29 abril, 2014

O TESTAMENTO. Artigos publicados por E. N. no jornal «Novidades». A respeito do testamento de Sua Magestade el-rei D. Fernando. Com uma introducção pelo editor. Lisboa, Typographia das «Novidades», 1886. In-8.º (18 cm) de 48 p. ; B.
1.ª edição.
Em 1869, D. Fernando II casou-se pela segunda vez, morganaticamente, com Elise Hensler, feita Condessa d'Edla, que era uma cantora de ópera e mãe solteira, a quem deixaria como herança as suas propriedades situadas no concelho de Sintra, incluindo o Palácio da Pena, o Castelo dos Mouros, etc. Essas disposições testamentárias provocaram espanto e indignação geral. O presente opúsculo reproduz a polémica que deu brado na época.
"A publicação do testamento de el-rei D. Fernando produsiu uma fortissima impressão de doloroso espanto.
Que nos lembre, nunca se estabeleceu uma corrente tão acentuada e tão unanime. Os aulicos lamentam a desconsideração feita á familia real, os pobres o esquecimento das suas amarguras, e todos os que uma vez foram á Pena - isto é, toda a gente! - não se poderem conformar com a idéa de vêr aquella maravilha passar a mãos estrangeiras...
Porque a verdade é esta. O que escandalisou o publico não foi que o sr. D. Fernando contemplasse no seu testamento a sua esposa morganatica. Foi que lhe destinasse a Pena, que todos queriam que fosse da familia real, com o pensamento reservado e em parte justissimo, de ser um pouco para cada um de nós. Assim, passando para uma estrangeira, parece que nos tiraram a todos alguma coisa que nos pertencia. Quando foi conhecida essa parte do testamento sentimos a sensação dolorosa e irritada de quem se vê subitamente roubado! [...]
D. Fernando é desculpado por uns e accusado por outros. Todos, porém, são accordes, em julgal-o sob o predominio d'uma influencia funesta."
(Excerto da introdução)
"Eu, rei D. Fernando, faço este meu testamento cerrado, e disposição da minha ultima vontade, nos termos seguintes:
Professo a religião catholica-apostolica-romana, na qual sinceramente creio e com cuja fé professo morrer.
Declaro que nasci em Vienna (Austria), e que sou filho do duque de Saxe Coburgo Gotha e da duquesa Antonia de Saxe Coburgo Gotha (princesa de Kohary); que fui casado em primeiras nupcias com a rainha de Portugal, D. Maria II. [...]
Declaro que em segundas nupcias sou casado com a senhora D. Elysa Frederica Hensler, condessa d'Edla, tendo tido llogar o nosso consorcio no dia 10 de junho do anno de 1869, na capella real da serenissima senhora infanta D. Izabel Maria, em Bemfica, não tendo precedido contracto ante-nupcial. [...]
Portanto, constituo a minha muito amada esposa a senhora condessa d'Edla legataria de tudo de que per lei posso dispôr. Quero que nos bens que couberem a minha esposa se comprehendam os seguintes: moveis, objectos de arte, pratas, loiças, quadros, etc., que se acham nos aposentos occupados pela minha esposa, ou todo ou parte, á sua livre escolha, todas as minhas propriedades situadas no concelho de Cintra, taes como, palacio da Pena e pertences, incluindos os chalets, castello dos Mouros, quinta da Abelheira e pertences, S. Miguel e pertences, as tapadas ultimamente compradas, incluindo a tapada nova dos Capuchos, assim como a mobilia, prata, loiças, e mais recheio do palacio da Pena, dos chalets e das outras casas acima mencionadas. [...]
Tendo durante a minha vida dado quanto me foi possivel para fins de beneficiencia, não deixo economias, por isso, para não prejudicar os meus herdeiros não posso contemplar com legados quaesquer estabelecimentos ou instituições, o que sinceramente sinto, pela grande e leal dedicação e verdadeira affeição, que sempre consagrei a esta nação, á qual sou immensamente grato pelo modo como me acolheu e sempre me tratou."
(Excerto do Testamento de D. Fernando II)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Muito raro.
Indisponível

