31 maio, 2016

SÁ, Conselheiro Visconde de Alves de - INSTRUCÇÕES REGULAMENTARES PARA A SECRETARIA DO SUPREMO TRIBUNAL DE JUSTIÇA : formuladas, Sendo Presidente do mesmo Tribunal o... Lisboa, Imprensa Typographica, 1887. In-8.º (22cm) de 40, [2] p. ; B.
1.ª edição.
Documento com interesse para a história do Supremo Tribunal de Justiça, e dos seus procedimentos regulamentares.
"A Secretaria abre ás dez horas da manhã, e fecha ás quatro horas da tarde.
Quando as sessões do Tribunal se prolongarem além d'esta hora, haverá sempre da secretaria um, ou mais empregados, para poderem satisfazer a qualquer ordem, que da parte da Presidencia lhes for transmitida para serviço do Tribunal.
O Secretario tomará as providencias necessarias, e que julgar mais convenientes, para este fim."
(N.º 1 das Instrucções Regulamentares)
João Maria Alves de Sá (1803-1890). Visconde de Alves de Sá. "Foi o 1.º e único detentor deste titulo. Foi o sexto Presidente do Supremo Tribunal de Justiça, entre 1878 e 1890."
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Sem contracapa. Capa manchada, frágil, com defeitos.
Raro e muito curioso.
Sem registo na base de dados da BNP.
10€

30 maio, 2016

PEREIRA D'EÇA, General - A CAMPANHA DO SUL DE ANGOLA. Relatório do general Pereira de Eça - com um estudo politico de João de Castro - e uma carta do general João Jalles. Lisboa, Tip. Lusitania, 1922. In-8.º (19cm) de 109, [7] p. : il. ; B.
1.ª edição.
Ilustrada com fotogravuras a p.b. em página inteira.
“Conheci-o muito intimamente, e por isso sei bem que este relatorio não é senão a expressão da verdade, vívida correctamente, tenazmente, com todo o rigoroso cumprimento do dever militar, rigor que êle punha sempre em todos os actos, que a sua profissão – que êle tanto e tanto apreciava e estimava – lhe determinava: pois para êle, como succedeu com o comando desta expedição militar, que originou a campanha, cujo relatorio êste é, sempre o dever militar sobrelevava a tudo.
Chamado pelo Ministro, para ser encarregado do comando desta expedição, e perguntado se o aceitaria ou não, (não era por escala que o serviço lhe pertenceria) o general Pereira d’Eça deu, imediata e prontamente, a seguinte resposta:
-  «Comandos desta ordem nem se pedem, nem se rejeitam. Aceito e marcharei».”
(excerto do antelóquio do general João Jalles)
António Júlio da Costa Pereira d'Eça (1852-1917). "Assentou praça no Exército português, matriculando-se no Real Colégio Militar, em 22 de Julho de 1869 e, terminado o curso de Artilharia, com excelentes classificações, foi promovido a alferes, em 27 de Dezembro de 1876. Ao longo da sua carreira desempenhou diversas missões na administração colonial portuguesa. Já como capitão, seguiu para Moçambique, em 1891, integrado numa força expedicionária, tendo em 1896, sido nomeado, por indicação de Mouzinho de Albuquerque, governador do distrito de Lourenço Marques, participando nos combates do Mapulanguene (Gaza) em 1897. A sua carreira nas colónias prosseguiu depois em Cabo Verde, onde chega em 1903, como major, para ocupar o cargo de chefe do estado maior. Regressado à metrópole, depois da implantação da República, prestou relevantes serviços ao novo regime, combatendo as incursões monárquicas, nomeadamente quando impediu o alastramento de actos de rebelião em Viana do Castelo. Em 1913 ascende a general, quando era director do Arsenal do Exército. Em 9 de Fevereiro de 1914 ocupa a pasta da Guerra, sendo um defensor da participação nacional na guerra europeia que então eclodiu, ao lado dos Aliados. No Governo, porém, nem todos concordam com essa posição e essa participação acaba adiada e Pereira de Eça abandona o cargo de ministro, em 12 de Dezembro de 1914, voltando às suas funções militares. Quando aumenta o perigo das incursões alemãs no sul de Angola, em Fevereiro de 1915, o Governo Português reconhece a conveniência de colocar um oficial general ao comando das operações militares naquela região.
O General Pereira d'Eça foi então escolhido pelo governo ditatorial de Pimenta de Castro para substituir Alves Roçadas, partindo a 21 de Março de 1915 e chegando a Luanda a 7 de Abril, com as funções de novo governador de Angola e de comandante das forças expedicionárias, substituindo o general Norton de Matos. Logo a 7 de Julho daquele ano as forças portuguesas reocupam Humbe, no sul de Angola, sem encontrarem resistência. Como, entretanto, a 9 de Julho, as forças militares do Sudoeste Africano alemão , comandadas pelo general Victor Franke, se renderam ao general Louis Botha, comandante-em-chefe das forças da União Sul-Africana, a missão do general Pereira d'Eça passa a ser a submissão dos povos indígenas, liderados por Mandume Ya Ndemufayo, que se haviam rebelado contra a presença portuguesa na região. Rendida a colónia alemã, a 15 de Agosto uma coluna das forças do comando do general Pereira d'Eça, agora com a missão única de acabar com a revolta das populações da Huíla, reocupa o forte do Cuamato e entre 18 e 20 de Agosto dá-se o combate de Mongua, no qual a principal coluna das forças expedicionárias, comandada pelo general Pereira d'Eça, dispersa um ataque das forças locais contra os depósitos de água de Mongua, ocupadas no dia anterior.
A vitória portuguesa neste recontro marca o fim da rebelião, que nas semanas seguintes foi completamente dominada, iniciando um período de relativa pacificação que, após a morte de Mandume em 1917, se manteria por mais de 40 anos até à década de 1960, quando a resistência armada à presença portuguesa se reacendeu no contexto da Guerra Colonial Portuguesa. Terminada a pacificação do sul de Angola, o general Pereira d'Eça regressa doente e esgotado a Lisboa. A 16 de Novembro de 1915 toma posse do comando da 1ª Divisão do Exército em Lisboa, cargo que ocupava quando faleceu em 1917."
(fonte: arquivo.presidencia.pt)
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capas oxidadas com pequenos defeitos nas margens e na lombada; miolo em bom estado.
Muito invulgar.
Com interesse histórico.
Indisponível

