27 outubro, 2016

GRANDES REPÓRTERES PORTUGUESES DA I REPÚBLICA : os casos vibrantes, anedóticos, dramáticos, confidenciais descritos pelos próprios jornalistas que os viveram. Selecta Jornalística. Lisboa, Foto-Jornal, 1986. In-8.º (21cm) de 231, [9] p. ; B. Colecção Grande Reportagem, 3
1.ª edição.
Compilação de histórias e reportagens de conhecidos jornalistas 1.ª República, contadas por eles próprios.
"Época das mais relevantes na história do jornalismo português, a I República constitui uma das referências míticas dessa geração inquieta e criadora que, entre outras irreverências, teve a de revolucionar a nossa Imprensa, nela introduzindo não só técnicas percursoras, mas também o estilo imagético da reportagem moderna. Cometeu excessos, o menos ingénuo dos quais se figurou no despontar do jornalismo sensacionalista, bem temperado de boémia e aventuras feéricas. [...]
Foi o tempo em que a concorrência profissional entre jornais e entre repórteres assumia não raras vezes aspectos de inaudita ferocidades: para obter a notícia, completa, em primeira mão, exclusiva, valia tudo, rigorosamente tudo, à exacta semelhança de lanceiros inimigos no fragor da batalha. E nesse minuto decisivo cessavam, entre colegas os competidores, e enquanto durasse a degladiação, todas as normas de boa camaradagem - as quais, aliás, prontamente eram retomadas tão logo a edição transitasse da rotativa para as mãos dos ardinas...
Foi ainda o tempo de um buliçoso jornalismo político, repleto de prosas mordazes, amiúde geniais em sobejo para a efemeridade da produção - «os artigos de fundo», em regra vigorosos e quilométricos - a melhor herança deixada na década anterior pela Monarquia estropiada mas que viria depois a extinguir-se no sufoco da crescente da Censura.
E foi, sobretudo, e por tudo isto e muito mais, o tempo de uma geração notável de repórteres - que esta antologia pretende representar, como retrato feito pelos próprios, através de textos originais e desconhecidos que dormiam nas bibliotecas e fomos agora acordar de um sono de mais de meio século."
(excerto da apresentação de Pedro Foyos)
Índice:
1. Acúrsio Pereira - Ladrões de crianças. 2. Álvaro Maia - Liberdade de Imprensa. 3. Amadeu de Freitas - «Redactor habilitado, precisa-se». 4. Artur Portela - Como se perde uma reportagem. 5. Augusto de Castro - A minha estreia no Jornalismo. 6. Belo Redondo - A morte do Rei. 7. Carlos Faro - Um minuto de hesitação. 8. Eduardo Fernandes (Esculápio) - A vida anedótica dos jornais. 9. Eduardo Frias - A musa indiana. 10. Eduardo de Noronha - Um aperto... jornalístico. 11. Feliciano Santos - O contínuo do jornal. 12. Ferreira de Castro - Como eu fui preso... no Limoeiro. 13. Hermano Neves - O quarto de hora do repórter. 14. João Rodrigues Consolado - Uma frustrada reunião. 15. Joaquim Leitão - Como se lança um amigo. 16. Joaquim Manso - O meu primeiro artigo. 17. José Joaquim de Almeida - Os últimos são os primeiros. 18. Julião Quintinha - Uma entrevista com Wells. 19. Júlio de Almeida - A Batalha do Milhafre». 20. L. Consigliéri Sá Pereira - Enquanto a cidade dormia. 21. Luís Teixeira - ... Fogo!!! 22. Luís Trigueiros - Crónicas mundanas. 23. Norberto de Araújo - Um equívoco. 24. Norberto Lopes - No rasto das águias. 25. Pinto Quartim - Um homem persistente. 26. Raul Brandão - O Dr. Nascimento. 27. Reinaldo Ferreira (Repórter X) - Quatro episódios da vida jornalística. 28. Rocha Martins - O meu violento e doloroso artigo. 29. Santos Tavares - Reportagem da saudade. 30. Silva Passos - Uma entrevista difícil. 31. Trindade Coelho - Contraste. 32. Vitorino Nemésio - Página de memórias.
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Invulgar e muito curioso.
Indisponível

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