12 fevereiro, 2018

MARTIN, Rudolpho - A GUERRA AÉREA. De Berlim a Bagdad. Traducção do Capitão Moraes Rosa. Lisboa, Typographia de «A Editora», 1912. In-8.º (19cm) de 234, [2] p. ; B.
1.ª edição.
Curioso romance de ficção científica; premonitório, antecipa a guerra do futuro à escala mundial, propondo a conquista dos céus como factor decisivo para o desequilíbrio da contenda. Sobre a obra, não foi possível apurar qualquer informação bio-bibliográfica, mesmo em alemão, pelo que, é de considerar a hipótese do autor ser o tradutor.
"O livro que vae lêr-se é uma interessantissima phantasia alleman, em que o seu auctor - dispondo de uma imaginação digna de Julio Verne - e baseando-se nos assombrosos progressos da conquista dos ares, nos mostra o que será a guerra do futuro, quando os poderosos apparelhos da aéronavegação tenham definitivamente alcançado o seu completo exito. É incontestavel que a politica mundial soffrerá uma profunda modificação, quando o homem conseguir dominar em absoluto os ares como já domina os oceanos. Nêsse momento, a phantasia do auctor terá, certamente, alguns pontos verosimeis e realisaveis.
Por agora, o equilibrio europeu em nada será alterado com a publicação dêste livro, que tem tanto de interessante como de inoffensivo."
(Prefácio do tradutor)
"No primeiro dia de Janeiro de 1914, segundo o costume annual, realisou-se no palacio de Berlim a reunião dos generaes e dos almirantes vindos para apresentar ao imperador as suas felicitações pelo novo anno. Tambem, segundo o habito, a cordeal allocução do imperador aos seus officies generaes não deixou de entrar nos dominios da politica, abordando, desta vez, uma questão importante para a sua dynastia, para o Estado prussiano e para a nacionalidade alleman.
Eis o texto do seu discurso:
«Expresso-vos todo o meu reconhecimento pelos progressos reaes verificados em cada corpo do exercito, como em cada esquadra, e bem assim no dominio da navegação aérea, esse recente meio de guerra, da nossa potencia militar. Graças aos successivos aperfeiçoamentos, a navegação aérea toma, de dia para dia, um maior incremento. Pode desde já assegurar-se que ella não tardará a modificar em muitas coisas as condições de vida social dos povos; mas, durante algumas décadas ainda, a sua principal esphera de acção será no dominio militar. [...]
Encarreguei o meu chanceller de pedir ao Rheichstag o voto de um crédito extraordinario de um bilião de marcos para a nossa esquadra aérea. Trinta mil machinas voadoras extra-rápidas servirão para o transporte de trinta mil homens de infantaria; porque, no estado actual da sciencia aéronautica, não parece que os aéroestatos propriamente ditos possam antes de muito tempo attingir a velocidade das machinas mais pesadas do que o ar. Demais, Krupp está encarregado de construir mil machinas para a artilharia voadora. De maneira que, com o auxilio de quatrocentos trens-transporte do modelo Zeppelin, que estão em vias de acabamento, eu posso em uma noite - da meia noite ás três horas - despejar quatrocentos mil homens sobre a Inglaterra»."
(Excerto do Cap. I, O futuro da Allemanha reside nos ares)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Cansado. Capas e lombada frágeis com falhas de papel nos cantos. Capa alvo de restauro tosco. Pelo interesse e raridade a justificar trabalho de restauro apropriado e encadernação.
Raro.
Indisponível

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