28 abril, 2014

[JENKINS, Edward] - GINX'S BABY, O ENGEITADO : seu nascimento e mais desastres. Traduzido do inglez por J. D. Ramalho Ortigão. Volume I [e Volume II]. Porto, Imprensa Portugueza, 1874. 2 vols in-8º (16,5cm) de 304 p. (numeração consecutiva nos dois vols) ; E. num único tomo. Col. Bibliotheca da Actualidade, 9, 10
1.ª (e única) edição portuguesa, traduzida por Ramalho Ortigão. Trata-se de um romance de costumes; sátira social, publicada originalmente em Inglaterra, em 1870, e que se tornou rápidamente num best-seller no seu país de origem.
O livro descreve uma criança que nasceu na pobreza, na Londres proletária do final do século XIX, e que se tornou vítima de instituições rivais.
"Ginx's Baby era filho de Ginx e - coincidencia não isempta de bastantes excepções - de sua legitima mulher, a snr.ª Ginx. Ginx's Baby pertencia ao sexo masculino.
Quando o nosso heroe nasceu, o snr. e a snr.ª Ginx moravam em Westminster, Rozemary Street, n.º 5. O ente dado á luz no dito logar não era o unico individuo da especie humana ao qual este nome de Ginx's Baby (filho de Ginx) se puzesse ou tivesse posto. Ginx tinha-se casado em Betsy Hicks, na egreja de S. João, em Westminster, a 25 de outubro de 18..., como consta da copia do registro competente guardado por Ginx e devidamente cotejada por mim com o texto original. O heroe d'este livro era o decimo terceiro filho de seu pae. Perseverantes investigações habilitam-me a dar como veridica a historia d'este nascimento tal como se vae lêr."
(excerto do texto)
Indíce:
I - O que Ginx fez do seu filho. II - O que fizeram de Ginx's Baby a Caridade e as Egrejas. III - O que a parochia fez de Ginx's Baby. IV - O que fizeram de Ginx's Baby os clubs e os politicos. V- O que Ginx's Baby fez de si mesmo.
John Edward Jenkins (1838-1910). Foi um escritor inglês, advogado e político ligado ao Partido Liberal do Reino Unido. Era conhecida a sua veia satírica, tendo publicado vários romances onde faz uso do seu apurado sentido de humor.
Encadernação coeva em meia de pele com ferros gravados a ouro na lombada. Sem capas de brochura.
Exemplar em bom estado geral de conservação. Pastas evidenciam desgaste acentuado. Folha guarda e f. anterrosto apresentam rasgões, a 1.ª com perda de papel. Ausência da f. rosto do vol. II.
Invulgar.
Indisponível