29 maio, 2016

FREIRE (Médico), António J. - DA FRAUDE NO ESPIRITISMO EXPERIMENTAL. Porto, Sociedade Portuense de Investigações Psíquicas, 1950. In-8.º (18,5cm) de 82, [6] p. ; B.
1.ª edição.
"Dominando nos dois últimos séculos, o absolutismo político e teocrático, o pensamento humano, liberto dos falsos preconceitos e das prepotências  seculares que o escravizaram ao capricho dos interesses autocráticos, lançou-se, ébrio de luz e de liberdade, na conquista duma nova civilização, construindo vastos sistemas científicos, maravilhosos nos seus aspectos material, utilitário e analítico, ainda que desorientados no sentido profundo da Vida, no seu nobre aspecto espiritualista, só procurando analisar a aparência irreal da matéria, do transitório e do efémero. [...]
O Espiritismo representa o mais poderoso agente profilático da descrença e do negativismo, impondo a evidência dos factos, mercê da sua estrutura essencialmente científica, fazendo derivar os seus princípios básicos dum conjunto inumerável de factos de ordem hiperfísica, supranormal e transcendente, sem perderem o fio da sua continuidade filosófica, numa finalidade especificamente evolutiva, em sucessões intérminas no espaço e no tempo, através da pluralidade das nossas existências sucessivas, regidas e determinadas pela lei da casualidade, psíquica e moral (Karma)."
(excerto do prefácio)
Matérias:
- Prefácio (Noções gerais de Espiritismo). - Da Fraude no Espiritismo Experimental. - Conclusões.
António Joaquim Freire (1877-1958). Foi o grande impulsionador do movimento espírita português. Médico, escritor e jornalista, formou-se em Medicina, obtendo também o curso de Medicina Sanitária, pela Universidade de Coimbra. Discordante declarado da República, foi preso em Maio de 1911, permanecendo nos calabouços da prisão da Trafaria. Em Março de 1912 fugiu de Portugal. Viajou por diversos países, estabelecendo-se finalmente na Argentina, em 1913. Regressou a Portugal em Outubro de 1917. Dirigiu a "Revista de Espiritismo", e publicou diversas obras sobre o tema.
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capas algo sujas. Páginas com manchas de oxidação.
Invulgar.
Indisponível

28 maio, 2016

SEPULVEDA, Chistovam Ayres de Magalhães - ORGANISAÇÃO MILITAR ARABE NA PENINSULA. Por... Capitão de cavallaria... Lisboa, Imprensa Nacional, 1901. In-4.º (25cm) de137, [1] p. ; [2] f. il. ; mto il. ; B.
1.ª edição.
Pioneiro ensaio sobre a organização militar dos árabes durante o período de dominação da Península Ibérica.
Ilustrada no texto com bonitas capitulares e vários desenhos reproduzindo armas e vestuário de guerra, bem como, duas estampas em extratexto.
Obra dedicada pelo autor ao seu colega Major Garcia Guerreiro.
"A mesma curiosidade em assumptos que, por dever de officio, e natural pendor, versamos, e a mesma orientação no que toca ao criterio e methodo a applicar no estudo da historia, nos levou a dar toda a importancia a um periodo da historia da peninsula hispanica que tanta influencia teve na nossa antiga organisação militar, e tão intimamente se liga com a historia militar portuguesa. É o periodo da dominação dos arabes em todo o territorio peninsular e das luctas que as armas christãs tiveram de sustentar a fim de rehaver para a nossa raça e para a nossa crença o que em má hora perdera, pelo predominio de outras crenças e outras raças. Essas lutas tinham produzido uma tão importante modificação na maneira de ser militar dos dois povos, primeiro em opposição, e mais tarde em intimo contacto e em fusão, que um e outro apresentaram, num periodo largo da historia da peninsula, uma feição caracteristica, cujo estudo se torna indispensavel para comprehendermos bem a nossa organisação militar e a nossa historia guerreira na Idade Media."
(excerto da dedicatória)
"Constituia a guerra para o musulmano uma necessidade, um dever, uma religião.
Era a guerra o instrumento mais poderoso da sua fé; pela guerra dilatára o seu dominio pelo mundo inteiro, e com elle um novo credo religioso dimanado, como a fé christã, dos preceitos fundamentaes da Biblia.
Foi inspirando o espirito do proselytismo, diz Sedillot, que Mohamede se propoz desenvolver o genio militar dos arabes «persuadindo-os de que Deus lhes dava o mundo em partilha»."
(excerto do texto)
Cristóvão Aires de Magalhães Sepúlveda (1853-1930). "Tenente-coronel de cavalaria, lente da Escola do Exercito, deputado, governador civil de Bragança e de Coimbra, sócio efectivo da Academia das Ciências, da Academia de História de Madrid, do Instituto de Coimbra, escritor, poeta, jornalista, etc."
(fonte: www.arqnet.pt)
Exemplar brochado, por abrir, em bom estado de conservação. Capas levemente oxidadas.
Muito invulgar.
30€

27 maio, 2016

YUZAN, Daidoji - O CÓDIGO DO SAMURAI. Introdução, Tradução e Notas de Luís Serrão. Queluz, Coisas de Ler Edições, 2003. In-8.º (21cm) de 104, [4] p. ; B.
1.ª edição.
"O Código do Samurai data do século XVI e constitui um tratado único sobre as leis e preceitos internos dos samurais. Este código abarca todos os aspectos da vida, desde o trato com a família, ou como sobreviver às lutas políticas, passando pela gestão dos dinheiros.
O conceito do samurai em relação à honra e lealdade, a sua indiferença perante a dor, o seu desapego aos bens materiais, o controlo das emoções e o princípio essencial de que "o samurai deve, acima de tudo, ter presente dia e noite o facto de que vai morrer", configuram o perfil de um modelo de conduta excepcional, onde está subjacente uma subtil mas profunda espiritualidade, unida a uma ética insubornável.
Daidoji Yuzan (1639-1730) viveu numa época em que o Japão encerrou um ciclo da sua história particularmente marcado por extensos conflitos bélicos.
As guerras seriam incessantes mas, paradoxalmente, conduziriam à progressiva unificação do país e a um tempo de paz que começou por volta de 1600 e se estendeu até 1878. Foi neste período que surgiram os samurais, antigos guerreiros que se tornaram responsáveis pela manutenção da ordem prevalecente.
Os samurais cultivavam o antigo código de honra e comportamento - o chamado "bushido", que significa, o 'caminho do guerreiro'."
(apresentação)
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capas ligeiramente vincadas.
Invulgar e muito curioso.
10€

