31 dezembro, 2015

DUAS PALAVRAS SOBRE A CANDIDATURA DE S. M. EL-REI D. FERNANDO AO THRONO DE HESPANHA : por um Portuguez. Lisboa, Lallemant Frères, Typographos, 1870. In-8.º (21cm) de 68 p. ; B.
1.ª edição.
Curioso opúsculo sobre a Questão Ibérica.
"Em 1868 rebentou uma grande revolução em Espanha, sendo a rainha Isabel expulsa do reino juntamente com todos os membros da família real. O governo provisório não quis de forma alguma que se estabelecesse a republica; lembraram-se de D. Fernando para seu rei, na esperança também de que no futuro se pudesse realizar a união ibérica por muitos desejada. D. Fernando, porém, fez constar oficialmente que não aceitaria nunca a coroa de Espanha, se lha oferecessem. Em 1869 com o casamento morganático de D. Fernando com a condessa de Edla, Elisa Hensler, realizado em 10 de junho em Benfica na capela do palácio de S. Domingos, residência da infanta D. Isabel Maria, renovou-se a questão acerca do trono de Espanha, chegando a vir para Lisboa um novo ministro espanhol, D. Angel de los Rios, para tratar especialmente desse assunto. Houve as propostas mais vantajosas para D. Fernando, que por fim se decidia a aceitar, impondo além doutras condições, que nunca as duas coroas pudessem reunir-se numa só cabeça. Como a união ibérica era o fim principal desta insistência ficou terminada a questão, desistindo a Espanha do seu intento."
(fonte: http://www.arqnet.pt/dicionario/fernando2.html)
                                      ...............................
"Horas de cruel amargura se approximão para este bom povo portuguez.
Seja qual fôr o desfecho d'essa cruenta lucta que hoje se está ferindo nas margens do Rheno, Portugal soffrerá necessariamente as legitimas, mas terriveis, consequencias da grande parte que os seos ineptos governantes tiveram nas origems d'essa lucta.
Não bastavam a este desgraçado paiz as calamidades internas que lhe estão minando, de ha muito, a prosperidade de que é digno, e a que podia aspeirar em presença das condições do seo sólo.
Faltava ainda que a inepcia de seos governantes lhe acarretasse complicações externas que, talvez dentro de poucos dias, façam riscar do mappa da Europa mais uma nação independente, cujo nome por tanto tempo andou outr'ora na vanguarda do progresso e civilisação. [...]
Esses culpados das complicações externas, que estão pondo em imminente risco a independencia de Portugal, são unica e exclusivamente aquelles que por qualquer modo, fórma ou titulo, concorreram para que Sua Magestade El-Rei o Senhor D. Fernando não acceitasse a corôa de Hespanha quando em 1869 lhe foi offerecida, e aquelles que devendo contribuir, por natureza do seo cargo, para que elle a acceitasse, o não fizeram.
É esta proposição que avançamos fundados em informações as mais exactas; vamos demonstral-a, e certos estamos de que ninguem ousará apresentar-se a contestal-a com argumentos admissiveis."
(excerto do Cap. I)
Exemplar brochado, por abrir, em bom estado geral de conservação. Capas frágeis e sujas, com defeitos.
Raro.
Indisponível

30 dezembro, 2015

LORELEI. Esculturas de João Cutileiro. Fotografias de Gérard Castello Lopes. Textos de Miguel Esteves Cardoso. Porto, Porto Editora, 1989. In-fólio (30,5cm) de [96] p. inum. ; mto il. ; E.
1.ª edição.
Obra belíssima de grande esmero e apuro gráfico, impressa em papel encorpado, e superiormente ilustrada com as fotografias de Gérard Castello Lopes.
...............
"João Cutileiro decidiu, há tempos, fazer uma série de esculturas em que a ideia de escala fosse levada a uma espécie de paradoxo: figuras minúsculas de mulheres trabalhadas com enlevos de joalheiro e pousadas em bases de pedra tosca; uma escultura micro-monumental que preservasse, no limite das suas dimensões, a sugestão erótica do corpo feminino, pela virtuosidade da feitura, a sensualidade do mármore e o contraste dos corpos coma bruteza da pedra circundante.
Quando surgiu a ideia deste livro, o meu propósito foi o de tentar criar um outro paradoxo que se justapusesse ao dele e criasse no espectador uma dúvida quanto às reais dimensões das Lorelei.
E logo veio o Miguel Esteves Cardoso mostrar ao escultor e ao fotógrafo que menos por menos nem sempre dá mais e que as Lorelei não existem só para ser esculpidas ou fotografadas mas, sobretudo, para serem amadas.
Menos por menos, às vezes, dá muito."
(Preâmbulo de Gérard Castello Lopes)
Encadernação cartonada do editor.
Exemplar em bom estado de conservação. Ligeiramente oxidado nas guardas.
Invulgar.
15€

29 dezembro, 2015

SOUSA, Baltasar Rebelo de - FORMAS E CRITÉRIOS DA CULTURA POPULAR. Conferência produzida por S. Ex.ª o Subsecretário de Estado da Educação Nacional, Dr. Baltasar Rebello de Sousa, no IV Congresso da União Nacional. Plano de Educação Popular : LX (Série A - N.º 12). [Lisboa], Campanha Nacional de Educação de Adultos, 1956. In-8.º (18,5cm) de 86, [10] p. ; B.
1.ª edição.
Valorizada pela dedicatória autógrafa do autor.
"Não é um documento oficial o que agora se publica. Embora provenha de um membro do Governo, não foi proferido no desempenho de funções oficiais, mas apresentado a um congresso, como comunicação de natureza particular. Trata-se porém de um depoimento de extraordinário valor sob muitos aspectos. Toda a problemática da educação popular é aí passada em revista, com um vigor e originalidade notáveis. A justificação moral do direito à cultura, a evolução das condições económico-sociais que estão na base da acção educativa, a enunciação de «novos objectivos, de uma amplidão imprevista», que importa realizar, a definição rigorosa dos novos conceitos que, mercê das novas realidades, surgiram neste domínio das actividades, um conceito exacto e rico de aspectos do que constitui a cultura popular, e as directrizes que devem orientar a acção estadual a desencadear nesse sentido - são desenvolvidos ao londo das páginas que se vão ler com uma profundeza crítica que fazem deste depoimento um texto de valor fundamental para a compreensão e valorização da obra de renovação educativa em curso."
(excerto da nota explicativa) 
Baltazar Rebelo de Sousa (1921-2002). Médico, professor e político português. “Foi uma das figuras mais destacadas do Estado Novo, assumindo-se como um reformista do regime fundado por Oliveira Salazar. Governador de Moçambique entre 1968 e 1970, impulsionou a "africanização" do regime na ex-colónia portuguesa, evidenciando uma visão estratégica que viria mais tarde a ser elogiada pela própria Frelimo. Regressado a Portugal, acumula os Ministérios das Corporações e Assistência Social e da Saúde e Assistência, seguindo uma política de alargamento da rede de cuidados médicos e melhoria das estruturas hospitalares. Um conjunto de medidas que o situaram na "esquerda" do regime. Em 1973, Marcelo Caetano, incontornável referência no percurso político de Baltazar Rebelo de Sousa, nomeia-o ministro do Ultramar, cargo que desempenhava aquando do 25 de Abril de 1974. Após a "Revolução dos Cravos" exilou-se no Brasil em Junho de 1974, onde permaneceu durante 17 anos. Foi igualmente comissário da Mocidade Portuguesa e deputado em várias legislaturas do antigo regime. Por escolha de Caetano, assume a vice-presidência da Acção Nacional Popular, o partido único no final do regime. Antes da vida política já este médico, natural de Lisboa e licenciado em Medicina e Cirurgia, havia desenvolvido um vasto currículo. Especialista em Medicina Sanitária e Tropical, destaca-se a sua actividade como professor do Instituto do Serviço Social de Lisboa, inspector-médico dos serviços Médico-Sociais e membro da direcção da Associação do Serviço Social de Lisboa.”
(fonte: www.publico.pt)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Invulgar.
15€