26 abril, 2014

COELHO, Eduardo - ÚLTIMA LIÇÃO. A organização de um Serviço de Medicina Interna e de um Serviço de Cardiologia (O ensino e a investigação). Lisboa-Barcelona-Rio de Janeiro, Livraria Luso-Espanhola, L.da, 1965. In-4º (24cm) de 77, [3] p. ; B.
Última lição do Prof. Eduardo Coelho - o médico pessoal de Salazar - na sua despedida universitária. Exemplar muito valorizado pela dedicatória autógrafa do autor ao Dr. Arnaldo Rosa.
"Fecho hoje a minha carreira universitária, que não foi fácil de trilhar. Não soube seguir o conselho de Cajal, levei por isso uma vida académica acidentada. Se assim não fora, despedir-me-ia hoje, não do professorado desta cadeira de medicina interna, que regi no período curto de 16 anos, mas por certo, do ensino da Psiquiatria de Faculdade de Medicina de Coimbra, por período mais largo, especialidade que, com a Neurologia, deu o maior interesse à minha vida de escolar. [...]
É uso desta Casa, quando um professor abandona a carreira por imperativo biológico e jurídico, que ele exponha aos alunos, na sua derradeira lição, o que fez e como desempenhou as funções universitárias, nomeadamente o ensino e a investigação, a que o obrigaram o cargo. O uso desculpa a insistência do «moi haïssable».
(excerto da introdução)
Matérias:
I. A chefia de um Serviço de Clínica Universitária. II. A organização de um Serviço Universitário de Medicina Interna. III. As sessões científicas constituíram uma parte importante do ensino e da formação da personalidade do médico. IV. A produção científica dos Serviços de Medicina Interna e de Cardiologia. V. Como nasceu e se formou o Serviço de Cardiologia. VI. O ensino para especialistas de Cardiologia que pretendi realizar. VII. A Expansão do Serviço de Cardiologia. VIII. A formação de uma Escola.
Eduardo Carneiro de Araújo Coelho (1896-1974). "Foi um médico cardiologista, professor universitário e humanista. Colaborou em várias clínicas escolares, entre as quais a de Neurologia, ao lado do Professor Egas Moniz, prémio Nobel português da Medicina. Foi, entre outros cargos, director da Clínica Universitária de Cardiologia do Hospital de Santa Maria, devendo-se-lhe a individualização desta especialidade. Publicou vários trabalhos sobre Cardiologia e Endocrinologia ; e também sobre diversos temas humanísticos, nomeadamente questões ligadas à Universidade. Foi médico pessoal de António de Oliveira Salazar, acompanhando-o até ao fim dos seus dias. 
Publicou vários trabalhos sobre cardiologia e endocrinologia, trabalhos terapêuticos e experimentais e também sobre questões ligadas à universidade, como A Finalidade da Universidade e o Problema da Universidade Portuguesa (1934), A Cultura Humanista e a Medicina (1936), A Cadeira Propedêutica Médica (1961), entre outros."
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Invulgar.
20€

25 abril, 2014

OS SUCCESSOS DE JUNHO OU O ULTIMO MOTIM DO PARÁ. Por um democrata. Pará, Imprensa de Tavares Cardoso & C.ª, 1891. In-8.º (21cm) de IX, [1], 218, [2] p. ; E.
Obra publicada sob anonimato (por um democrata). História da intentona ocorrida no Pará, de 10 para 11 de Junho de 1890, cujo objectivo passava por derrubar o recém-nomeado governador Justo Chermont, e impedir as eleições. O movimento revolucionário foi liderado por Francisco Xavier da Veiga Cabral, herói brasileiro mais conhecido por "Cabralzinho".
Contém reproduzida correspondência e depoimentos dos principais intervenientes.
"A mudança da fórma de governo foi recebida no Pará sem enthusiasmo, mas com geral acquiescencia, porquanto, se era limitadissimo o numero de republicanos, não era maior o dos monarchistas convictos, de sorte que, proclamada a Republica, a grande maioria, indifferente á forma de governo, mas sectaria dos principios democraticos, adherio sem hesitação á nova ordem de coisas..
Entretanto não deixara de impressionar o espirito dos homens pensadores e dos verdadeiros patriotas a circumstancia de não ter sido a revolução obra de um movimento popular.
Os factos posteriores encarregaram-se de mostrar que estas apprehensões não eram sem fundamento.
O antagonismo entre os dois elementos da ordem social, o civil e o militar, não tardou a manifestar-se, logo que finda a missão do governo provisorio do Estado, do qual faziam parte um official do exercito e outro da armada, foi o Dr. Justo Leite Chermont nomeado Governador pelo poder central.
Hostilisado pelo Club Militar, que vira com desgosto os dois membros do governo provisorio, representantes da classe, que deu a queda na monarchia, preteridos por um advogado sem importancia politica, trataou o Dr. Justo Chermont desfazer-se dos seus perigosos desaffectos, fazendo-os recolher ao Rio de Janeiro por ordem do Ministro da Guerra, a quem eram fornecidas informações falsas, como se deu com a imaginaria conspiração de 11 de Janeiro de 1890. [...]
Entretanto o governo parecia empenhado em provocar a desordem, mandando fazer cargas de cavallaria sobre o povo e disparar tiros de revolver, para dissolver as reuniões de cidadãos pacificos, desarmados, que cahiam esmagados pelas patas dos cavallos ou atravessados pelas balas.
Quando um povo sente a sua liberdade ameaçada, confiscados os seus direitos e o governo impondo-se pela violencia e pela fraude, appella instinctivamente para a inssurreição, como recurso extremo e inolvidavel direito dos cidadãos de um paiz live.
As coleras do povo são como as lavas do volcão, accumulam-se para irromper mais violentas no momento imprevisto.
Basta que um homem ousado colloque-se á frente das massas populares e brade - avante.
Um minuto de audacia decide muitas vezes da sorte de um povo."
(excerto da introdução)
Encadernação em meia de pele com ferros gravados a ouro na lombada. Sem capas de brochura.
Exemplar em bom estado de conservação, com excepção para as pastas que apresentam desgaste acentuado. Assinatura de posse datada na f. anterrosto.
Raro.
Com muito interesse para a História do Brasil.
85€