26 maio, 2016

FOLQUE, Filippe - INSTRUCÇÕES PARA OS TRABALHOS HYDROGRAPHICOS DOS RIOS, PORTOS E BARRAS E OBSERVAÇÕES DE MARÉS, SONDAS E NIVELAMENTOS COM A DESCRIPÇÃO E RECTIFICAÇÕES DO THEODOLITO. Por... do Conselho de Sua Magestade Fidelissima, Brigadeiro Director Geral dos referidos trabalhos. Lisboa, Imprensa Nacional, 1864. In-4.º (24cm) de [2], 28 p. ; [4] f. desdob. ; E.
1.ª edição.
Ilustrado com 4 desdobráveis no final da obra.
"Os trabalhos das plantas hydro-topographicas devem ter sempre por base pontos trigonometricos ligados com e triangulação geral do paiz, formando-se, na falta d'esta, uma triangulação especial sobre uma base medida.
A planta de qualquer rio será levantada de um determinado ponto a montante até á sua foz na escala de 1/2500, abrangendo as margens até 200 metros proximamente de distancia da linha da maior cheia; e bem assim a parte da costa na extensão de 1:250 metros para a direita e esquerda da barra, e o terreno para o interior da costa a uma distancia não menor de 200 metros, alem do preamar das maiores aguas.
Como estas plantas têem geralmente de ser reduzidas para os usos da navegação, será conveniente levantar então na escala de 1/10000 todo o terreno das margens e costa que tiver de fazer parte dos planos hydrographicos, até 500 metros, alem dos limites acima para a escala de 1/2500."
(excerto do texto)
Filipe de Sousa Folque (1800-1874). "General de Divisão, nascido em Portalegre, a 28 de novembro de 1800. Filho do General Pedro Folque, em 1817 assentou praça voluntariamente na Armada como Aspirante de Piloto, sendo mais tarde sido promovido a Oficial. Ingressou na Universidade de Coimbra onde, em 1826, se doutorou em Matemática. Foi nomeado Director das Obras do Rio Mondego e, em 1827, Ajudante do Observatório da Universidade de Coimbra. Em 1833, o Doutor Filipe Folque, 2.º Tenente da Armada Real da Marinha, Opositor na Faculdade de Matemática na Universidade de Coimbra, foi transferido para o Exército, sendo promovido a 1.º Tenente adido ao Real Corpo de Engenheiros, onde fez toda a sua carreira militar.
Ainda decorria a Guerra Civil entre Liberais e Absolutistas, quando em 1833, começou a trabalhar com o seu pai, Pedro Folque que dirigia superiormente a Comissão para os Trabalhos de Triangulação Geral e Levantamento da Carta Corográfica do Reino (Ministério da Guerra). Em 1849, após a morte de seu pai, foi encarregado de dar continuidade aos trabalhos, e em 1852, em pleno período da Regeneração, com a criação do novo Ministério das Obras Públicas, Comércio e Indústria, passa a chefiar a Comissão Geodésica e Topográfica do Reino. Mais tarde, esta grande estrutura administrativa e científica cresce, denominando-se Direcção-Geral. As suas competências e designações foram-se alterando ao longo dos anos e, no final da sua vida Filipe Folque era Director-Geral dos Trabalhos Geodésicos, Topográficos, Hidrográficos e Geológicos do Reino.
Além de grande impulsionador da Cartografia em Portugal, colocando-a ao nível do que de melhor se fazia na Europa (como foi pública e internacionalmente reconhecido por sucessivos prémios), foi responsável pela adoção dos novos métodos de reprodução e divulgação da mesma, quer seja com a contratação do Mestre polaco Jan Lewicki para introdução da Litografia na Cartografia portuguesa; quer, já na década de 70, na criação dentro da estrutura orgânica da Direcção-Geral, da nova Secção Fotográfica (chefiada pelo Lente de Química José Júlio Rodrigues, e que atuava no edifício da Real Academia das Ciências de Lisboa), que se impõe como primeiro organismo oficial de fotografia em Portugal. Apadrinhou, ainda, o desenvolvimento dos estudos geológicos (Presidente da Comissão Directora dos Trabalhos Geológicos do Reino) e hidrográficos, tendo sido o responsável pela criação da classe de Oficiais Engenheiros Hidrográficos, na Marinha.
Em termos de grandes marcos da cartografia nacional, é responsável pelo levantamento da Carta Geral do Reino ou Carta Corográfica de Portugal na escala 1: 100.000 (não obstante não ter tido tempo para assistir à sua conclusão, com a publicação das últimas folhas); pela Carta Topográfica da Cidade de Lisboa, na escala 1: 1.000, em 65 folhas manuscritas e coloridas, que permitiram a elaboração da excelente Carta de Lisboa, litografada, na escala 1: 5.000; do Plano Hidrográfico da barra do Porto de Lisboa, na escala 1: 10.000, entre muitos outros trabalhos.
Com a criação da Escola Politécnica de Lisboa foi nomeado Lente de Astronomia. Foi mestre de Matemática dos filhos da Rainha D. Maria II e acompanhou estes, D. Pedro V e seu irmão Luiz, Duque do Porto (mais tarde Rei D. Luiz I) nas duas viagens que estes efetuaram à Europa em 1854 e 1855, já com a patente de Brigadeiro.
Social e politicamente muito ativo, foi Deputado da Nação pelo ciclo de Portalegre, sua terra natal, e pelo ciclo de Lisboa.
Ainda em 1834, foi feito Sócio efetivo da Academia Real das Ciências de Lisboa, de que veio a ser Director de classe, em 1850. Lente jubilado da Escola Politécnica de Lisboa e da Escola do Exército, e devido aos seus grandes conhecimentos musicais (exímio flautista), colaborou ativamente com Almeida Garrett na fundação do Conservatório Nacional, chegando a ser Director da Secção de Música. Foi ainda colaborador assíduo da altamente prestigiada Revista Militar e escreveu várias obras científicas, que serviram de base a muitos estudiosos da matéria.
Recebeu a mercê régia de ser nomeado Fidalgo da Casa Real e Par do Reino. Foi agraciado com a Ordem Militar de Santiago da Espada, grau de Grã-Cruz; e com o grau de Comendador das seguintes Ordens: Real Ordem de S. Bento de Aviz, Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa, Ordem de Leopoldo (da Bélgica), Ordem da Coroa de Carvalho e Ordem do Leão (ambas dos Países-Baixos), Legião de Honra (de França) e da Ordem de S. Jorge (do Reino das Duas Sicílias)."
(fonte: ftp.igeo.pt)
Encadernação cartonada revestida de tecido. Sem capas de brochura.
Exemplar em bom estado de conservação.
Raro.
40€

25 maio, 2016

SOUSA, Tude Martins de - SERRA DO GEREZ. Estudos - Aspectos - Paizagens. Edição illustrada. Porto, Livraria Chradron, de Lello & Irmão, 1909. In-8.º (18,5cm) de IX, [1], 155, [3] p. ; [15] f. il. ; E.
1.ª edição.
Apreciada monografia sobre a Serra do Gerês, a primeira que nestes moldes se publicou entre nós.
Ilustrada com 20 fotogravuras distribuídas por 15 folhas separadas do texto, representando paisagens e locais emblemáticos da Serra e um mapa desdobrável representando o perímetro florestal do Gerês.
"Áparte as suas aguas mineraes, que mais acarretavam a curiosidade em desvendar os agentes que a tornavam uma potencia therapeutica de valor velhamente comprovado, tudo o mais pouco ou nada se tinha publicado.
E todavia, a dentro das montanhas do Gerez estavam ainda quasi virgens de explorações de sciencia e de tourismo os mais ricos e attrahentes retalhos de paizagem alpestre, que é dado gosar em Portugal, e abrigados pelos seus contrafortes e alimentados pelas suas chãs viviam povos que, pelas suas tradições, pelos seus habitos e pelo seu modo de viver, constituiam especimens dos mais dignos de estudo ethnographico e social."
(excerto do prefácio)
Matérias:
I. Topographia - Povos antigos do Gerez. II. Braga ao Gerez. III. Caracteristicas das povoações serranas. IV. Regimen pastoril. V. Lendas diversas e tradicções religiosas. VI. Caldas do Gerez. VII. O Gerez florestal. VIII. Fauna gereziana. IX. A Serra - Excursionismo - Clima. X. Rios e ravinas - Povoações serranas - Bibliographia.
Tude Martins de Sousa (1874-1951). “Nasceu na Amieira do Tejo, Nisa, a 17 de janeiro de 1874, e morreu na Amadora a 16 de julho de 1951. Formou-se em 1893 pela Escola Agrícola de Coimbra, obtendo o diploma de Regente Agrícola. Desenvolveu atividade como ecónomo para a Colónia Agrícola Correcional de Vila Fernando (1895), Regente Florestal na Serra do Gerês (1904), diretor da Colónia Penal Agrícola de Sintra (1915) e chefe de Serviços Agrícolas da Administração e Inspeção-geral das Prisões (1919), foi ainda diretor da revista O Lavrador, boletim da antiga Associação dos Regentes-Agrícolas. Em 1932 integrou a comissão responsável pela instalação de uma Colónia Penitenciária em Alcoentre e para uma prisão para mulheres, na antiga Quinta da Mitra, em Santo Antão do Tojal (Loures). Em 1939 foi encarregado pelo Governo para proceder à remodelação da Escola Agrícola de Paiã, da Junta Distrital de Lisboa. Presidiu à Associação dos Arqueólogos Portugueses e foi Diretor do Instituto de Sintra. Os interesses de Tude de Sousa pautaram-se, simultaneamente, por outros domínios de conhecimento, designadamente, por aspetos de Etnografia Portuguesa, tendo desenvolvido estudos pioneiros sobre o comunitarismo agro-pastoril da região do Gerês, contribuindo significativamente para a crescente expressão regionalista da Etnografia do século XX. Os seus estudos etnográficos sobre as comunidades serranas do Gerês versaram as temáticas relativas às práticas sociais comunitárias relacionadas com o regime pastoril e a atividade agrícola, destacando-se os estudos sobre a divisão e distribuição de águas de rega e o pastoreio. As suas temáticas contemplaram também uma análise da alimentação serrana, do vestuário e das tradições populares associadas a festividades religiosas como o Natal, Nascimento e Quaresma, bem como, às cerimónias dos Cercos e Clamores na Serra do Gerês.”
(fonte: www.matrizpci.dgpc.pt)
Encadernação do editor inteira de percalina com ferros gravados a seco e a negro e ouro nas pastas e na lombada.
Exemplar em bom estado de conservação. Pastas com defeitos. Páginas com manchas de acidez. Assinatura de posse nas guardas, f. rosto e pág. dedicatória.
Muito invulgar.
Indisponível