27 dezembro, 2015

MONTEIRO, José - TERRAS DA BEIRA. Coimbra, F. França Amado, Editor, 1912. In-8.º (19,5cm) de 110, [2] p. ; B.
1.ª edição.
Curioso livro de poemas alusivos às Beiras, impresso em papel de superior qualidade.
A obra divide-se em três partes:
I. Terras da Beira
- Terras da Beira. - A canção do pastor. - A azenha. - Romarías. - Vindimas. - Na curva do sól. - A monda. - A apanha da azeitona. - As regadias. - Idílio da serra. - As nascentes.
II. Lendas e Tradições
- Lendas e Tradições... Poentes de ouro. - Sino de ouro. - As sete fontes. - A meia-noute. - A lenda do Gargana: I. O Convento; II. Evocação do Passado; III. A Lenda. - A lavandeira.
III. Tributo de Sangue
- No album de Lencastre da Veiga. - Contraste. - Serenata de Coimbra. - Sentindo a vida a ressurgir num ramo. - Hei-de escrever dois versos bem sentidos. - A horas mortas sáio da Cidade. - Praeterita. - Despedida. - O soneto d'Éla. - O naufrágio da Galéra.
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Raro.
20€

26 dezembro, 2015

PERES, Damião - D. JOÃO I. Por... Professor do Liceu Gil Vicente. Lisboa, Livraria Ferin, Editora : Torres & C.ta, 1917. In-8.º (19,5cm) de 142 p. ; [1] f. il. ; B. Col. Grandes Vultos Portuguêses, V
1.ª edição.
Muito valorizada pela dedicatória autógrafa do Prof. Damião Peres ao seu distinto colega, Dr. Aarão de Lacerda.
Contém em extra-texto o retrato de corpo inteiro de D. João I, reprodução da estátua existente no Mosteiro da Batalha.
Biografia de D. João I, o Pai da Ínclita Geração, e um dos mais celebrados reis de Portugal. Trata-se da 2.ª obra do autor, tendo apenas a precedê-la A Madeira sob os donatários séc. XV e XVI, publicada no Funchal, em 1914.
                                 ...................
"Bastardo de rei - numa época em que sê-lo não era deslustre - e filho querido, o futuro Mestre de Avís teve desde criança a educação cuidada que a seu alto linhagem cumpria e os proveitos e honrarias que a paternal munificência régia lhe tributou.
Longe de o despresar ou esquecer, D. Pedro confiou a sua primeira educação aos cuidados do Mestre de Cristo, Nuno Freire de Andrade, e, aos seis ânos incompletos, o fez Mestre da Ordem de Avís, preparando-lhe assim um futuro brilhante."
(excerto do Cap. III, O Mestre de Avís)
Matérias:
PRIMEIRA PARTE - Historia politica
I - O fim da dinastia de Borgonha. II - A Revolução. III - O Mestre de Avís. IV - As classes sociais e a Revolução. V - O governo do Defensor. VI - As côrtes de Coimbra. VII - Aljubarrota. VIII - O fim da luta. IX - Ceuta. X - Os descobrimentos. XI - A morte do Rei.
SEGUNDA PARTE - A organização interna
I - O poder do Rei. II - O Clero. III - A Nobreza. IV - O Povo.
TERCEIRA PARTE - A situação economica
I - O comercio. II - A agricultura.
QUARTA PARTE - A situação intelectual
I - A instrução publica. II - A cultura geral.
Apendice.
Índice dos nomes proprios.
Damião Peres (1889-1976). "Historiador e docente universitário português nascido em 1889, em Lisboa, e falecido em 1976. Doutorou-se em História em 1932. Lecionou na universidade da capital e, mais tarde, na de Coimbra, de que se tornou professor catedrático. Foi doutorado Honoris Causa pelas universidades de Montpellier e Bordéus, e foi sócio da Academia das Ciências de Lisboa e fundador da Academia Portuguesa de História. Da sua obra vastíssima, podem mencionar-se História dos Descobrimentos Portugueses (1943), Portugal na História da Civilização (1946) e Pedro Álvares Cabral e o Descobrimento do Brasil (1959)." Dirigiu a colecção "História de Portugal" (1928-1954), tradicionalmente designada “de Barcelos”, uma das mais sólidas e completas monografias publicadas no século XX.
(fonte principal: www.infopedia.pt)
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capas escurecidas. Carimbo de posse (desvanecido) na capa frontal. Páginas amarelecidas por acção do tempo.
Invulgar.
15€

Reservado

25 dezembro, 2015

PESSOA, Fernando - À MEMÓRIA DO PRESIDENTE-REI SIDÓNIO PAES : por Fernando Pessoa e outros letrados. [S.l.], [s.n. - imp. Typographia Mendonça, Porto], 1951.
In-4º (24cm) de 17, [3] p. ; il. ; B. Colecção Quinhentista
Edição de grande esmero e apuro gráfico, impressa em papel de qualidade superior, publicada por ocasião do 33.º aniversário da morte de Sidónio Pais.
Exemplar n.º 397, de uma tiragem de 500 assinada por Petrus (Pedro Veiga).
À Memória do Presidente-Rei Sidónio Paes é um conjunto de poemas, publicados originalmente no jornal ACÇÃO (N.º 4, ANO II) em 27 de fevereiro de 1920, e aqui reproduzidos numa das apreciadas edições de Petrus.

Longe da fama e das espadas,
Alheio às turbas ele dorme.
Em torno há claustros ou arcadas?
Só a noite enorme.

Porque para ele, já virado
Para o lado onde está só Deus,
São mais que Sombra e que Passado
A terra e os céus.

Ali o gesto, a astúcia, a lida,
São já para ele, sem as ver,
Vácuo de acção, sombra perdida,
Sopro sem ser.

Só com sua alma e com a treva,
A alma gentil que nos amou
Inda esse amor e ardor conserva?
Tudo acabou?

No mistério onde a Morte some
Aquilo a que a alma chama a vida,
Que resta dele a nós — só o nome
E a fé perdida?

Se Deus o havia de levar,
Para que foi que no-lo trouxe
Cavaleiro leal, do olhar
Altivo e doce?