23 abril, 2014

ALVES, Ferro - OS BUDAS : o contrabando de armas. Lisboa, [s.n. - Comp. e imp. na Imprensa Lucas & C.ª, Lisboa], 1935. In-8.º (19cm) de 157, [3] p. ; B.
1.ª edição.
"Grupo dos Budas (ou Grupo de Madrid) é a designação pela qual ficou conhecido um grupo de opositores ao regime ditatorial português saído do Golpe de 28 de Maio de 1926 que se refugiou em Madrid. A designação de Grupo dos Budas foi uma alcunha que terá sido criada por Ferro Alves. O grupo era liderado por Jaime Alberto de Castro Moraes (1882-1973), Alberto Moura Pinto (1883-1960) e Jaime Zuzarte Cortesão (1884-1960) e incluía, entre outros, Nuno Cerqueira Machado Cruz (1893-1934), Ernesto Carneiro Franco (1886-1965), Francisco Oliveira Pio (1897-1972), Júlio César de Almeida (1892-1977), Inocêncio Matoso da Câmara Pires (1898-1966), Alexandrino dos Santos (n. 1891). Outras personalidades ligadas ao Grupo foram João Maria Ferreira Sarmento Pimentel (1888-1987) e Armando Cortesão."
(fonte: www.questpedia.org)
"Em 28 de Maio de 1926, um golpe militar implanta em Portugal um regime ditatorial que, ganhando contornos fascistizantes nas décadas seguintes, perdurará 48 anos. Comandado por oficiais, defensores de um exército intervencionista, o movimento vai gerar oposições; quer no seio das próprias forças armadas, inclusive dos próprios participantes do movimento, quer no seio da sociedade civil, criando uma vaga de inúmeras tentativas de derrube do regime. Os opositores possuem os mais diferentes matizes, incluindo republicanos, egrégios do antigo Estado, anarquistas, comunistas e monárquicos. [...]
Tornam-se conhecidos pelo epíteto de "Budas". O grupo passa esta denominação graças às críticas de "imobilismo" que lhe são lançadas por um
suposto companheiro de exílio, Leonel Ferro Alves, mas, que, na verdade,
actua como "espião" do governo de Salazar. Numa obra publicada em Portugal,
Os Budas e o contrabando de armas, Ferro Alves acusa o grupo de não
levar a cabo acções concretas contra o regime, denegrindo a sua imagem
como «profissionais da revolução»"

(in H. PAULO, PORTUGUESE STUDIES REVIEW 14 (2) (2006/7) 125-142)
"A razão de ser deste livro é fácil de explicar. Quando em Setembro do ano passado surgiu dum modo fulminante a questão do contrabando das armas, para os republicanos portugueses residentes em Madrid não havia duas soluções.
Adoptar uma atitude passiva de silêncio e resignação equivalia a declarar tacitamente uma cumplicidade, que não existia. Repudiar clara e rotundamente a solidariedade, com os implicados no contrabando, além de ser a expressão da verdade, era simultaneamente a salvação da causa republicana social, pela qual lutamos há tantos anos.
No momento em que as despropositadas declarações do deputado Teodomiro Menendez vieram colocar em foco a origem e procedência do armamento apreendido nas Astúrias, não havia já possibilidade de ocultar o facto."
(excerto do preâmbulo)
Matérias:
- O negócio das revoluções. - Os manejos iberistas. - Nas horas dramáticas do exílio. - Os profissionais da revolução. - A eufonia na emigração. - Nefandos processos de ataque. - As angústias dos contrabandistas. - As tenebrosas operações financeiras. - Em plena pletora monetária. - Malabarismos do armamento. - A Sangria. - A dança das pesetas. - Em resposta aos Bazilios. - Os novos negociantes de especiarias.
Exemplar brochado, maioritariamente por abrir, em bom estado de conservação. Capas levemente oxidadas.
Invulgar.
Indisponível