24 maio, 2016

CASTELLO BRANCO, C. - VIDA DO JOSÉ DO TELHADO : extrahida das «Memorias do Carcere». Vende-se na livraria de João E. da Cruz Coutinho, editor : rua do Almada n.º 12 a 16 - Porto. In-8.º (17,5cm) de 20 p.
1.ª edição independente.
Curioso opúsculo biográfico, não datado, publicado sem capas de brochura e ilustrado com uma caricatura do salteador na 1.ª página que serve de frontispício.
De um modo geral, aceita-se ter sido impresso entre 1883 e 1887. No entanto, Alexandre Cabral no seu Dicionário de Camilo Castelo Branco, baseando-se em fontes coevas, sugere 1874 como data provável.
"Este nosso Portugal é um paiz em que nem póde ser-se salteador de fama, de estrondo, de feroz sublimidade! Tudo aqui é pequeno: nem os ladrões chegam á craveira dos ladrões de outros paizes! Todas as vocações morrem de garrote, quando se manifestam e apontam a extraordinarios destinos. A Calabria é um desprezado retalho do mundo; mas tem dado salteadores de renome. Toda aquella Italia, tão rica, tão fertil de pintores, sculptores, maestros, cantores, bailarinas, até em produzir quadrilhas de ladrões a bafejou o seu bom genio! Ahi corre um grosso livro intitulado: Salteadores celebres de Italia. É ver como debaixo d'aquelle ceo está abalisada em alto ponto a graduação das vocações. Tudo grande, tudo magnifico, tudo fadado a viver com os vindouros, e a prelibar os deleites de sua immortalidade. Schiller, Victor Hugo, Charles Nodier, se fada má lhes malfadasse o berço em Portugal, teriam de inventar bandoleiros illustres, a não quererem ir descrevel-os ao natural nos pinaculos da republica. Apenas um salteador noviço vinga destramente os primeiros ensaios n'uma escalada, sahe a campo o administrador com os cabos, o alferes com o destacamento, o jornalista com as suas lamurias em defeza da propriedade, e a vocação do salteador gora-se nas mãos da justiça. [...]
Diz algum tanto como exemplo d'esta latismavel anomalia a historia de José Teixeira da Silva do Telhado, o mais afamado salteador d'este seculo.
Vulto de romance não o tem, porque n'este paiz nem se completam ladrões para o romance. Disse-me uma dama franceza de eminente espirito, que em Portugal era a natureza, o ceo e o ar que faziam os romances. Nem isso, minha senhora. Aqui anda sempre o gume do prozaismo a podar os rebentões da natureza, mal elles infloram. Fructos de servir para a novella, levantada da comesinha chaneza d'um conto á lareira, nem mesmo os deixam amadurar na fama e nas façanhas de um salteador.
Se não vejam:
José do Telhado nasceu em 1816, na aldeia de Castellões, comarca de Penafiel. Seu pae era o famigerado Joaquim do Telhado, capitão de ladrões, valente como as armas, e raio devastador em francezes que elle matava, porque eram francezes, e porque eram ladrões, posto que, na qualidade de membro da nação espoliada, o senhor Joqauim chamasse sómente a si o que era fazenda nacional. Um tio-avô de José Teixeira, chamado ele o Sodiano, já tinha sido salteador de porte, e infestara o Marão durante muitos annos. Se arripiassemos carreira na linhagem do senhor José do Telhado, iriamos encontrar-lhe um avoengo em Roma, com uma sabina roubada no colo."
(excerto da 1.ª parte do texto)
Exemplar em bom estado de conservação. Cadernos unidos por dois agrafos. Páginas apresentam picos de acidez. Pequeno orifício na derradeira página (sem prejudicar o texto).
Raro.
Com evidente interesse camiliano.
Indisponível

23 maio, 2016

CARVALHO, Arthur de Moraes - TRUSTS E CARTEIS. Memoria lida na conferencia inaugural do 75.º anno da Associação de Advogados de Lisboa, em 13 de Janeiro de 1915. Lisboa, Typographia Portugueza, 1915. In-8.º (22,5cm) de 61, [3] p. ; B.
1.ª edição.
Valorizada pela dedicatória manuscrita (não assinada) do autor.
Curioso título sobre os diversos sistemas de monopólio, julgamos que, dos primeiros trabalhos que sobre este assunto se publicou entre nós.
"Pareceu-me que era de molde a prender a vossa attenção o assumpto que escolhi para thema d'esta memoria - o estudo, forçadamente muito restricto, das grandes colligações industriaes dos tempos modernos, d'esses syndicatos por vezes poderosos como um Estado, os quaes, na Joven America, por uma extensão impropria da primitiva accepção da palavra se chamam Trusts, e que recebem mais comummente o nome de Kartell, ou, aportuguezando o termo, de Carteis na Velha Europa! [...]
Em volta d'este momentoso problema se têem debatido as questões mais arduas da sciencia economica, e, por causa d'elle, acham-se seriamente abalados alguns principios basilares da velha escola classica.
Da sua importancia se avalia por ter entrado como ponto primacial em programmas de partido e até em programmas presidenciaes nos Estados Unidos da America.
D'essas famosas colligações se têem occupado egualmente as mais diversas legislações, ora com preceitos que facilitam a sua creação e desenvolvimento, ora com prohibições taes que dir-se-hiam insophismaveis e decisivamente eliminadoras.
Por meio d'essas poderosas combinações de grande industria, tão violentamente atacadas, como apaixonadamente defendidas, se têem amontoado fortunas tão fabulosas, que os Cresus antigos até se nos afiguram pobres!"
(excerto da conferência)
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capas oxidadas.
Invulgar.
Indisponível