(excerto do texto)

Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Invulgar.
35€

24 dezembro, 2015

ALMEIDA, Eduardo d' - DISCURSOS. Guimarães, Cunha & Lemos, 1921. In-8.º (22,5cm) de [12], 274, [2] p. ; B.
1.ª edição.
Compilação de discursos produzidos por Eduardo de Almeida, insigne figura vimaranense, em diversas ocasiões do seu percurso político.
Muito valorizada pela dedicatória autógrafa do autor.
"Para que alguem não suponha malévolamente que, afastado e aborrecido da política, me intrometo na furia nacionalissima da desencandela, á cajadada de escacha - não lance ponto sem a seguir duma outra sôbre o livro, não quero se tome por estultícia de vaidade pecaminosa o que mais não é que fraca acedência a instância amigas e até mesmo, sôb restricto aspecto, escrupulo de consciência em demonstrar quais as ideias que apregoei e palavras que disse quando, em má hora, intendi do meu dever contribuir para o regime pelo qual havia lutado, justificando assim o retraimento e tristeza com que assisto aos desgraçados dias que passam."
(excerto do preâmbulo) 
Eduardo Manuel de Almeida Júnior (1884-1958). “Nasceu em Guimarães, no dia 3 de Fevereiro de 1884. Estudou no Colégio de S. Dâmaso (actual Convento da Costa) e licenciou-se em Direito pela Universidade de Coimbra. Eduardo de Almeida foi sempre um inconformado, o que o levou a escrever, ainda em Coimbra e em parceria com Alfredo Pimenta, um polémico folheto intitulado “Burgo Podre” (1902). Por esta altura, Eduardo de Almeida era já um republicano convicto. Foi-o sempre. Depois de regressar a Guimarães, veio a revelar-se um causídico extremamente competente. Um dos casos mais famosos que defendeu, e venceu, foi o de Antónia de Macedo. “Tiça” (como era mais popularmente conhecida) era acusada de triplo infanticídio, mas a brilhante defesa de Eduardo de Almeida foi tão eloquente que acabou por ser absolvida de todos os crimes de que era acusada. Em 1909 foi para o Porto, onde abriu um escritório de advocacia com Alfredo Pimenta. Com a instauração da República, regressou a Guimarães, onde veio a ser o primeiro Administrador do Concelho, do novo regime. Foi Deputado por Guimarães e, mais tarde, Chefe de Gabinete do Ministro das Finanças do Governo de Bernardino Machado. Após se ter retirado da política activa, em 1915, foi redactor-principal do jornal O Republicano e Director d’O Povo de Guimarães (1931). Eduardo de Almeida foi também um escritor, tendo sido autor de algumas obras de ficção (entre elas, “A Lama”, em 1905). Colaborou com várias publicações periódicas e escreveu o seu primeiro artigo na Revista de Guimarães, em 1906. Dedicou-se aos estudos jurídicos e sociológicos. Fez investigação histórica, e publicou uma notável série de estudos dedicados à história de Guimarães. Eduardo de Almeida morreu em 1958, estando sepultado no cemitério da Atouguia, ao lado de dois outros grandes escritores portugueses – Carlos Malheiro Dias e Raul Brandão.”
(RINADA, Fernão in miguelsalazar.blogs.sapo.pt)
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Selo de biblioteca na parte inferior da lombada.
Carimbo de biblioteca nas cinco primeiras páginas, incluindo f. rosto e anterrosto.
Raro.
20€

23 dezembro, 2015

MORAIS, Tenente Pina de - AO PARAPEITO (2.ª edição - 3.º milhar). Pôrto, Edição da Renanscença Portuguesa, 1919. In-8.º (18,5cm) de 146, [2] p. ; E.
Obra memoralista sobre a participação do contingente expedicionário português em França, durante a Grande Guerra. 
"Ao Parapeito, que relata as vivências do autor na frente de combate, foi considerado em França o melhor livro estrangeiro sobre aquela conflagração mundial, e mereceu as honras de tradução para Francês, com o título Au créneau."
                                    ............................
"A batalha seguia a sua marcha normal - inflexivel, violenta, poderosa. Vagas d'um assalto precedidas de vagas de metralha. Cortinas de fôgo, d'estilhaços, rubras, estrondosas e contínuas. Duas linhas de baionetas duras e escurecidas. Um modêlo da escola alemã, de combate.
As rajadas das metralhadoras assobiam.
No reducto de Pont de Hem Post, estão destacados sete homens e uma metralhadora.
É um pôsto importante - o de Pont du Hem Post. [...]
A guarnição perdeu dois homens até chegar ao posto. [...]
Os cinco homens recebem ordem de esperar e quando o boche chegar batê-lo.
E então êles esperarm.
O metralhador espera, fica sempre.
Póde a infantaria refluir como as ressacas, que o metralhador fica.
Póde a artilharia, fundidas as culatras, atrelar e rasgar a barragem inimiga, numa galopada - mas o metralhador ficará."
(excerto de O metralhador)
Índice:
- Adeus. - Uma lição. - A sombra do pelotão. - A carta. - Frases de Legenda. - A morte do sapador. - Uma patrulha. - Batalha de La Lys. - O metralhador. - S. O. S. - Ambulância. - História do amôr. - Andorinhas mortas. - Balada da neve. - Coisas de rir. - Aos meus soldados. 
João Pina de Morais (1889-1953). "Escritor, jornalista, político e militar português. Nasceu na freguesia de Valdigem, concelho de Lamego a 6 de janeiro de 1889. Fez os seus primeiros estudos no Colégio de Lamego tendo, depois, em 1911 entrado na Academia Politécnica do Porto onde viria a concluir o Curso Preparatório para a Escola do Exército na arma de Infantaria. Ainda neste mesmo ano frequentou a Escola de Guerra. Com a entrada de Portugal na Primeira Guerra Mundial, João Pina de Morais é incorporado no Corpo Expedicionário Português (CEP). Regressa ao país em 1919, mas ainda como militar foi transferido do quartel de Vila Real para o Regimento de metralhas no Porto. Neste regimento iria lutar contra a tentativa fracassada de Paiva Couceiro no restabelecimento da Monarquia em Portugal. Ainda em 1919 vai frequentar o curso de Ciências Filosóficas da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, incitado pelo seu amigo Leonardo Coimbra. Em 1922 entra na vida política tendo sido eleito deputado e em 1924 adere ao Partido Republicano Português, mas acaba expulso por diferenças e incompatibilidades políticas com o ideário do partido. Com o golpe militar do General Gomes da Costa em 1926 vê-se obrigado ao exílio, entre 1927 e 1932, derivado da sua atividade contestatária ao novo regime. A sua vida ficou também marcada pela produção literária, tendo sido autor dos livros Ânfora Partida (1917), Ao Parapeito (1919), O Soldado-Saudade na Grande Guerra (1921), A Paixão do Maestro (1922), Sangue Plebeu (1942), Vidas e Sombras (1949). Colaborou ainda com o jornal A Democracia (1917) e com os grupos culturais da Seara Nova e Renascença Portuguesa. Em 1950 foi vítima de um Acidente Vascular Cerebral (AVC) que o debilitou e incapacitou quer a nível físico quer a nível intelectual vindo a falecer a 29 de janeiro de 1953 vítima de acidente cardiovascular."
(fonte: wikipédia)
Encadernação em meia de pele com ferros gravados a ouro na lombada. Sem capas de brochura.
Exemplar em bom estado de conservação. Dada a qualidade do papel e a acção do tempo, as páginas encontram-se amareladas.
Invulgar.
Indisponível