22 abril, 2014

BERLINGHIERI, Francesco Vaccà - LA FILOSOFIA DELLA MEDICINA. Di... al cittadino Napoleone Buonaparte, Primo Console della Republica Francese. Pisa, Dalla Tipografia della Società Lett. MDCCCI (1801). In-8º (19,5cm) de [8], LXXX, 213, [3] p. ; B.
Tratado médico na sua versão original, em italiano. Obra oferecida a Napoleão Bonaparte em 15 de Junho de 1801 (data que consta na dedicatória).
"La spregevole credulità de' medici ignoranti, e la vergognosa impostura de' medici furbi, hanno screditara la medicina presso i filosofi, presso quelli che hanno la vanità di comparir tali, e presso i Poeti che hanno fatto della medicina, e de' medici un' oggetto di derisione, e di scherno.
Io la presento per la prima volta alla repubblica Letteraria senza questa compagnia che la disonora. Essa vestita di modestia e ingenuità filisofica mostra il suo potere senza selare la sua debolezza. E sotto questo aspetto spero che i filosofi, i poeti, e le persone di buon senso gli faranno una favorevole accoglienza."
(excerto do prefácio)
"La Medicina è l'arte che ha per oggetto di combattere, e vincere le malattie del corpo umano. Essa tenta di riescire felicemente in quest'impresa col prevalersi di alcune forze naturali della machina stessa, che io spesso chiamo salubre meccannismo naturale, e di alcune altre forze esterne che diconsi medicamenti, i quelichi professa quest'arte ha potuto finora scoprire."
(excerto do Cap. I, Delle Forze, onde vien formato il potere della Medicina)
Francesco Maria Vaccà Berlinghieri (Ponsacco, 1732- Montefoscoli, 1812). Foi um médico italiano. Exerceu medicina em Buti e Ponsacco (distrito de Pisa, Itália). Obteve a cátedra de Instituições Cirúrgicas na Universidade de Pisa. Era conhecida a sua simpatia pela cultura francesa e pelos ideais napoleónicos.
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capas com defeitos.
Raro.
Indisponível

21 abril, 2014

FRANCO, Raul Maria Narchial - PARA O MEU PELOTÃO (Contos ao correr da penna). Por... Tenente ajudante d'Infantaria 4. Lisboa, Pap. Fernandes & C.ª, 1914. In-8.º (10,5x20cm) de 44, [4] p. ; il. ; B. Associação Fraternidade Militar : Instrução de recrutas
1.ª edição.
Belíssima desenho na capa da autoria de Rocha Vieira.
Conjunto de histórias militares. Folheto, destinado aos recrutas, "contendo alguns preceitos morais de fácil assimilação", elaborado pelo autor a pedido do seu comandante, o Coronel Luís Augusto Nunes.
Ilustrado com pequenas vinhetas ao longo do livro.
Episódios:
- A primeira teoria. - Um caso grave... - O sargento Ricardo. - Não vou no bote... - Um homem de brios... - Uma bôa surprêsa...
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Raro.
Indisponível