21 maio, 2016

FERREIRA, Ardisson - O HOMEM É FRUGÍVORO. Demonstração anatómica, fisiológica e antropológica da alimentação humana racional. Conferência realisada no Ateneu Comercial do Porto, em 26 de Julho de 1912. Porto, Sociedade Vegetariana - Editora, 1912. In-4.º (23 cm) de 23, [1] p. ; B. XII Volume da Biblioteca Vegetariana
1.ª edição.
"Leão Tolstoi disse laconicamente: «Comemos muito»; eu atrevo-me a acrescentar: ... e mal! [...]
Devo declarar-vos, em abôno da verdade, que antes do dia 7 dêste mês, nunca me tinha decidido a pensar a sério da fisiologia da nutrição, não só porque outros muitos afazeres me roubavam o tempo, como ainda porque o frugivorismo só há alguns mêses começou a ser exalçado, entre nós, por aqueles que o estudaram scientificamente ou lhe reconheceram os salutares efeitos, por experiência própria."
(Excerto do texto)
Augusto Ardisson Ferreira (Lisboa, 1873 - 1932). "Foi um médico e cirurgião que se dedicou também à escrita, sendo ainda uma artista plástico curioso. Foi um divulgador da cultura física, tendo traduzido as obras de J. P. Müller para português. Mais tarde, causou polémica ao criticar Müller, que considerou um plagiador. Escreveu diversos livros de grande sucesso e colaborou em revistas como O Vegetariano e Vida e Saúde, e participou em vários congressos em Portugal e no estrangeiro. Encontra-se colaboração da sua autoria na revista Tiro e Sport (1904-1913)."
(Fonte: wikipédia)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Invulgar.
Indisponível

20 maio, 2016

ARROZAIS DE PORTUGAL. Lisboa, Sociedade de Anilinas, Lda., [1936]. In-8.º (22cm) de 36 p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Curioso opúsculo sobre a organização da indústria arrozeira nacional e a política governamental para o sector.
Ilustrado com desenhos e fotogravuras nas páginas de texto.
"No decurso do último quadriénio o problema da produção, do comércio e da indústria arrozeira mereceu, também e justamente, a valiosa assistência do Govêrno, traduzida por um conjunto de medidas de fomento e protecção, tendentes a melhorar a produção e a organizar a sua actividade mercantil-industrial, criando-se, para tal efeito, por diplomas legislativos, a Comissão Reguladora do Comércio de Arroz e o Grémio dos Industriais Descascadores de Arroz, organismos êstes que têm por fim, respectivamente: «regular, no continente, as operações do comércio de arroz nacional e da importação de arroz colonial e estrangeiro; proceder à venda e liquidação do arroz em casca pertencente a produtores sempre que êstes o requeiram; adquirir aos pequenos produtores o arroz em casca pelos preço mínimo fixado; e, orientar e fiscalizar o exercício da indústria de descasque de arroz."
(reproduzido de Importância económica)
Matérias:
- Importância económica. - Estudo agronómico, químico e mesológico : descrição botânica e composição. - Amanhos do solo : preparação, correcção e armação da terra. - Escolha e selecção das sementes. - Adubação. - Método de cultivo: sementeira directa; plantação; viveiro; transplantação. - Grangeios : mondas. - Operações finais : ceifa, debulha e secagem. - Adubos da Sociedade de Anilinas, Lda. : Recomendáveis para a cultura do arroz. - Tabela de preços bases para arroz em casca da produção nacional : Campanha 1936/1936.
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capas oxidadas.
Invulgar.
10€

19 maio, 2016

SELECÇÕES DESPORTIVAS. 1 : Setembro, 1951. Coimbra, Atlântida, 1951. In-8.º (19cm) de [4], 64, [4] p. ; mto il. ; B.
1.ª edição.
Primeiro número desta colecção de crónicas desportivas. Julgamos que este folheto foi tudo quanto se publicou.
"Ao lançar esta publicação, que aparecerá no princípio de cada mês, «Atlântida», oferece aos desportistas uma obra que não existia na nossa editorial da especialidade, e, cujas similares, lá fora, têm larga divulgação.
«Seleções Desportivas», colaborada pelos melhores jornalistas e técnicos nacionais e estrangeiros, proporcionará leitura sugestiva e atraente, inserindo estudos, análises e trabalhos de inegável valor cultural, a par de reportagens sensacionais, sobre todas as modalidades."
(excerto da apresentação)
Matérias:
- Na casa do futebol britânico, de Ricardo Ornellas. - A batalha dos ciclistas contra a Hora, por Alfred Denis. - 16 encontros internacionais no Estádio Nacional, por Carlos Pinhão. - Aizkolari, desporto dos lenhadores. - O basquetebol português e os seus problemas fundamentais, pelo Prof. José de Sousa Esteves. - Crepúsculo de uma táctica no futebol brasileiro, por João Gaucho. - Em 1952 seremos de novo campeões mundiais se..., por José Ilharco. - Gaston Reiff, Fany Blanders-Koen e Emílio Zatopek, por Marcel Dayan. - A corrida de cavalos mais famosa do mundo, por B. W. Curling. - Nomes do futebol espanhol, por Juan de Castilla. - Em cada 10 austalianos um joga ténis, por Harry Hopman. - Holanda, país da água e de nadadores. - A selecção belga do fim da última estação, por Albert Schoubben. - Os nossos inquéritos. - Fangio, o bólido argentino. - O Nice e o brasileiro Amalfi. - O raguebi americano faz diferença do europeu, por Charlie Brow. - Uma equipa portuguesa na Volta à França, por Observador. - Dois clubes ingleses [Newcastle United e Tottenham Hotspurs], por John Carter. - Os americanos não acreditavam em Turpin, por Eddie Pruden. - As grandes tácticas do futebol : o «Ferrolho», por Adriano Peixoto.
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capas apresentação sinais de oxidação.
Invulgar.
10€

