21 outubro, 2016

VIEIRA, Tomé - MEMÓRIAS DE UM REPÓRTER. [S.l.], [s.n. - Composto e Impresso na Comp. Nacional Editora, Lisboa], [1960]. In-8.º (20,5cm) de 75, [5] p. ; B.
1.ª edição.
"Esta obra funciona como um livro de memórias da carreira jornalística de Alberto Tomé Vieira. No texto, o autor começa por descrever o jornalismo, afirmando que este é activo, intenso e noticioso, ao contrário de antigamente, em que não ocorriam tantos acontecimentos e onde o jornal era o único meio de informação. No passado, diz ele, os jornais abordavam temas banais, como: aniversários, casamentos e a vida social. Na actualidade, refere o autor, o jornal prefere as catástrofes, as descobertas científicas e a confusão internacional. “A velocidade de comunicação atinge a do som, transformando-se o jornal num “produto do tempo”.
Quando o autor iniciou a sua carreira como jornalista, narra o próprio, abundavam pequenos grupos, que se consideravam organizações jornalísticas. Estas nasciam e morriam a toda a hora. Havia uma carência de boas empresas jornalísticas. Sendo assim, os jornalistas viviam como “mulheres a dias” , eram pagos pelo trabalho ao final do dia. Por vezes, não havia trabalho nem dinheiro. Neste sentido, os jornalistas eram forçados a descobrir casos, o mais insólitos possível, com o objectivo de serem publicados, para poderem garantir o seu sustento.
Alberto Tomé Vieira narra, depois, vários episódios da sua vida profissional, nos quais não reflecte sobre jornalismo, mas que são úteis para se entenderem as rotinas produtivas e os tipos de trabalhos encomendados aos jornalistas nessa época. Realça, igualmente, o seu envolvimento na política, o que mostra que, nessa época, era, de alguma forma, natural encontrarem-se jornalistas simultaneamente políticos.
O autor revela que, em meados dos anos vinte, “houve necessidade de substituir a censura irresponsável pela censura responsável para a informação jornalística”. “A censura à Imprensa é tão condenável como a liberdade irresponsável. Mas foi ela (…) que encaminhou (…) os próprios jornalistas para uma acção profissional mais formativa”, avalia o autor."
(fonte: http://teoriadojornalismo.ufp.edu.pt/inventarios/vieira-a-1960)
Índice:
- Do jornalismo de ontem ao jornalismo de hoje. - Quando os jornalistas eram «mulheres a dias» – salvo seja! - Era perigoso para a República dar voto às mulheres – dizia o Dr. Bernardino Machado. - Um Governo de vinte e oito dias. - Eram tantos os partidos que foi difícil escolher o nome para mais um. - A verdade ia matar – a mentira vitoriou-nos. - A condição é vocês ganharem as eleições. - Censura responsável e Censura irresponsável. - O melhor detective português.
Alberto Tomé Vieira (1900-?). Jornalista português. “Nasceu em 1900, sendo a data do seu falecimento desconhecida. Trabalhou numa companhia de seguros mas resolveu seguir outro caminho, o jornalismo profissional. Fez parte da redacção do jornal “O Século” e exerceu o cargo de chefe de redacção do Diário de Notícias.
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Invulgar.
Indisponível

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