20 abril, 2014

PIMENTEL, Alberto -  A JORNADA DOS SECULOS. Lisboa, Empreza Litteraria de Lisboa, [1885]. In-8º (18,5cm) de 405, [3] p. ; E.
1ª edição.
Reflexões históricas e literárias do autor.
"[...] Aqui temos nós o passado e o presente da civilisação aryana, postos mais uma vez frente a frente, rosto a rosto; - o árya de hontem e a sua civilisação rudimentar, o árya de hoje e a sua civilisação culminante. Mas, se o hontem do homem é apenas dia, o hontem da raça é uma montanha de seculos. A raça caminhou pois atravez dos seculos, carreando a bagagem de suas tradições, que o tempo avariou em parte, e em parte respeitou. Seguir a historia de uma raça é o mesmo que fazer o itinerario da sua civilisação."
(excerto do texto)
Encadernação simples em meia de percalina com ferros gravados a ouro na lombada. Conserva as capas originais.
Exemplar em bom estado de conservação. Capa com defeitos; assinatura de posse na f. anterrosto.
Invulgar.
Indisponível

19 abril, 2014

FREITAS, Padre Senna - A TENDA DE MESTRE LUCAS. Historia de um pobre de Deus, contada por elle mesmo. Romance religioso original. Porto ; Braga, Livraria Internacional de Ernesto Chardron : Rio de Janeiro, B. L. Garnier, A. A. Lopes do Couto e J. Neves Pinto, 1875. In-8.º (19cm) de 146, [2] p. ; B.
1.ª edição.
Primeiro romance do autor, publicado com o intuito assumido de contrapor à literatura anticlerical que grassava no final do século XIX.
"Do mesmo modo que temos entre nós o romance de costumes, o romance scientifico, o romance psychologico, o romance intimo, o romance comico, o romance..., porque não tomará assento entre elles o romance religioso?
Já agora é a novella um livro que não podemos banir da estante da familia, porque é a fórma litteraria que mais lhe sorri, talvez porque é a mais facil e mais aprazivel, e por ser muitas vezes a tela onde se reflectem tantas paginas intimas do coração humano."
(Excerto da Introdução)
José Joaquim de Sena Freitas (1840-1913). Natural de Ponta Delgada, Açores. "Foi um sacerdote, orador sacro e polemista português. Publicou um extenso conjunto de obras, a maior parte sobre questões religiosas e de moral. Manteve intensas polémicas com diversos intelectuais e jornalistas portugueses e brasileiros.” Faleceu no Rio de Janeiro.
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Raro.
Indisponível

17 abril, 2014

SAMPAYO, António da Cunha de - TIFO NEGRO (contos). Lisboa, Empresa Contemporânea de Edições, [194-]. In-8º (19,5cm) de 190, [2] p. ; B.
Capa de Rodrigues Alves.
1.ª edição.
Valorizada pela dedicatória autógrafa do autor ao jornalista Eugénio Navarro.
Colecção de pequenos contos rústicos.
- Tifo negro. - Punição. - Terra dos diabos! - O Zé Matador. - O escravo do dever... - Uma noite de Natal. - ... E a morte fugiu! - Uma lua em cheio... - Água quente. - Só esta noite! - De nada mais precisa. - Trajectória. - A última condição.
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Invulgar.
10€

16 abril, 2014

CARVALHO, Eduardo de - A BELEZA (Ilustrações de Baltasar da Câmara). Recife, Livraria Moderna, 1941. In-8º grd. (22cm) de 43, [1] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Impressa no Recife, Brasil. Obra poética, ilustrada no texto. Valorizada pela dedicatória autógrafa do autor a Agostinho de Campos.
"Vejo da minha tôrre o vale que se estende,
Em gradações de luz, até morrer no mar,
Cenário que me atrai, cenário que me prende,
E eu fico, largamente, absorto, a contemplar..."
(excerto do texto)
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Carimbo de biblioteca (2) na f. rosto.
Raro.
20€