22 dezembro, 2015

PESSOA, Fernando - MENSAGEM. Tradução de Jin Guo Ping. [Elóquio de António Manuel Couto Viana]. Macau, Instituto Cultural de Macau, 1986. In-8.º (19 cm) de [4], 133, [3] p. ; B.
Edição bilíngue (português/chinês), publicada para assinalar o 50.º aniversário da morte de Pessoa. Trata-se da 1.ª tradução integral da obra Maior do poeta para chinês, treze anos antes de a administração do território passar para a China.
"Mensagem é o único livro de versos portugueses publicado em vida por Fernando Pessoa (1888-1935), grande poeta de projecção universal. Durante mais de vinte anos foi ele cuidadosamente concebido e organizado; e, sem que o seu autor o premeditasse, dado à estampa em 1934, num "momento crítico (no sentido original da palavra) de remodelação do subconsciente nacional".
Recebido com respeito e espanto, premiado oficialmente, este poema pode comparar-se, na intenção patriótica e mística, no subido valor poético, à obra épica de Luís de Camões (1525?-1580), intitulada Os Lusíadas, onde se narra e exalta a História de Portugal desde os seus primórdios até ao século XVI, com relevo para a gesta dos Descobrimentos Portugueses, que doaram "novos mundos ao mundo"."
(Excerto do Elóquio)
Jin Guo Ping. Licenciado em português pela Universidade de Estudos Estrangeiros de Pequim; bolseiro da Gulbenkian e do Instituto Cultural de Macau; tradutor e autor de vários temas de Literatura portuguesa. Investigador especialista da história das relações entre Portugal, Macau e a China, sendo o estudioso estrangeiro que melhor conhece e trabalha simultaneamente com o idioma português e chinês.
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Invulgar.
Indisponível

21 dezembro, 2015

NÉVES, Alvaro - ESTUDOS CAMILIANOS : bibliografia e biblioteconomia. Por... Da Academia das Sciências de Portugal. Lisboa, Ernesto Rodrigues, 1917. In-4.º (24cm) de 16 p. ; B.
1.ª edição.
Opúsculo n.º 5 da tiragem de 10 exemplares impressos em papel especial assinados pelo autor e pelo editor. A restante tiragem restringe-se a 300 exemplares impressos em papel comum.
"Estudos Camilianos intitulei estes, suscitados pela inquirição dum extrénuo admirador do primacial romancista português.
Procurava - esse camilianista - conhecer o objectivo da Bibliografia, e consequentemente o trabalho mais homogéneo com o alcance dessa sciencia aplicada á obra do Mestre. Tambem desejava saber como organisar, - arrumar, - scientificamente uma Camiliana.
Sem pretenciossismos de autoridade as minhas lubrucações d'umas horas de descanso, sendo dadas á estampa, teem o valor de ser o primeiro estudo biblioteconomico impresso em Portugal."
(apresentação)
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capas oxidadas, com vincos nos cantos.
Muito invulgar.
Com grande interesse camiliano.
Indisponível

20 dezembro, 2015

RODRIGUES, Augusto - MARGARIDA SILVESTRE. Lisboa, Nunes de Carvalho, [19--]. In-8.º (19,5cm) de 370, [2] p. ; [8] f. il. ; E.
1.ª edição.
Romance histórico cuja acção decorre sobretudo na zona de Sintra, no final do século XVIII.
Ilustrado com capitulares e vinhetas tipográficas, e ainda 8 bonitas estampas intercaladas no texto da autoria de Souza e Silva que também assina a capa.
"Uma palavra, senhor!
- Que me deseja, senhor de Faria?
- Venha comigo para um local mais solicitário. Preciso falar-lhe.
- Seja...
E os dois homens procuraram, em silêncio, um recanto afastado no parque.
O primeiro retomou a palavra:
- Tem notado que minha prima não usa para consigo da espontaneidade natural dos noivos?
- Pelo contrário! Foi espontaneamente que Margarida, com o seu feitio livre, um dia me disse que o meu amor era correspondido, depois de durante muito tempo ter evitado dar uma resposta clara ás minhas perguntas...
- Vossa excelencia engana-se! Margarida não o ama!
- Insulta a minha noiva?
- Estou certo de que o não ama. Há um segredo que ainda não pude descobrir e que a impede de lhe dizer que vai casar comsigo, por obrigação. O senhor Gustavo está iludido."
(excerto do Cap. I, Um coração entre três fogos)
Encadernação em meia de percalina com ferros gravados a ouro na lombada. Conserva a capa de brochura fronta.
Exemplar em bom estado de conservação.
Muito invulgar.
A BNP possui apenas um exemplar registado (de forma algo deficiente) na sua base de dados.
Indisponível

19 dezembro, 2015

CUNHA, Daniel da Silva Pereira e - ARTE FYZIONOMICA : extrahida de varios auctores, e correcta e augmentada. Por..., Bacharel em a Faculdade dos Sagrados Canones. Dedicada a sua Mãi. Coimbra: Na Typographia da Rua dos Coutinhos, 1825. Com Licença. In-8.º (16cm) de 48 p. ; B.
Raro e curioso estudo sobre a fisionomia humana. Propõe-se o autor com este trabalho instruir o público na arte de conhecer os homens pela análise das feições do rosto.
"A palavra Fyziognomonia compoem-se de duas gregas, a saber Physis (natureza) e Gnomos (regra). Póde definir-se uma arte, que dá preceitos e regras para conhecer as faculdades e inclinações naturaes do homem pelos seus indicios exteriores e particularmente pelas feições do rosto; isto he arte, que ensina a consignar as relações, que existem estre o fizico do homem e o seu caracter moral primevo. [...]
A dissimulação das naturaes inclinações de um individuo aos olhos do bom Fyzionomista, he como um vapôr subtil, que se dissipa aos raios do sol; e não se ignora de quantos males he origem a vil hypocrisia. A escolha rasoavel de um amigo e de uma esposa quanto he importante! E quantas vezes se tomão por amigos os homens mais indignos de um tão doce nome; e se contrahem vinculos indissoluveis, mas disgraçados pela falta deste tacto fyzionomico!"
(excerto do Cap. I, Definição e utilidade da Fyziognomonia)
Matérias:
I. Definição e utilidade da Fyziognomonia. II. A Fyziognomonia não he uma Sciencia quimerica e illusoria. III. Regras para o estudo desta Sciencia. IV. Dos Temperamentos. V. Regras especiaes da Fyziognomonia. VI. Fyzionomias Nacionaes; sua existencia e origem. VII. Regras sobre o caracter Nacional. VIII. Caracter das principaes Nações da Europa. FRANÇA; INGLATERRA; HESPANHA; ALEMANHA; RUSSIA; ITALIA; HOLLANDA.
Daniel da Silva Pereira e Cunha (1804-1880). Escritor e advogado fundanense. Foi presidente da Câmara do Fundão nos anos de 1843-1844 e 1858.
Exemplar desencadernado em bom estado geral de conservação. Aparado à cabeça; folhas defeituosas nas margens por descuido na abertura dos cadernos. Páginas amarelecidas por acção do tempo.
Raro.
Indisponível

