sociedade Portuguesa de Geografia. Faleceu no Caramulo em 20 de Outubro de 1983."
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação, com defeitos nas capas e na lombada.
Muito invulgar.
Com interesse histórico. 
Indisponível

15 agosto, 2012

EDITAL. // O PRINCIPE NOSSO SENHOR // mandou expedir á Meza do Desembargo do Paço o Decreto // do theor seguinte. [Lisboa, NA REGIA OFFICINA TYPOGRAPHICA, 1799]. In-fólio (31cm) de 1 f.
Edital setecentista mandado publicar pelo príncipe regente D. João, futuro rei D. João VI, em favor do perdão dos presos que não tenham cometido crimes graves.
"Hei por bem fazer mercê aos Prezos, que estiverem por Causas Crimes nas Cadeias públicas dos Distritos da Relação de Lisboa, e da do Porto, não tendo Parte mais do que a Justiça, de lhes perdoar livremente, por esta vez, todos, e quaesquer crimes, pelos quaes assim estiverem prezos, exceptuando os seguintes, pela gravidade delles, e convir ao serviço de Deos, e dos seus Santos: Inconfidencia: Moeda falsa: Testemunho falso: Matar, ou ferir, sendo de proposito, sendo com arcabuz, ou espingarda: Dar peçonha, ainda que morte se não siga: Morte commettida atraiçoadamente: Quebrantar prizões por força: Pôr fogo acintemente: Forçar mulheres: Soltar prezos a Carcereiros, por vontade, ou peita: Ferimento de qualquer Juiz, ou pancadas, posto que Pedaneo, ou Vintenario seja, sendo nobre seu Officio: Ferir alguma Pessoa tomada ás mãos: Furto que passe de hum marco de prata..." (excerto do texto)
Exemplar em bom estado de conservação.
Invulgar.
Indisponível

14 agosto, 2012

FONSECA, Quirino da - A CARAVELA PORTUGUESA E A PRIORIDADE TÉCNICA DAS NEVEGAÇÕES HENRIQUINAS. I Parte [e II Parte]. Lisboa, Ministério da Marinha, 1978. 2 vols in-8.º grd. (22,5cm) de [22], 362, [2] p., [76] f. il. e [10], 257 p., [76] f. il. ; B. Colecção Documentos, 20/21
Com comentário preliminar de João da Gama Pimentel Barata.
Contém 152 (76+76] estampas em extratexto.
"É na presente obra que a erudição do comandante Quirino da Fonseca atinge a culminância, dela ressaltando a vivacidade do seu espírito que, sobrepondo-se às enormes dificuldades da época na consulta, estudo e angariação de elementos de trabalho, produziu acerca da caravela portuguesa obra completa que ainda hoje constitui elemento básico a que recorrem os estudiosos deste e de outros tipos de embarcação." (excerto da introdução)
Henrique Quirino da Fonseca (1868-1939). Nasceu em Santa Luzia, no Funchal, a 20 de Março de 1863. Tendo frequentado a Escola Naval entre 1888 e 1892, veria grande parte da sua carreira militar subsequente desenrolar-se nos territórios ultramarinos africanos. Em 1897 assumiu as funções de ajudante de campo do Governador-Geral de Angola, acumulando com o cargo de secretário do governo do Congo. Em 1916, sendo imediato do cruzador “Adamastor”, foi nomeado comandante da esquadrilha de operações no Rovuma, tendo a sua acção merecido a atribuição da Cruz de Guerra. Voltaria a Moçambique, como Segundo Comandante do Batalhão de Marinha, entre 1918 e 1919. Desta sua experiência deixou memória escrita no artigo “A Campanha Contra os Alemães na África Oriental”, publicado em 1918 nos Anais do Clube Militar Naval. Exerceu o comando das canhoneiras “Limpopo” e “Cacongo”, do navio-depósito “Bartolomeu Dias” e do cruzador “República”, assim como do Batalhão de Marinha. Em terra, chefiou as secretarias da Intendência do Arsenal de Marinha e da Superintendência dos serviços da Armada. [...] A sua faceta mais conhecida é, no entanto, a de historiador, tendo deixado obras que ainda hoje são referência no domínio da Arqueologia Naval, como é o caso de Os Portugueses no Mar (1926) e A Caravela Portuguesa (1934) [...] Faleceu em Lisboa, a 6 de Dezembro de 1939."
Exemplares brochados em bom estado de conservação.
Obra de referência.
Com interesse histórico e bibliográfico.
Indisponível

11 agosto, 2012

MARINHA DE GUERRA PORTUGUESA. Lisboa, [s.n. - Comp. e Imp. na Sociedade Industrial de Tipografia, Limitada], 1962. In-4º (26cm) de 110, [1] p. ; mto il. ; B.
Contém os retratos do "Contra-Almirante Américo Deus Rodrigues Thomaz, Presidente da República Portuguesa", do "Prof. Doutor António de Oliveira Salazar, Presidente do Conselho de Ministros e Ministro da Defesa Nacional" e do "Contra-Almirante Fernando de Quintanilha e Mendonça Dias, Ministro da Marinha".
Edição muitíssimo ilustrada no texto com fotografias de grande valor histórico e documental: vistas aéreas de instalações da Armada; paradas e desfiles; as unidades navais da Armada Nacional, antigas e modernas - submersíveis, fragatas, navios-patrulha, contra-tropedeiro, dragas-minas, caça-minas, navios-hidrográficos, navios-escola, etc. - e no capítulo X, a "lista de unidades em construção", "unidades cuja constução já foi autorizada" e o "programa de novas construções"; exercícios simulados de guerra de desembarque de fuzileiros especiais e de luta anti-submarina, etc.
Exemplar brochado, com as capas plastificadas, em bom estado de conservação. Assinatura de posse na f. anterrosto.
Invulgar.  
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