14 abril, 2014

MESQUITA, Alfredo de - ALFACINHAS. Lisboa, Pareceria Antonio Maria Pereira, 1910. In-8º (18cm) de [2], 207, [3] p. ; E. Colecção Antonio Maria Pereira, 75
1.ª edição.
Crónicas da vida lisboeta.
"Metade da vida em Lisboa ainda hoje se passa á janella, e não vae longe o tempo em que á janella se passava a vida quasi toda. As caras que d'antes se escondiam atrás da rótula, para de tudo darem fé sem que ninguem as visse da rua, perderam a vergonha; e agora tudo é debruçarem-se aos parapeitos o mais que podem, para que todo o mundo as veja."
(excerto do texto)
Alfredo de Mesquita Pimentel (1871-1931). “Jornalista, escritor, olisipógrafo e diplomata português. Foi redactor do Jornal do Comércio, do Diário de Notícias e da revista O Occidente. Colaborou, também, nos jornais humorísticos «António Maria» e «Paródia». Publicou uma extensa obra literária, incluindo biografias, ensaios literários, contos, teatro, literatura de viagens e um romance. Pertenceu à Maçonaria, com iniciação em 1892, na Loja Tolerância, em Lisboa.”
Encadernação do editor com ferros gravados a ouro e a negro nas pastas e na lombada.
Exemplar em bom estado de conservação.
Invulgar.
15€

13 abril, 2014

BASTOS, Leite - O CRIME DE MATTOS LOBO. Por... Illustrações de Manuel de Macedo. Lisboa, Officina Typographica de J. A. de Mattos, [187-]. In-8º (17cm) de 262, [2] p. ; [4] f. il. ; E.
1.ª edição.
Ilustrado com quatro belíssimas estampas da autoria de Manuel de Macedo intercaladas no texto.
Mattos Lobo, o último criminoso enforcado em Lisboa, é o protagonista desta obra de Leite Bastos.
"A casa ficava proximo do arco grande da rua do Alecrim, que é uma especie de West-end de Londres.
É de tres andares e tem duas frentes, para a rua de S. Paulo n.º 5 e para a rua Nova do Carvalho.
A rua é de grande movimento; a circulação não cessa alli desde manhã até ao cahir da tarde.
Depois, á noite, é silenciosa e triste."
(excerto do texto)
Francisco Leite Bastos (1841-1886). Jornalista, autor de contos e romances policiais, dramas e comédias. Colaborou no Diário de Notícias e em vários jornais literários. "É considerado um dos precursores da Ficção Policial portuguesa. Além de romances, também se dedicou à narração de crimes célebres e da vida e punição dos seus autores."
Encadernação inteira de carneira com rótulo e dourados gravados a ouro na lombada. Sem capas de brochura.
Exemplar em bom estado de conservação. Sem f. anterrosto.
Raro.
Indisponível

12 abril, 2014

MACEDO, António - DA ACADEMIA DO MEU TEMPO AOS ESTUDANTES DE AMANHÃ. Conferência lida em 16 de Maio de 1945, no Salão da Faculdade de Letras, a convite da Associação Académica de Coimbra.[S.l.], [s.n. - imp. na Tipografia Mendonça, L.da, Porto], 1945. In-8º (19,5cm) de 64 p. ; B.
No final do livro está reproduzida uma carta de Francisco Salgado Zenha que agradece ao autor a Conferência e exprime um conjunto de reflexões sobre o ensino e os desafios da juventude académica.
Valorizado pela dedicatória autógrafa do autor ao Dr. Constantino Fernandes.
"Em Maio de 1926, o General Gomes da Costa fazia a sua «arrancada» da cidade dos arcebispos, - e em Outubro seguinte chegava o pobre de mim à cidade dos doutores.
Cumpriam-se os fados...
A medida em que, pelos anos a decorrer, um dos acidentes condicionou o outro, não é objecto desta conversa amena. São histórias diferentes. A do intrépido «caloiro» pode contar-se em palavras breves, na secura dos seus traços, no sincopado dos episódios vividos e sonhados."
(excerto do texto)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Invulgar.
Indisponível