18 dezembro, 2015

SILVA, J. M. Pereira da - SEGUNDO PERIODO HISTORICO DO REINADO DE DOM PEDRO I NO BRAZIL : narrativa historica. Por... Rio de Janeiro, B. L. Garnier, Livreiro Editor, 1871. In-8.º (20,5 cm) de  VIII, 465, [3], 7, [1] p. ; E.
1.ª edição.
"Na Historia da Fundação do Imperio Brazileiro traçámos um quadro minucioso dos acontecimentos, que prepararam e firmaram a inteira independencia e completa emancipação do Brazil, até o seu reconhecimento officialmente effectuado pelo governo da antiga metropole de Portugal.
Emprehendemos agora, n'este novo escripto, esboçar uma narrativa historica do segundo periodo do reinado de D. Pedro I no Brazil, complemento necessario da Fundação do Imperio.
Comprehende o primeiro periodo a regencia D. Pedro de 1821 á 1823, e o imperio de 1823 a 1825. Referir-se-ha o segundo aos annos subsequentes até o dia 7 de Abril de 1831, em que D. Pedro, abdicada a Corôa Brazileira em seu filho, o actual Imperador reinante, deixou de uma vez as plagas americanas para ir prestar seus serviços á terra em que nascêra, e onde a morte não tardou em cortar-lhe os fios da vida."
(Excerto do prólogo)
João Manuel Pereira da Silva (1817-1898). "Político, romancista, historiador, crítico literário, biógrafo, poeta e tradutor, nasceu em Iguaçu, atual Nova Iguaçu, RJ, em 30 de agosto de 1817, e faleceu em Paris, França, em 14 de junho de 1898. Em 1834 foi estudar Direito em Paris, formando-se em 1838. Lá participou das atividades do grupo Niterói, escrevendo para o segundo número um artigo importante, o primeiro em que um brasileiro expunha certas diretrizes da crítica romântica. De volta à pátria, foi advogado e político. Pelo Partido Conservador elegeu-se deputado provincial, depois geral, quase sem interrupção, de 1840 a 1888, quando entrou para o Senado. Era titular do Conselho do Império. Trabalhador ativíssimo, deixou obra abundante em vários gêneros. Estreou como ficcionista, em 1838, com o romance Uma paixão de artista, ao qual se seguiram as novela históricas O aniversário de D. Miguel em 1828, em 1839, e Jerônimo Corte Real, em 1840. Em história e crítica literária publicou notadamente os dois volumes do Parnaso brasileiro, o primeiro em 1843 e o segundo em 1848, boa antologia com um longo ensaio sobre a nossa literatura; e ainda o Plutarco brasileiro e Varões ilustres do Brasil durante os tempos coloniais, ambos também em dois volumes. Quase todas as biografias são de intelectuais, retomando em grande parte, sem contribuição pessoal a mais, o trabalho de biógrafos como Januário da Cunha Barbosa, Varnhagen e outros. Como historiador, a sua obra principal é a História da fundação do Império do Brasil, em 7 volumes, publicados entre 1864 e 1868, seguida do Segundo período do Reinado de D. Pedro I no Brasil, em 1871, e da História do Brasil de 1831 a 1840, em 1879."
(Fonte: www.machadodeassis.org.br)
Encadernação coeva em meia de pele com ferros gravados a ouro na lombada. Sem capas de brochura.
Exemplar em bom estado de conservação. Pastas e lombada algo desgastadas nas extremidades.
Raro.
Com interesse histórico.
15€
Reservado

17 dezembro, 2015

NORONHA, Eduardo de - O VULCÃO DA EUROPA : o Atilla moderno. Historia, compilação e narrativa dos acontecimentos da actual conflagração europeia contendo grande cópia de gravuras. Lisboa, Livraria Clássica Editora de A. M. Teixeira, 1915. In-8.º (19cm) de 425, [7] p. ; mto il. ; B.
1.ª edição.
Muito ilustrada com retratos de personalidades, desenhos, reprodução de pinturas e fotogravuras nas páginas do texto.
Obra sobre a Grande Guerra. O autor explica as causas que conduziram ao conflito mundial, e faz o balanço dos dois primeiros anos de guerra.
"Praticos os allemães, em tudo quanto se refere á sciencia militar, trataram de attenuar na medida do possivel os perniciosos effeitos d'aquillo contra que escreveu um dos seus criticos de maior auctoridade: «Toda a Europa é arrastada por uma corrente irresistivel que a impelle a armar todos os cidadãos validos e até não validos para poder resistir a uma ameaça de agressão subita. Precisa-se de numero a todo o preço. Parece esquecer-se que uma nação em armas não pode ser e não será nunca um exercito. A historia de todos os povos, das potencias militares que brilharam e desappareceram, revelam-nos que não é impossivel a um novo Alexandre levar deante de si as massas enervadas, que, na sua tendencia para augmentar sempre, hão-de acabar por transpôr os limites prescriptos pela logica.»
Então toda a Allemanha se transformou, como alguem a definiu, n'um vasto quartel, não perdendo nunca de vista estas quatro maximas de Frederico o Grande: «Os melhores alliados que nós temos são as nossas proprias tropas.» «Se não se cuida do exercito, o nosso paiz está perdido.» «Por grande que seja o amor á paz, não se deve nunca sacrificar-lhe a sua segurança e a sua honra.» «Uma espada obriga outra a ficar na baínha.»"
(excerto de Cap. II, O militarismo prussiano)
Matérias:
I. Desastre proveitoso. II. O militarismo prussiano. III. O attentado de Serajevo. IV. O «Livro Branco» allemão. V. A attitude da Inglaterra. VI. A invasão da Belgica. VII. Historias da Historia. VIII. Horrores da batalha. IX. O collosso do Norte. X. Eduardo VII e Jorge V. XI. O exercito inglez. XII. O Japão na China. XIII. No mar. XIV. No ar. XV. No imperio ottomano. XVI. Em volta do canal do Suez. XVII. Drama e tragedias. XVIII. O fim do anno sangrento. 
Eduardo de Noronha (1859-1948). “Nasceu em Lisboa, a 26 de Outubro de 1859, e morreu a 26 de Setembro de 1948, na mesma cidade. Apesar de ter seguido a carreira militar, participando, por exemplo, nas campanhas de pacificação em África, teve uma fecundíssima actividade literária, quer como escritor quer como jornalista.
Como jornalista colaborou nos jornais A Actualidade, do Porto, A África Oriental, O Quelimane e O Futuro, de Lourenço Marques, O Economista, de Lisboa, no Diário de Notícias, no Tiro e Sport, na Mala da Europa, e noutros títulos. Desta colaboração destaca-se sobretudo a que deu às Novidades, exercendo neste jornal, sob a direcção de Emídio Navarro, o cargo de secretário da redacção. Dirigiu ainda a revista Serões e os onze volumes do Dicionário Popular.
Como escritor destacou-se sobretudo como romancista histórico. Foi autor de uma vasta obra (mais de uma centena de livros), publicando, entre muitas outras, O Herói de Chaimite, No Brasil, A Guerra Russo-Japonesa, A Sociedade do Delírio, O Agonizar de uma Dinastia, À Porta da Havanesa, A Inglaterra e as suas Colónias, Filhos de Portugal, Os Marechais de D. Maria II, As Mulheres de Pernambuco, “obras de intensa vibração que se tornaram popularíssimas”. Traduziu ainda várias peças para o teatro e obras famosas na época, como Quo Vadis? ou Ben-Hur, de Wallace."
(fonte: blx.cm-lisboa.pt)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas sujas com defeitos. Assinatura de posse na capa frontal.
Invulgar.
Indisponível

