03 janeiro, 2017

MALHEIRO, A. Ménici - BRAGA CONTEMPORÂNEA : a caminho da luz... Vila Nova de Famalicão, Tip. «Minerva», de Gaspar Pinto de Sousa & Irmão, 1933. In-8.º (19cm) de122, [2], LVII, [3] p. ; B.
1.ª edição.
Rara edição original desta polémica obra de Ménici Malheiro sobre a história de Braga.
Muito valorizada pela sua dedicatória autógrafa a Pereira da Conceição.
Sumário:
I - Da fundação de Braga até 1820. As prepotências da Igreja. II - De 1820 à Revolução de 31 de Janeiro. III - A Revolução de 31 de Janeiro. IV - Interregno (A minha geração). V - A Revolução de 1910. VI - Da Proclamação da República até à Grande Guerra.
Em Verso: Salvé Pátria! - Hino à Pátria. Viva a República! Cinco de Outubro. Ao Dr. Afonso Costa. Saüdação (ao Dr. Domingos Pereira). Á «Luz e Liberdade».
Efemérides Liberais [para todos os dias do anos].
António Ménici Malheiro (1882-1963). “Um republicano bracarense indomável e radical. De entre os difusores do republicanismo em Braga, merece-nos uma apreciação mais demorada a figura de Ménici Malheiro. Esta personagem reclama-nos uma atenção particular não tanto pelo protagonismo evidenciado no aparelho político-administrativo do Estado ou do Partido Republicano – não detectável, de facto, nos planos local ou nacional –, mas sobretudo pelo intransigente e imoderado (diríamos mesmo, apaixonado) radicalismo republicano que patenteará durante toda a sua vida. Ménici Malheiro escreveu um significativo número de obras, distribuídas pela prosa e pela poesia, as quais, na sua maioria, permanecem ainda inéditas. E os escassos títulos editados por este autor terão sido alvo, por regra, de pequenas edições. Nos seus escritos, ao longo dos seus 81 anos (9 de Abril de 1882 a 9 de Maio de 1963), Malheiro patenteia um pensamento com contornos que oscilam entre o positivismo e o deísmo, vitupera acidamente a Igreja (e em particular os jesuítas) pelos atrasos do país, denuncia a miserável condição do povo, a opressão da ditadura salazarista e propõe soluções para o progresso do país assentes numa forte intervenção do Estado – o qual, mediante um alargado apoio aos mais pobres, deveria induzir uma maior igualdade social. Malheiro concluiu a maior parte dos seus escritos já em pleno Estado Novo, mas a natureza da prosa e da poesia, que então escreve fundamentalmente “para a gaveta” – porque estes textos não podem resistir à censura instalada e o autor, por seu lado, corre o risco da repressão pela polícia secreta do regime –, ostenta o inconformismo que alardeava já aquando da aurora da República.
Em Braga Contemporânea, Ménici Malheiro intenta a escrita de uma história da cidade de Braga e da região. A obra divide-se em seis capítulos, sendo a redacção do primeiro, que se estende desde a fundação da cidade até 1820, apoiada quase exclusivamente nas Memórias de Braga, uma obra póstuma do padre Sena de Freitas. Os três últimos capítulos (“Interregno – a minha geração”, “A Revolução de 1910” e “Da Proclamação da República até à Grande Guerra”) abordam uma época vivenciada pelo próprio autor, valorizando-se pelo registo de um testemunho pessoal sobre os muitos factos e episódios então ocorridos – no desenrolar dos quais Ménici Malheiro foi ora um observador, ora um interveniente directo –, mas não deixando simultaneamente de evidenciar um traço acentuadamente opinativo e subjectivo na análise efectuada, a par de algumas manifestas incongruências. Malheiro denuncia no clero bracarense a persistente aversão ao progresso, o que explica a sua resistência à chegada do comboio à cidade, no século XIX. Malheiro lamenta-se de que nos inícios do século século XX, e devido ainda à acção perniciosa da Igreja, muitos bracarenses continuem como “ovelhinhas narcotizadas”, subscrevendo por isso a opinião de que ser republicano em Braga é ser um verdadeiro herói. Mas, exaltando o triunfo da República e do espírito da Liberdade, Malheiro lembra que a cidade de Braga, apesar desta ambiência adversa, conseguiu furtar-se às garras aduncas dos milhafres clericais."
(CAMPOS, Amadeu José Campos de Sousa, Entre Monárquicos e Republicanos numa ”Cidade de Deus” - História Política e Social de Braga no Contexto Nacional (1890-1933), Coimbra, 2010. Fonte: https://estudogeral.sib.uc.pt/.../3/Vol%20I%20-%20dissert%20Amad%20Sousa.pdf)
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capas frágeis com defeitos.
Raro.
Indisponível

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