18 maio, 2016

LOPES, Norberto - CRUZEIRO DO SUL : crónicas da travessia aérea do Atlântico. Com um prefácio e autógrafo de Gago Coutinho. Porto, Renascença Portuguesa, [1923]. In-8.º (19 cm) de [2], 254, [2] p. ; [2] p. il. ; B.
1.ª edição.
Capa de Stuart Carvalhais.
"Á hora em que a cidade começava a sair da penumbra indecisa da madrugada e o vulto branco dos Jerónimos se transformava em renda, em luz, em sôpro de glória, dois aviadores portugueses, ali perto do Restelo, levantaram vôo em direcção ao Brasil - onde vão levados pelo mesmo sonho audacioso e aventureiro que guiou as naus de Pedro Álvares Cabral, em busca das terras maravilhosas de Santa Cruz.
A notícia da partida andava quási em segredo na bôca de muita gente. Os jornais disseram, mas ninguém queria acreditar. Era lá possível que dois homens, mesmo sendo portugueses, mesmo sentindo-se predestinados pela voz da tradição, para gloriosos cometimentos, se metessem dentro de um aparelho tão pequeno e tão frágil, para voar, em quatro étapes, as 4:200 milhas que nos separam do Rio de Janeiro!"
(Excerto de Asas ao vento)
Índice
:
Prefácio. - Asa ao vento. - A agonia do «Lusitânia». - O berço da glória. - A Madeira num relâmpago. - Entre o céu azul e o mar imenso. - A guitarra do «Bagé». - Asas que se preparam para voar. - Em frente dos penedos de S. Pedro. - Os náufragos de Fernando de Noronha. - A largada do «Fairey-16». - Horas de ansiedade. - Uma entrevista com Sacadura Cabral. - A «Étape» Fernando de Noronha - Mar alto. - Em frente de Pernambuco. - A gracinha inocente de um polaco. - A chegada do «Fairey-17» a Fernando de Noronha. - As asas de Portugal voam sôbre o Brasil. - Os aviadores em Pernambuco. - A missa campal e o novo padrão da descoberta. - Do Recife à Baía. - Nos lugares santos da história de Portugal. - A chegada do avião a Pôrto Seguro. - Os aviadores em Pôrto Alegre. - A caminho da Vitória. - A última estrofe da epopeia gloriosa. - O baptismo do avião. - Um golpe de vista sôbre «A magnífica aventura». - Gago Coutinho. - Sacadura Cabral.
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Manuseado. Capas frágeis, manchadas, com defeitos. Livro apresenta miolo manchado, com especial incidência nas últimas folhas. Falha de papel no canto superior esq. da contracapa. 
Raro.
Indisponível

17 maio, 2016

GARIBALDI, José - OS MIL DE GARIBALDI. Expedição á Sicilia em 1860. Traducção do italiano Pelo bacharel Joaquim Xavier Pereira. Lisboa, Typographia do Jornal do Commercio, 1875. In-8.º (21cm) de 305, [3] p. ; E.
1.ª edição.
Episódio histórico da unificação italiana. Relato dos acontecimentos que conduziram à conquista da Sícilia e de Nápoles por uma força militar liderada pelo autor.
Giuseppe Garibaldi (1807-1882). "Nacionalista revolucionário italiano nascido a 4 de julho de 1807, em Nice, a sul de França. Passou a sua juventude como marinheiro nos navios mercantes do Mediterrâneo. Em 1833, integrou a Jovem Itália, movimento revolucionário italiano comandado por Guiseppe Mazzini e que tinha como finalidade a unificação do país que se encontrava sob domínio estrangeiro. Na época, esse movimento político e ideológico, que exaltava à unificação de Itália, ficou conhecido por Risorgimento (Renascimento).
Em 1834, o jovem foi condenado à morte por participar num motim, mas conseguiu fugir, exilando-se na América do Sul onde permaneceu durante 12 anos. Durante esse período, revelou grandes qualidades como chefe militar ao participar em diversas campanhas no Brasil (1836) e no Uruguai (1841). Aqui lutou contra o ditador argentino Rosas. Ainda nesse período, conheceu a heroína brasileira Ana Maria de Jesus Ribeiro com quem veio a casar e que ficou conhecida pelo nome de Anita Garibaldi. Em 1848, regressou a Itália e juntou-se às tropas voluntárias que estavam ao serviço de Carlos Alberto, rei da Sardenha, que lutaram, sem sucesso, contra o exército austríaco na Lombardia. Um ano depois, liderou as tropas voluntárias até Roma, onde a República tinha sido declarada por Mazzini e outros nacionalistas. Garibaldi defendeu a cidade dos ataques franceses durante um mês, no entanto, viu-se obrigado a fazer um acordo com os Franceses. As tropas da retirada arriscaram passar pelo território controlado pelos Austríacos, o que provocou a morte, a captura e a dispersão de uma grande parte dos italianos. Anita Garibaldi, que tentava juntar-se ao marido, encontrou-se no meio deste confronto, vindo a falecer em agosto de 1849.
Guiseppe Garibaldi viu-se obrigado a novamente exilar-se, tendo partido para os Estados Unidos da América, para Staten Island (Nova Iorque), onde adquiriu a cidadania norte-americana. Cinco anos depois, em 1854, regressou a Itália, estabelecendo-se na ilha de Caprera, a noroeste da Sardenha. Nessa altura, Garibaldi acreditava que a liberdade só poderia ser alcançada numa aliança com o rei da Sardenha, Víctor Emanuel, e com o conde de Cavour, Camilo Benso, no entanto, estes opunham-se ao seu republicanismo. Garibaldi foi ganhando vários adeptos, o que o envolveu política e militarmente nos anos subsequentes.
Em 1859, liderou com sucesso uma expedição contra os Austríacos, nos Alpes, e liderou, em 1860, a expedição dos Camisas Vermelhas ou dos Mil (expedição conhecida por ambos os nomes), uma força de mil homens com a qual conquistou a Sicília e Nápoles contribuindo assim para a unificação italiana sob a denominação da Casa de Saboia.
Em 1862, o rei Víctor Emanuel declarou estabelecido o reino de Itália, apesar de não estar nele incluída a cidade de Roma, nem algumas regiões do norte de Itália. Entre 1862 e 1866, Garibaldi lutou, sem êxito, com o propósito de conquistar Roma. Em 1866, liderando um grupo de voluntários, participou, com o apoio de Napoleão III, numa segunda tentativa de unificação do reino, lutando não só contra os franceses, como também contra o estado pontificado, tentativa que se revelou fracassada. Em 1870, ofereceu os seus préstimos à França na luta contra a Áustria.
Depois de ter sido deputado no Parlamento italiano (1875), retirou-se definitivamente da vida política e militar, recolhendo-se na sua ilha de Caprera.
Guiseppe Garibaldi faleceu a 2 de junho de 1882, em Caprera."
(fonte: http://www.infopedia.pt/$garibaldi,3)
Encadernação em meia de pele. Sem capas de brochura.
Exemplar em bom estado de conservação. Lombada cansada, com defeitos. Rubrica de posse na f. anterrosto.
Raro.
30€

15 maio, 2016

MADEIRA, Pedro - O ESCÂNDALO DA PROSTITUÏÇÃO DE MENORES EM PORTUGAL. Por... Lisboa, Editorial do Povo, [s.d.]. In-8.º peq. (11,5cm) de 97, [3] p. ; B. Biblioteca Sensação!
1.ª edição.
Invulgar ensaio ilustrado com casos do conhecimento do autor.
"Era nossa intenção falar simplesmente dum caso de aparência exclusivamente moral, mas o homem cria os seus princípios e revela os seus valores de olhos postos na sociedade; e quanto melhor esta fôr melhor será o homem; e quanto melhor fôr o homem melhor ela será.
Esta série de fluxos e refluxos formava justamente o princípio dinâmico das civilizações. Assim como a função faz o orgão, a sociedade faz o homem e o homem faz a sociedade.
Eis por que, tratando dum caso moral, não pudemos subtrair-nos à considerações, embora muito sumárias, que acabamos de fazer.
Quando uma moral que diz que não se deve ter uma certa atitude ou praticar certa acção é inteiramente desmentida pelo espelho duma sociedade que mostrou a mais natural e calma das tolerâncias para com essa atitude e prática dessa acção, ou a moral é falsa ou está mal enunciada."
(excerto da introdução, Considerações preliminares)
Matérias:
Considerações preliminares. I. O exemplo. II. Coisas que acontecem... - III. Voz que não ecoa. IV. Itinerário impúdico.
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Pouco comum.
Sem registo na BNP.
15€