15 dezembro, 2015

CURIE, Mme Pierre - LA RADIOLOGIE ET LA GUERRE. Par... Professeur à la Sorbonne. Avec 11 figures et 16 planches hors texte. Paris, Librairie Félix Alcan, 1921. In-8.º (16,5cm) de [4], 143, [1] ; [6] f. il. ; il. ; B.
1.ª edição.
Ilustrada no texto e em separado.
Obra que traduz o esforço de guerra de Marie Curie através da utilização dos RX nos campos de batalha, para um melhor diagnóstico e rápido tratamento dos soldados feridos.
"Parmi toutes les applications de guerre de la radiologie, c'est la localisation des corps étrangers, balles ou éclats d'obus, qui a excité le plus vivement l'intérêt du public aussi bien que celui des spécialistes chargés des examens radiologiques. Cet intérêt se comprend facilement, car non seulement il s'agit là d'une opération très utile dont dépend parfois la vie du blessé, mais, de plus, l'apparition du corps étranger dans le champ de vision produit un effet particulièrement saisissant; la découverte de ce corps et la détermination de sa position constituent un problème qui excite à un très haut point l'ingéniosité de l'opérateur. Aussi les méthodes employées se sont-elles multipliées; leur variété peut paraître quelque peu déconcertante aux personnes qui connaissent peu la question. Il est facile cependant de dégager quelques principes généraux sur lesquels reposent toutes ces méthodes; c'est à ces principes qu'il faut accorder une importance prépondérante, plutôt qu'aux dispositifs spéciaux dont chacun entre les mains d'un opérateur habile peut rendre de grands services, sans cependant pouvoir prétendre à représenter la seule méthode efficace, à l'exclusion de toutes les autres. Je dirai même qu'à mon avis, l'opérateur doit connaître et pratiquer plusieurs méthodes, car leurs avantages respectifs sont variables suivant le cas à considérer.
Avant d'aborder l'exposé des principes de localisation, demandons-nous d'abord s'il y a une utilité réelle à extraire les corps étrangers. L'opinion des médecins à ce sujet a subi quelques fluctuations au cours de la guerre, les uns affirmant qu'un projectile qui ne semble pas occasionner de perturbation doit être laissé en repos, les autres préconisant l'extraction obligatoire.
Il est clair que la question ne peut être discutée utilement sous une forme aussi absolue. En effet, une première restriction est à faire, eu égard aux conditions de l'extraction. Il est préférable de renoncer à une extraction non urgente, plutôt que de la faire dans de mauvaises conditions, avec un matériel ou un personnel insuffisant. Si nous supposons qu'à ce point de vue la sécurité est complète, on pourra affirmer, en se basant sur l'ensemble des opinions les plus autorisées, que, tout au moins, quand la blessure est récente, il y a toujours intérêt à tenter l'extraction."
(excerto do Cap. IV - Travail radiologique das les hopitaux, La localisation des projectiles)
Matérias:
Introduction. I. Les rayons x. II. Comment on peut produire les rayons x. III. Installations dans les hopitaux et voitures radiologiques: - Voitures radiologique. IV. Travail radiologique dans les hopitaux: - Caractères géométriques de l'image. - Radioscopie et radiographie. - Quelques détails sur la radioscopie. - Examen des fractures. - La localisation des projectiles. - Localisation anatomique. - Compas et appareils indicateurs. - Opération sous le contrôle des rayons. - Danger des rayons x et dispositifs de protection. V. Personnel radiologique. VI. Rendement et résultats. VII. Organisation d'après guerre. VIII. Radiothérapie et radiumthérapie. Conclusion.
Marie Curie (1867-1934). “Maria Sklodowska nasceu na atual capital da Polónia, Varsóvia, a 7 de novembro de 1867. Mudou-se para Paris em 1881, onde obteve licenciatura em física e matemática em Sorbonne. Em 1894 conheceu Pierre Curie, professor de física na faculdade, com quem no ano seguinte se casou, assumindo assim o nome de Marie Curie. Em 1896, Henri Becquerel incentivou-a a estudar as radiações emitidas pelos sais de urânio, por ele descobertas. Juntamente com o seu marido, Marie começou, então, a estudar os materiais que produziam esta radiação, e em 1898 perceberam que o minério pechblenda, libertava mais energia que o urânio. Após vários anos de trabalho constante, isolaram dois novos elementos químicos: o Polónio (em homenagem à sua terra natal) e o Rádio. Os termos radioativo e radioatividade foram inventados pelo casal para caracterizar a energia libertada espontaneamente pelo rádio. Em 1911 recebeu o prémio Nobel da Química «em reconhecimento pelos seus serviços para o avanço da química, pela descoberta dos elementos rádio e polónio, o isolamento do rádio e o estudo da natureza dos compostos deste elemento». Na 1ª Guerra Mundial, em 1914, Marie conseguiu organizar um serviço de radiografia móvel, equipando 20 carros que funcionavam como hospitais móveis que foram batizados de "pequenos curries". Estes carros possuíam um sistema radiológico muito rudimentar: um raios-X portátil, um dínamo, material fotográfico adequado, um cabo, cortinas e eram pintados de cinzento com uma cruz vermelha nas portas. Ela treinou cerca de 150 enfermeiras para operar nestes aparelhos nos campos de batalha para que os feridos recebessem tratamento imediato a fim de localizar as balas facilitando as cirurgias. Ela também ensinou médicos a entender anatomia radiológica com seus conhecimentos de geometria. No final da guerra, havia instalado 200 unidades de raios-x nas zonas de combate da região da França e Bélgica, tendo atendido a mais de um milhão de soldados. Marie também recolhia o gás que emanava do rádio e enviava-o para os hospitais de todo o mundo sendo usado no tratamento de tumores. Em meados de 1920, os perigos do rádio foram-se evidenciando. Funcionários do laboratório de Curie morreram de anemia e leucemia, e a própria Marie sofria dos efeitos da radiação. Ela foi provavelmente a pessoa que mais se expôs à radiação até hoje. Marie Curie era uma mulher forte: andava de bicicleta, nadava no mar, escalava montanhas e se preocupava em respirar ar puro sempre que saia do laboratório. Ainda assim, não resistiu, a radioatividade foi para ela, ao mesmo tempo, a sua vida e a sua morte. Marie faleceu de leucemia, a 4 de julho de 1934, aos 67 anos, perto de Salanches, França. O elemento 96 da tabela periódica, o Cúrio, foi baptizado em honra do Casal Curie.”
(Fonte: http://repositorio.chlc.min-saude.pt/)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Raro.
Indisponível