11 abril, 2014

FONSECA, Teixeira da - CINEMANIA : documentário maluco, de enredo ligeiro, sôbre a vida cinematográfica no imenso reino das aves. Uma realização de... Capa desenhada por Servais Tiago. Lisboa, Distribuídores e Depositários: Romero, L.da, 1945. In-8.º (19,5 cm) de 94, [2] p. ; B.
1.ª edição.
Invulgar e curiosa paródia cinematográfica.
"[...] Quando realizei o meu documentário, procurei contar em imagens alegres, um rascunho de argumento. Os «enquadramentos» que «filmei», não têm silhuetas tristonhas ou poentes melancólicos. Busquei, numa sucessão normal de planos, apresentar fotografias claras, cheias de vida.
Não é portanto um documentário cultural que vos apresento. Tão pouco é o descritivo massudo de como se fabrica a palha ou como se empalham múmias egipcias. Simplesmente, um documentário de enrêdo ligeiro, sobre a vida cinematográfica no imenso reino das aves."
(Excerto do prólogo, Cineasta amigo)
Exemplar brochado, por abrir, em bom estado de conservação.
Raro.
15€
Reservado

10 abril, 2014

MESQUITA, Alfredo – A RUA DO OIRO : romance lisboeta. Lisboa, Livraria Editora Viuva Tavares Cardoso, 1905. In-8º (19cm) de [2], 302, [2] p. ; B.
1.ª edição.
Romance sobre os meandros políticos da capital, na aurora do século XX.
“Já as Camaras estavam abertas, havia quasi dois mezes, quando cheguei a Lisboa, numa enevoada quarta-feira de Comadres, com grandes ameaços de chuva, e um vento fórte, ás lufadas, que já dos lados da Barra soprava e espalhava no céo as cinzas de um aguaceiro, e me levava o cahepéo de côco de rebolão, pela ponte da Alfandega, onde desembarcámos, até á casa do Despacho, onde deviamos esperar as malas.
Tinhamos que esperar por essas malas!
Eu devia-me achar em Lisboa, segundo os meus calculos e os dos meus amigos politicos, desde os fins de dezembro, para comparecer nas Côrtes logo no dia da abertura, e acompanhar desde esse dia, com muita assiduidade e zelo, todos os trabalhos parlamentares.”
(excerto do Cap. I)
Alfredo de Mesquita Pimentel (1871-1931). “Jornalista, escritor, olisipógrafo e diplomata português. Foi redactor do Jornal do Comércio, do Diário de Notícias e da revista O Occidente. Colaborou, também, nos jornais humorísticos «António Maria» e «Paródia». Publicou uma extensa obra literária, incluindo biografias, ensaios literários, contos, teatro, literatura de viagens e um romance. Pertenceu à Maçonaria, com iniciação em 1892, na Loja Tolerância, em Lisboa.”
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Lombada com defeitos.
Raro.
20€

09 abril, 2014

PIMENTA, Eduardo – PALAVRAS PROFERIDAS NA SESSÃO UNIVERSITÁRIA DE 9 DE ABRIL DE 1921, DIA DA GLORIFICAÇÃO DO SOLDADO DESCONHECIDO. Lisboa, Tipografia Rodrigues & Luz, Ld.ª, [1921]. In-8º grd. (21,5cm) de 9, [3] p. ; B.
Opúsculo comemorativo do 9 de Abril, impresso em papel de superior qualidade.
Valorizado pela dedicatória autógrafa do autor ao Presidente do Concelho de Ministros, Tomé de Barros Queirós.
“Faz hoje três anos que os crepes de um grande luto foram como um pano corrido sobre o último acto da lúgubre tragédia.
Mas proclamemos bem alto « - Não foi uma cação frouxa da 2.ª Divisão portuguesa quem provocou o tremendo desfecho.»
Neste momento solene não se ouvirá uma palavra que afronte, quem mal pensou do espírito de sacrifício e da bravura do nosso soldado.
Pelas tropas que se bateram durante oito longas horas evoco a figura galharda e esbelta do General que comandou a divisão portuguesa.
O seu desassombro diante dos maiores perigos, a sua heroicidade comprovada como colonial, o seu desprezo pela vida nas situações mais angustiosas poem-no num plano superior aos que não quiseram ver as vantagens de prosseguir a guerra até ao fim e com orgulho e desassombro bem lhe vai a sua frase: - «A 2.ª Divisão portuguesa bateu-se em 9 de Abril de 1918 com bravura e com honra.»
(excerto do texto)
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Carimbo da biblioteca de Barros Queirós na f. rosto e na última p. texto.
Raro.
Indisponível