14 maio, 2016

SARRAZIN, C. H. - ENSAIO SOBRE O SYSTEMA MILITAR DE BONAPARTE, COM HUMA BREVE NOTICIA DA REVOLUÇÃO FRANCEZA, E A COROAÇÃO DE S. M. CORSA. ESCRIPTO EM FRANCEZ, POR... OFFICIAL DO ESTADO MAIOR MOSCOVITA; TRADUZIDO EM PORTUGUEZ, E DEDICADO Á OFFICIALIDADE, E MOCIDADE LUSITANA. POR P. P. V. Lisboa, Na Impressão Regia, 1811. Com licença. In-8.º (20cm) de [2], 68, [2] p. ; B.
1.ª edição.
Curioso ensaio bélico sobre o sistema militar dos Exércitos Franceses, imposto por Napoleão Bonaparte, que revolucionaram a estratégia de progressão em campanha e o aparato militar na época.
"Quando a França no meio da sua revolução só podia oppor ás aggressões das Potencias continentaes massas informes de voluntarios, sem Generaes experimentados, sem officialidade veterana, então acreditarão todos não distar muito a sua ruina; e antes que as armas o decidissem, já nos Gabinetes da Europa se havia calculado a repartição de suas Provincias.
O desprezo que as bizonhas tropas Francezas inspiravão aos antigos Generaes de Alemanha, para aquella preparava successos inexperados, vindo a ser com o tempo para seus inimigos, fecundo manancial de revezes, e desares. Este fatal erro alguma vez devia cessar; porém o mal já estava feito. A nova Republica dêo huma forma mais regular aos armamentos em massa, e ás requisições de toda a especie. Com ella adquirio a arte da guerra grande melhoramento; organizárão-se os Exercitos debaixo de hum plano vasto, e uniforme, e começou-se a usar de hum maior numero de tropas ligeiras. Des de então já as marchas se não emprehendião sem as precederem guias, e descobridores, nem se derão batalhas sem haver atiradores, fazendo-se huma séria refórma nas bagagens, e artilheria grossa. Melhorou-se a de campanha, dando-lhe mais, e melhor movimento; tratou-se de ter poucos, ou nenhuns armazens de viveres; prohibirão-se geralmente os cavallos de cela a todos os Officiaes Subalternos de infanteria, e impôz-se aos Generaes huma obrigação rigorosa de marcharem sempre á testa das suas divisões. Taes são em poucas palavras as essenciaes mudanças, que os Francezes fizerão no seu Systema Militar, e tal he no dia de hoje o systema de Bonaparte. [...]
O Ensaio, que offereço ao público, com especialidade o consagro aos Officiaes Portuguezes. Se ao pegar da penna só houvesse consultado o odio, que o meu coração eternamente nutrirá contra o inimigo do genero humano, sem dúvida houvera podido satisfazello completamente, demorando-me em violentas declamações; mas pelo contrario quiz manter o meu aborrecimento, contendo-o dentro de certos limites, para inquirir a verdade o mais imparcialmente que me foi possivel. Debaixo deste supposto apresento aos valentes, que tiverem o incommodo de ler este meu escripto, hum fiel retrato dos Exercitos Francezes, sem ommittir nenhuma das vantagens, que eu supponho tinhão sobre todos os Exercitos contra quem pelejárão em Alemanha. Estas vantagens, segundo o meu parecer, se reduzem a duas principalissimas, e vem a ser: a Mobilidade, e a Harmonia, ou Unidade dos movimentos. As victorias de Bonaparte são o producto da simples, e uniforme organização de seus Exercitos; e o militar que tiver judiciosamente observado as batalhas em que se achasse, verá no contexto desta pequena Obra, se, devendo-se considerar sempre como base fundamental dos felizes successos de hum Exercito a sua mobilidade, e a unidade de seus movimentos, ha na Europa organização militar que possa applicar-se a estes dous principios melhor que a dos Exercitos Francezes."
(excerto da introdução) 
Jean Sarrazin (1770-1848). General de brigada francês. Aos dezasseis anos, alistou-se nos Dragões, a cavalaria de elite do exército francês. Durante as guerras da Revolução obteve várias promoções. Em 1794 era ajudante geral no exército do Sambre e Meuse, o exército revolucionário francês, em Itália. Foi nomeado general de brigada em 23 de agosto de 1798. Participou na Expedição da Irlanda (1798), tendo-se distinguido na Batalha de Castlebar. Apesar de inteligente e corajoso, o seu temperamento irascível e vaidoso trouxeram-lhe dissabores ao longo da sua carreira militar. Em 10 de Junho de 1810 deserta para o lado inglês, revelando as fraquezas do exército francês. É condenado à morte in absentia por um conselho de guerra. Regressa a França durante a «Restauração Bourbon» (1814-1830) e oferece os seus serviços a Napoleão no início dos Cem Dias (20 de março - 8 de julho de 1815), também conhecido por Governo dos Cem Dias, período que marca o regresso do imperador Napoleão I ao poder após a sua fuga do exílio na ilha de Elba. É preso e encarcerado. Perdoado em 1822, exilou-se em Londres e posteriormente em Bruxelas, onde viria a falecer, em 1848.
Exemplar em brochura, revestido com capas da época, em bom estado de conservação. Discreta rubrica de posse e carimbo na f. rosto.
Raro.
Com evidente interesse histórico. 
Indisponível

13 maio, 2016

SILVA, João Augusto - GORONGOSA : experiências de um caçador de imagens (fotografias do autor). [Prefácio por Dr. Alfredo Esteves de Sousa]. Lourenço Marques, [s.n. - Executado nas oficinas gráficas da Empresa Moderna, Lda, (EMOL), Lço. Marques], 1964. In-4.º grd. (29cm) de [2], 92 p. ; [104] p. il. ; E.
1.ª edição.
Valorizada pela dedicatória autógrafa do autor.
Bonita edição, impressa em papel de superior qualidade, profusamente ilustrada em extratexto com fotografias a p.b. e a cores dos animais selvagens que habitam o Parque da Gorongosa.
"Meu caro amigo: O seu excelente trabalho proporcionou-me o prazer de confirmar que V. reune em si um conjunto de qualidades difíceis de encontrar num mesmo indivíduo, no qual não sei o que mais admirar: se o artista da palavra e da imagem que, em descrições cheias de realismo e sobriedade e com imagens cheias de vida e movimento, me fez reviver cenas passadas; se o naturalista nato que soube observar e "ver" para além da corrente interpretação antropomórfica das reacções dos animais; se a valentia intrépida do antigo caçador que procura compreender melhor os "bichos" arriscando a vida para demonstrar a si próprio as conclusões a que chegou; se, finalmente, a coragem de pôr em letra de forma os resultados das suas demoradas observações, tão verdadeiras e tão contrárias ao que nos conta a tradição centenária sobre "histórias" de feras que apenas escasso número de indivíduos de eleição começa agora a contrariar, correndo, muito embora, o risco de ser apodado de lunático ou excêntrico."
(excerto do prefácio)
"Encontrareis nestas páginas, aqui e além, afirmações absolutamente contrárias aos conceitos mais generalizados acerca do comportamento de alguns animais selvagens - conceitos que de há muito correm mundo com a força de verdade dogmáticas.
Essas afirmações que outros talvez considerem temerárias ou sensacionais, resultaram do estudo directo da Natureza levado a cabo com amorosas devoções de panteísta, durante longos anos vividos na selva.
Certas facetas da "personalidade" dos animais não se revelaram de pronto aos olhos do autor. A princípio o seu próprio juízo crítico vergava sob o poderoso ascendente de noções erradas, transmitidas de geração em geração. Mas, a pouco e pouco, foi-se rasgando o espesso véu de preconceitos que lhe toldavam o panorama da vida natural e começou então a surgir diante dos seus olhos maravilhados um mundo novo de perspectivas até então ignoradas."
(excerto da introdução)
Matérias:
- Os animais selvagens e o Homem. - Vagueando pelos caminhos do Parque. - Espécies zoológicas mais comuns no Parque da Gorongosa. - Documentário fotográfico : experiências de um caçador de imagens.
Encadernação editorial em tela com sobrecapa policromada revestida cor capa plástica de protecção.
Exemplar em bom estado de conservação.
Invulgar e muito apreciado.
35€