14 dezembro, 2015

PIRES, A. de Azevedo - O PROBLEMA DA CASTIDADE. Ao Microfone da Emissora Nacional. Prefácio do Prof. Luís de Pina. Lisboa, [s.n. - Composto e impresso nas Oficinas Gráficas da Rádio Renascença, Lisboa] : Depositária União Gráfica, Lisboa, 1950. In-8.º (19cm) de XVIII, [6], 374, [2] p. ; B.
1.ª edição.
Valorizada pela dedicatória autógrafa do autor.
Curioso trabalho moralista sobre a castidade. Compilação de prelecções radiofónicas do autor sobre o tema aos microfones da Emissora Nacional.
"A castidade é proveitosa à saúde. A falta de castidade compromete-a.
Quando o homem procura a satisfação dos sentidos mediante actos contrários à lei moral, é punido pela própria natureza. A lei moral não prejudica o homem; pelo contrário, ajuda-o a realizar-se como homem e impede-o de dissolver-se no instinto. Estabelece nele a soberania do espírito, orientando sàbiamente os impulsos e as tendências. [...]
A moral está ordenada ao bem da pessoa humana, e quando o homem a transgride, não se realiza como homem.
A desordem dos sentidos introduz desordem profunda. Nem admira que tal suceda, porquanto as diferentes partes do organismo mantêem entre si tão íntima relação que agem e reagem umas sobre as outras.
Nada se separa na vida, porque o homem não é simples agregado, antes unidade bem real.
Os efeitos da castidade, e da falta dela, aparecerão melhor se pusermos, diante de nós, dois jovens, um que pratique a pureza, outro que se entregue à devassidão.
Detenhamo-nos a contemplá-los:
Na inteligência: uma é aberta e luminosa, pois o homem experimenta inegável vantagem no espírito em razão directa da reserva imposta aos sentidos.
A outra pode tornar-se embotada e como luz que se extingue. A alma passa a viver em função da matéria e, como já alguém disse, «ao mesmo tempo que o jovem se acende para a carne, apaga-se para a ideia»."
(excerto do Cap. 1, Estragos da luxúria)
Matérias:
1 - Estragos da luxúria. 2 - Mais estragos da luxúria. 3 - A luxúria é triste. 4 - Os perigos da castidade. 5 - As vantagens da castidade. 6 - Patologia e castidade. 7 - A castidade e os direitos da natureza. 8 - O valor do instinto. 9 - Harmonias da castidade. 10 - Harmonias mais altas. 11 - A Moral cristã. 12 - Possível a castidade? 13 - Contra factos não há argumentos. 14 - Tem a palavra a juventude. 15 - A juventude continua a depor. 16 - Feixe de sofismas ou desculpas de mau pagador. 17 - Mais sofismas do mesmo feixe. 18 - Sofismas velhos com pretensão a novos. 19 - Mais desculpas de mau pagador, 20 - Responde-se a três dificuldades. 21 - Ordem ou liberdade na desordem? 22 - Castidade, virtude dos fracos? 23 - A morte do último abencerragem. 24 - Verdades fortes para todos. 25 - O exemplo dos Grandes. 26 - A lição de História. 27 - A lição do presente. 28 - Ainda a lição do presente. 29 - A lição do presente tem de continuar. 30 - O caminho da derrota. 31 - Sob o Arco do Triunfo. 32 - A grande estratégia. 33 - Correcção de exercícios. 34 - A correcção de exercícios continua. 35 - Leituras. 36 - Teatro e Cinema. 37 - O noivado. 38 - Modas. 39 - Bailes. 40 - Conversas e Companhias. 41 - O clima da vida moderna. 42 - Rumo às alturas.
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Invulgar.
Indisponível

13 dezembro, 2015

MATOS, A. Campos - VIAGEM NO PORTUGAL DE EÇA DE QUEIROZ (Roteiro). [S.l.], Fundação Eça de Queiroz, [2000]. In-4.º (24,5cm) de 123, [5] p. ; il. ; E.
1.ª edição.
Magnífico roteiro queiroziano, impresso em papel de superior qualidade, e ilustrado com inúmeras fotografias e desenhos, a p.b. e a cores.
"Será porventura útil sugerir na abertura de um roteiro dedicado a Eça de Queiroz, que percorrer os locais da sua geografia é enriquecer, pelo sentimento e pelo conhecimento, a expressão literariamente transfigurada com que eles se nos apresentam na sua obra. Melhor entenderemos assim a maneira como os viu e a osmose tão significativa e tão perfeita que praticou entre esses lugares e as suas personagens.
Poderemos deste modo dizer que o recurso à descrição de lugares e espaços da geografia real constitui uma das mais importantes categorias do seu processo.
A sensação de verosimilhança que Eça consegue transmitir-nos não resulta apenas da naturalidade e coloquialidade dos diálogos, mas também da arte ímpar de colocar as personagens nos seus ambientes próprios, de saber desenhar ou recriar esses ambientes como uma realidade viva, da sua capacidade de nos dar uma representação insuperável no domínio do visual. É isto, em suma, a ilusão do real."
(excerto do preâmbulo)
Índice:
1. Tormes e Santa Maria de Cárquere. 2. Lisboa. 3. Sintra. 4. Évora. 5. Leiria. 6. Coimbra. 7. Oliveira de Azeméis. 8. Verdemilho. 9. Costa Nova. 10. Praia da Granja. 11. Canelas. 12. Porto. 13. Vila do Conde. 14. Póvoa de Varzim. 15. Viana do Castelo.
A. Campos Matos (n. 1928). "Arquitecto, nasceu na Póvoa de Varzim em 1928. No seu curriculum predominam os estudos sobre Eça de Queiroz, com Imagens do Portugal Queirosiano, Edições Terra Livre, 1976, e uma segunda edição revista e aumentada da Imprensa Nacional-Casa da Moeda, em 1987. Foi autor da iniciativa e de grande parte do corpus do Dicionário de Eça de Queiroz, publicado em 1988 pela Editorial Caminho. Esta obra daria lugar, em 1993, a uma segunda edição muito aumentada, com novos colaboradores. Publicou também «Algumas reflexões sobre uma cidade em crescimento: a Póvoa de Varzim», in Boletim Cultural da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, 1976; «Bibliografia de António Sérgio», in Revista da História das Ideias, Coimbra, Faculdade de Letras, 1983; Diálogo com António Sérgio, Lisboa, Ed. Arquê, 1983, com uma segunda edição, revista e aumentada, na Editorial Presença em 1989. Tem colaborado no JL e outros periódicos e revistas de especialidade. Em Maio de 1994 foi encarregado pela Fundação Eça de Queiroz de transcrever, anotar e organizar a correspondência inédita de Emília de Castro para Eça de Queiroz: Eça de Queiroz-Emília de Castro, Correspondência Epistolar, Porto, Lello Ed., 1.ª ed. 1995, 2.ª ed. 1996. No prelo Cartas de Amor de Anna Conover e Mollie Bidwell para José Maria Eça de Queiroz, Cônsul de Portugal em Havana (1873-1874), Lisboa, Assírio & Alvim, 1999. É também autor de Diálogo com Eça de Queiroz, Lisboa, Caminho, 1999; A Casa de Tormes, Inventário de Um Património, Fundação Eça de Queiroz, 2000; Viagem no Portugal de Eça de Queiroz (Roteiro), Fundação Eça de Queiroz, 2000; A Igreja Românica de S. Pedro de Rates (Guia para Visitantes), Lisboa, Livros Horizonte, 2000 e E. Q. Marcos Biográficos e Literários (1845-1900), catálogo de exposição do Instituto Camões, 2000, E. Q. Realidade e Ficção, guião do vídeo-filme de 45 minutos produzido por Final-Vídeo, Porto, para o Instituto Camões, Lisboa, 2000."
(fonte: www.wook.pt)
Belíssima encadernação em meia de pele com rótulo e ferragem a ouro na lombada. Conserva as capas de brochura.
Exemplar em bom estado de conservação.
Invulgar.
Com grande interesse queiroziano.
15€

