04 outubro, 2016

VITORINO, António - GENTE DE VIEIRA (Luiz André, Maria do Rosário, Ti Luzia Tocha, Nazário e «Naufragados» do Salsinha). Edição do Autor. Lisboa, Depositários : Editorial, Organizações, Lda., [1938]. In-8.º (19cm) de 239, [1] p. ; B.
1.ª edição.
Capa de Joaquim Rodrigues (Quim).
Conjunto de contos de inspiração neo-realista.
"A mãe da Maria do Rosário era uma velha de sessenta e oito anos. «Um moio e oito - dizia ela - repassados de trabalhos e aflições». Ouvindo-a, porém, todos a julgavam em êrro vendo-a assim tão curvada - tão curvada que dir-se-ia uma interrogação a fechar qualquer frase de cem anos. Mas aos que duvidavam logo ela respondia:
- Nasci no ano do fogo grande nas barracas da praia. Fogo maldito, dizia a minha mãe, que não se lembrava de um ano de maior desgraça. Um francês que aí estivera, um vagamundo... parece que por malvadez, ou descuido... nunca se soube bem."
(excerto de Maria do Rosário)
António Gomes Vitorino (1886-1962). “Nasceu em 26 de Março de 1886, em Vieira de Leiria. Frequentou a instrução primária na Vieira, onde também trabalhou desde muito novo: foi pastor, pescador, almocreve, marçano.
Desde que, aos 18 anos, recém-chegado a Lisboa (cerca de 1916) assiste à representação de uma revista, o teatro volveu-se num dos seus mais fortes interesses.
Através do teatro e de Araújo Pereira, António Vitorino liga-se aos meios culturais oposicionistas, tornando-se ele próprio antifascista e democrata.
O seu primeiro livro, Chuva de Maio (versos), sai em 1930, com o apoio de Araújo Pereira. 1938 é a vez de Gente da Vieira (onde se inclui o conto "Maria do Rosário", que ganhou em 1938 o prémio da revista Pensamento), publicando-se seis anos depois A vida começou assim. O último volume a ser dado à estampa, em 1950, é Praia da Vieira. Sua pena e sua glória, ensaio e narrativas sobre o passado e o presente da localidade. A temática destas obras - o difícil quotidiano dos trabalhadores manuais vieirenses - mostra a ligação que o autor manteve à terra de origem, onde voltava e permanecia sempre que lhe era possível.
Faleceu em Lisboa, em 27 de Abril de 1962.
Em 1977, a Assembleia de Freguesia da Vieira de Leiria deliberou atribuir o seu nome a uma das ruas da localidade.”
(fonte: mgrande.net/mg/palavras/antonio-gomes-vitorino/)
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Parcialmente por abrir; algumas folhas apresentam falhas de papel por descuido na abertura dos cadernos.
Invulgar.
Indisponível

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