10 maio, 2016

ENSAIO ÁCERCA DO QUE HA DE MAIS ESSENCIAL SOBRE A CHOLERA-MORBUS EPIDEMICA, REDIGIDO PELA COMMISÃO MEDICA DA ACADEMIA REAL DAS SCIENCIAS DE LISBOA. Lisboa : Na Typographia da mesma Real Academia. 1833. Com licença de Sua Magestade. In-8.º (22cm) de [2], 46, [6] p.
1.ª edição.
Cholera morbus, é expressão que designa a cólera propriamente dita, mas também outras doenças gastrointestinais epidémicas que se lhe assemelham.
Neste curioso trabalho, são descritas as causas, a sintomatologia, o diagnóstico, o tratamento e recuperação da cólera. Segundo Inocêncio (II, 228), os autores deste opúsculo terão sido os médicos Joaquim Xavier da Silva, Inácio António da Fonseca Benevides, Wenceslau Anselmo Soares, e Francisco Elias Rodrigues da Silveira.
"A causa especifica ou essencial da Cholera-morbus he até ao presente tão desconhecida, como tem sido ignorada a das outras epidemias; e se por ventura bem a conhecessemos, teriamos a vantagem de podermos formar hum plano mais racionavel sobre os seus meios preservativos e therapeuticos: e qual não seria então o triunfo da humanidade, quando apparecesse para a Cholera-morbus outro Jenner como para as bexigas?
Differentes hypotheses se tem formado a este respeito, mas todas ellas não passão de meras conjecturas. Huns tem pretendido achar a sua causa em certa quantidade de cobre, reduzido a moleculas tenuissimas dos aerolithes, lançadas pelos ventos: outros tem querido provar, que o principio cholerico, existindo nas alturas da athmosfera, era acarretado pelas nuvens como em balões, e depositado em differentes pontos da superficie da Terra: outros a attribuem a hum predominio de electricidade negativa ou resinosa: alguns a derivão de insectos invisiveis, não menos fataes que os gafanhotos do Egypto; opinião esta ja lembrada por Auctores antigos, como causa de outras epidemias: em fim muitos a fazer derivar unicamente das modificações da temperatura, da electricidade, da humidade, da decomposição da athmosfera, &c. Porém todas estas hypotheses nada mais são do que bons desejos de querer atinar com o que nunca sahirá da obscuridade das trevas da nossa ignorancia."
(Artigo I, Causa especifica ou essencial da Cholera-morbus)
Matérias:
I. Da causa epecifica ou essencial da Cholera-morbus. II. Das causas predisponentes ou occasionaes da Cholera-morbus. III. Hygiene. IV. Influencia epidemica. V. Da natureza da Cholera-morbus. VI. Descripção ou Diagnostico da Cholera-morbus: 1.º Periodo ou de Invasão; 2.º Periodo, ou de Collapso, algido, cyanose, de concentração, &c.; 3.º Periodo ou de reacção, de decocção, terminação, &c. Anomalia na successão e duração dos periodos. VII. Symptomas essenciaes ou caracteristicos. VIII. Symptomas anomalos. IX. Therapeutica de Cholera-morbus: No 1.º Periodo ou de Invasão; No 2.º Periodo ou de Collapso, algido, &c.; No 3.º Periodo ou de reacção. X. Tratamento especial dos Symptomas dominantes. XI. Prognosticos da Cholera-morbus. XII. Convalescença. XIII. Anatomia pathologica. Conclusão.
Exemplar desencadernado em bom estado de conservação, não obstante apresentar larga mancha de humidade transversal a toda a obra.
Raro.
30€

09 maio, 2016

SAMPAIO, Armando – COIMBRA ONDE UMA VEZ… Recordações de um antigo estudante. Portalegre, [s.n. – Depositário : Clube Académico de Coimbra, Coimbra], 1974. In-8.º (21 cm) de 169, [3] p. ; B.
1.ª edição.
Memórias de Armando Sampaio, conhecido desportista da Briosa, dos seus tempos de estudante em Coimbra.
Valorizado pela sua dedicatória autógrafa.
"Coimbra, quando há quase cinquenta anos fui frequentar a sua Universidade, diferia um pouco do que fora antes; e muito, muitíssimo mesmo, do que é hoje.
Contava meu pai, que andara por lá mais de meio século atrás, que no seu tempo, quando não havia ainda ligação ferroviária entre a Estação Velha e a cidade, os passageiros desembarcados naquela faziam-se transportar para esta em burros de aluguer, mais ou menos lazarentos. Os seus proprietários, colocados em fila à saída da gare ao lado dos jumentos, apontavam com o dedo indicador para os viajantes que chegavam, gritando com quanta força tinham:
- Burro, sr. doutor!... Burro, sr. doutor!...
(Já nessa época distante eram apodados de doutores quantos passavam pela velha cidade universitária)
Claro que os homenzinhos não pretendiam insultar fosse quem fosse. O gesto e a fala eram a forma usual de oferecerem a «mercadoria»…"
(Excerto de Antigamente era assim)
Armando Francisco Coelho de Sampaio (1907-1982). Natural de Beja. “Antigo Estudante da Universidade de Coimbra, onde se licenciou em Medicina, foi uma figura destacada no panorama futebolístico português. Na Associação Académica de Coimbra, AAC, desempenhou cargos e lugares, tal como no Sporting Clube de Portugal e na Federação Portuguesa de Futebol. Armando Sampaio veio profissionalmente exercer medicina para Portalegre. Além de desportista e médico, era também político. Politicamente ligado ao Estado Novo, foi desde sempre amigo e apoiante de Marcello Caetano, muito tempo antes de Caetano vir a ascender à presidência do conselho. Ao longo da sua vida escreveu vários livros memorialistas, que hoje são fonte importante para as temáticas que tratou.”
(Fonte: avozportalegrense.blogspot.pt)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Muito invulgar.
Indisponível