11 dezembro, 2015

OS CRIMES DA FORMIGA BRANCA. Confidencias veridicas e sensacionaes d'um Juiz de Investigação. Publicação semanal em folhetos de 16 paginas. Editor. J. Rocha Junior [e J. Diogo Peres e Victor Alcantara]. Lisboa, Lamas & Franklin [e Oficinas Graficas], 1915. 5 vols in-8.º (22cm) de 16 p. [1-80 pp], il.
1.ª edição.
Obra completa. Raro conjunto de 5 opúsculos, curiosos e muito interessantes, dado o contexto histórico da época em que foram publicados. Ilustrada com os retratos de algumas personalidades e desenhos a p.b. nas folhas do texto.
Sobre esta obra polémica, e com a devida vénia pelo magnífico trabalho publicado por Rita Correia na Hemeroteca Municipal, da CML, com data de 9 de Julho de 2014, reproduzimos alguns excertos. (Recomendamos a leitura integral - v. link infra).
                                    ................................
"Nascido para difamar, o que faz deste folheto um pasquim, pouco revela sobre a sua identidade e a dos seus promotores. Aparentemente, isto é, tomando como verídicas as informações que ostenta em capa, bem como a data do editorial presente no primeiro número, «2 de Fevereiro de 1915», terá aparecido em Lisboa, pouco tempo depois. Como se afirmava uma «Publicação semanal em folhetos de 16 páginas» e apenas saíram 5 números, a sua existência não terá ido além do mês de março. Nesse breve período, o pasquim teve três editores diferentes, sobre os quais não se encontrou qualquer notícia biográfica ou referência bibliográfica: J. Rocha Júnior, que depois de associar o seu nome aos dois primeiros números pediu escusa do cargo; J. Diogo Peres, que assumiu o terceiro; e Victor Alcantara, que se responsabilizou pelos dois últimos números. O «juiz» manteve a sua identidade na sombra, assim como o(s) ilustrador(es) que colaboraram na produção do pasquim (n.º 2, 3 e 4). Parece(m) ser artista(s) da escola moderna. Também se publicam as fotografias dos rostos de algumas vítimas e de formigas.
Cada número fazia relato dos meandros de um «crime», mas se a extensão da trama exigisse prolongava-se pela edição seguinte. Não há qualquer rigor na informação prestada. Os crimes não eram sequer fixados no tempo. É evidente que o objetivo da publicação era difundir uma imagem criminosa da Formiga Branca e, simultaneamente, estabelecer a sua ligação ao Partido Republicano Democrata e denunciar a identidade dos seus membros, dos mais populares aos líderes. Para apontar os primeiros recorria-se a alcunhas, a profissões e a nomes de estabelecimentos em Lisboa, que seriam, eventualmente, reconhecidos na época, se a imprensa já se tivesse encarregado de os popularizar, mas que hoje são difíceis de identificar como: «o Borges das Bombas» , «o Alfredo côxo, interprete dos hotéis e faquista», «o barbeiro da Ribeira Nova, chamado Martins, conhecido pelo Cabeça de Elefante», «o Marques da tabacaria», estabelecimento na rua do Ouro, «o José Simões mercieiro da rua dos Retrozeiros» e muitos outros. Já os “magnates da formiga” não oferecem dúvidas: Afonso Costa ou o «Ligorio, Affonso VII», «o famoso Governador Daniel Ramires» (Daniel José Rodrigues, 1877-1951, governador civil de Lisboa em 1913-14), «o irmão do governador o doutor Rodrigo Ramires» (José Rodrigo Rodrigues, 1899-1863, foi ministro da Justiça no governo de Afonso Costa), «o coronel Correia Barreto» (António Xavier Correia Barreto, 1853-1939, foi ministro da Guerra no governo de Afonso Costa), o «artilheiro Pala» (José Afonso Pala, 1861-1915) ou o «deputado alegre» (Manuel Ribeiro Alegre, 1881-1940), etc., etc. […]
Ora, embora a publicação d’ Os Crimes da Formiga Branca tenha ocorrido no início de 1915, as suas denúncias reportam-se a casos ocorridos nos anos 1912-1913, ou seja, no período sobre o qual incidiu a sindicância realizada pelo Senado. O primeiro número, com o título de «prólogo», foi ocupado com uma apresentação da publicação e uma narrativa iniciática, que recria para o leitor o ambiente de uma «Sessão Secreta». O número seguinte trata do assassinato político do 2.º tenente da armada, Alberto Soares, a 9 de julho de 1912, no átrio do Hotel Francfort, em Lisboa, onde procurava escapar à fúria de um grupo de populares (carbonários?) que o tinham por monárquico e o relacionaram com a explosão de bombas na Costa do Castelo, que se dera naquela tarde. O terceiro número recria outro caso ocorrido na capital − «A morte do 1.º sargento Pereira da Rua Vitor Cordon» −, que não se conseguiu identificar na imprensa. O quarto número, ocupou-se do «complot da praia da Maçãs», que visava atentar contra a vida de Afonso Costa e que a Formiga Branca fez abortar, ocorrido a 23 de setembro de 1913. Finalmente, o ultimo número centrou-se n’ «O assalto ao Tribunal de Santa Clara (chacina frustrada)», onde foram julgados, por conspiração, Carlos Lopes, Carlos Alçada e José Casimiro, em março de 1913. Curiosamente, ao iniciar o seu relato, e como quem evoca uma autoridade, o nosso «juiz» fez questão de informar que o caso fora tratado por seu amigo «num artigo publicado no «Intransigente», em agosto de 1913». Trata-se do diário fundado dirigido por Machado Santos, republicano e adversário “figadal” de Afonso Costa. […]
Para concluir, resta afirmar que Os Crimes da Formiga Branca foi folheto característico de um tempo tumultuoso. Não resta dúvida, de que foi bateria apontada ao Partido Democrata, colocada em terreno “secreto”, e que procurava instigar paixões tão violentas quanto as que dizia denunciar. Contribuiu, como muitas outras publicações, para a estabelecer uma ideia mítica da “Formiga Branca”."
(in http://hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/FichasHistoricas/OsCrimesdaFormigaBranca.pdf)
                                      ............................
"Durante o tempo que, como juiz de investigação criminal tive, por assim dizer, nas mãos, os complicados fios condutores cujos extremos tocavam as combinações tenebrosas que se desenrolavam quer nos basfonds da capital quer nas sédes misteriosas d'algumas associações criminosas, nada apaixonou o meu espirito como a formação lenta e inteligente d'essa seita intitulada A Formiga Branca.
Dissolvida quasi a Carbonaria logo apóz a proclamação da Republica, trataram alguns dos seus antigos dirigentes de formar um novo grupo servindo-se para tal fim do conhecimento que tinham de individuos aptos e experimentados em taes assuntos. [...]
Verdadeira associação de bandidos cujos vorazes instintos de roubo e de vingança associára num momento de perturbação, todas as suas manobras deveriam fatalmente interessarem os meus instintos policiaes.
Pretendendo - a exemplo das demais seitas - esconder os seus torpes designios sob o rotulo de politica não tardou em desmascarar-se por completo perante as investigações exátas que eu exigira ao meu agente secreto Raposa e que ele todos os dias fielmente trazia ao meus gabinete de trabalho."
(excerto da introdução do F. 1, Aos leitores)
Exemplares brochados em bom estado de conservação. Sem capas (apenas o vol. 3 conserva as capas). Pelo interesse e raridade, a justificar encadernação. O folheto n.º 4 apresenta falha de papel no canto inferior dto nas 2 primeiras folhas, e o folheto n.º 5 o mesmo, mas apenas na primeira folha, em ambos os casos sem prejudicar o texto.
Muito raro.
Indisponível